CMB

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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Construíndo seu artigo científico

Alunos, conforme foi acertado no último encontro (29/09), todos deverão fazer uma pesquisa bibliográfica relacionada a uma determinada temática ambiental.

Modelo ilustrativo de uma pesquisa científica

O tema fica a critério de cada um. Adaptando o modelo ilustrativo acima, esse trabalho deverá adotar a seguinte metodologia:

  1. Pesquisar na WEB um artigo científico;
  2. Ler o artigo e sublinhar as ideias principais;
  3. Depois da leitura, redigir um texto (mínimo 20 e máximo 25 linhas) segundo o assunto que você pesquisou;
  4. Enviar o artigo construído juntamente com a sua respectiva referência bibliográfica ou site pesquisado.
  5. Não esquecer de colocar no artigo seu nome, turma e número de matrícula.
  6. Entregar seu paper (artigo) até dia 6 de outubro/15 no seguinte  Email: profsalomao@gmail.com

  • Sugestões de sites:

http://www.ambientebrasil.com.br



http://planetasustentavel.abril.com.br




http://periodicos.unb.br/index.php/sust (Revista Sustentabilidade em Debate)



http://revista.rebia.org.br




  • Importante: 

A título de recordação, as visitas, os estudos de campo e a GIPE do presente bimestre, estarão condicionados não somente a presença física nas Terças Sustentáveis mas também a entrega dos artigos.



Estudo de Campo na Usina de Triagem do SLU

No dia 20 de outubro o Clube de Ciências Socioambientais, por meio de seus coordenadores - Ten Elton e Prof. Salomão - e alunos, empreenderão um estudo de campo acerca da Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos na Usina de Triagem do SLU, Ceilândia, Distrito Federal.


Usina de Triagem do SLU


Nessa ocasião iremos conhecer não somente a Usina de Triagem, mas igualmente o Museu de Limpeza Urbana. 



Visita ao Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília


No dia 07 de outubro de 2015, os alunos do Clube de Ciências Socioambientais terão a oportunidade de visitar o Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília - CDS/UnB.




O Centro de Desenvolvimento Sustentável - CDS é uma unidade permanente de ensino, pesquisa e extensão da Universidade de Brasília - UnB. É um espaço acadêmico cuja missão é promover a ética da sustentabilidade, por meio do diálogo entre saberes, da construção do conhecimento e da formação de competências. 
Os objetivos gerais das atividades de ensino são:
  1. contribuir para o debate e para a prática científica interdisciplinares, a fim de estimular o avanço do conhecimento sobre as relações entre meio ambiente e desenvolvimento;
  2. formar recursos humanos qualificados, capazes de desenvolver conhecimentos teóricos e empíricos e aplicar as suas competências na área, visando contribuir para o enfrentamento dos desafios do desenvolvimento sustentável e para as tomadas de decisão em políticas públicas de desenvolvimento socioeconômico, de meio ambiente e de ciência e tecnologia;
  3. adotar e incentivar princípios e valores voltados para a ética da sustentabilidade, por meio de processos orgânicos de integração interdisciplinar, afirmando, assim, o compromisso entre o setor acadêmico e a sociedade;
  4. ser um espaço universitário de excelência, visando efetivar a reflexão crítica, a construção de ideias e a intervenção na realidade, com base no diálogo entre os diferentes saberes e nas perspectivas sobre a sustentabilidade em suas múltiplas e complexas dimensões.

A recepção dos professores e alunos do Clube de Ciências Socioambientais, assim como todo o processo instrucional, ficará a cargo da notável e prestigiosa professora Drª Izabel Zaneti. 


Professora Drª Izabel Zaneti


A professora Izabel Cristina Bruno Bacellar Zaneti é Doutora em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília. Desenvolve pesquisas na linha da Educação Ambiental, Energia, Resíduos e Mudanças Climáticas.


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O Clube de Ciências Ambientais na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia





O Clube de Ciências Socioambientais estará representando o Colègio Militar de Brasília nos dias 20, 21 e 21 na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2015. Esse evento acontecerá no Pavilhão do Parque da Cidade Sarah Kubitschek.
Neste importante evento cultural, o alunos do Clube de Ciências Socioambientais estarão apresentando os seguintes trabalhos científicos: 



1 - Projeto: Trilha Ecológica
 Interpretativa


Partilha de percepções, conhecimentos e experiências pós trilha ecológica

Datas/Horários:

20/10 - 10:00 às 16:00
21/10 - 14:00 às 17:00
22/10 - 14:00 às 17:00

Detalhamento:

Este projeto foi implementado no Parque Olhos D'Água. Por meio dele, os alunos executantes puderam:
  • constatar a interseção entre entre ambiente antrópico e ambiente natural;
  • aprender na prática conceitos de ecologia, sustentabilidade, gestão ambiental, educação ambiental e direito ambiental;
  • desenvolver a sensibilidade e o respeito pelos ecossistemas naturais;
  • compreender que os ecossistemas naturais funcionam dentro de um perfeito equilíbrio dinâmico e que qualquer ação antroplógica pode acarretar impactos ambientais negativos.

***

2 - Projeto: Manejo sustentável da erva-de-passarinho no âmbito do Colégio Militar de Brasília



1ª fase do projeto - Diagnose morfofisiológica do parque arbóreo
do Colégio Militar de Brasília

Datas/Horários:

20/10 - 10:00 às 16:00
21/10 - 14:00 às 17:00
22/10 - 14:00 às 17:00


Detalhamento:

Este projeto na sua penúltima fase, isto é, erradicação da fitoparasita erva-de-passarinho por meio da raspagem ou poda das árvores contaminadas. Mediante esse trabalho pedagógico, os discentes tiveram a oportunidade de: 
  • aprender a morfofisiologia e a ecologia da fitoparasita erva-de-passarinho;
  • internalizar na prática conceitos relações ecológicas, paisagismo e impactos sociambientais antrópicos;
  • desenvolver o senso de cuidado ambiental no que tange aos parques arborícolas.

***

3 - Projeto: Clube de Ciências Socioambientais como ferramenta de ensino 
da Educação Ambiental


Círculo de debates socioambientais


Datas/Horários:

20/10 - 10:00 às 16:00
21/10 - 14:00 às 17:00
22/10 - 14:00 às 17:00


Detalhamento: 

Objetivamos com esse projeto, mostrar que é possível ensinar Educação Ambiental aos discentes por meio de um Clube de Ciências Socioambiental. Mediatizando todo esse processo temos a ferramenta  pedagógica do Blogger, assim como os encontros quinzenais e estudos de campo.


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Projeto: Trilhas ecológicas no Parque Olhos D'Água


O Clube de Ciências Socioambientais, promoveu no dia 22 de setembro, uma trilha ecológica. O local visitado que nos serviu como instrumento básico de uma educação ambiental ao ar livre, foi o Parque Olhos D'Água, também conhecido como Parque Ecológico e de Uso Múltiplos Olhos D'àgua.


Parque Olhos D'àgua - Lagoa do Sapo


Um breve histórico 

Fundado em 1994 o Parque Olhos D'àgua é um parque público, ecológico e de lazer localizado no Distrito Federal, na região administrativa de Brasília, Asa Norte, nas quadras SQN 413 e 414. Possui aproximadamente uma extensão de 21 hectares. 
Vista aérea de Brasília
Registros historiográficos assinalam que no lugar onde se encontra atualmente o Parque, havia um aglomerado de invasões antrópicas. No entanto, a comunidade circunjacente, percebendo que os invasores humanos estavam provocando impactos ambientais negativos, tais como desmatamento, queimadas, destruição de nascentes, acúmulo de lixo, tráfico de entorpecentes e outros, se reuniu e em sinergia com o poder público idealizaram um projeto de parque ecológico urbano.  Para que o projeto do Parque Olhos D'àgua, se materializasse, foi preciso que o Governo do Distrito Federal (GDF) investisse cerca de R$ 700 mil para urbanizar e proteger a área.  



Estrutura

O parque possui uma pista de cooper de mais de 2Km, um parque infantil, circuito de exercícios físicos, além de uma trilha interna. Cotidianamente, ele é visistado pela comunidade da Asa Norte e entorno. 
Pista de cooper
O Olhos D"Àgua, é fiscalizado por policiais do batalhão Florestal da Polícia Militar do DF. O parque é subordinado à Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF. É cercado seu limite e têm seguranças que trabalham no local 24 horas. 
Há um quiosque de madeira onde acontecem eventos culturais dos mais variados matizes. 

Biodiversidade

A vegetação típica da região, o Cerrado, é preservada no parque.Contudo pode se ver ainda resquícios de espécies da antiga ocupação, que era de pequenas chácaras, como bananeiras, mangueiras, figueiras, etc.
No que diz respeito a flora nativa, destaca-se o angico, a espécie mais numerosa no parque. Aparecem igualmente as raras e interessantes trepadeiras "Papo de Peru", principalmente junto à ponte sobre o riacho da Lagoa do Sapo. (O nome Lagoa do Sapo vem da denominação de uma antiga Sociedade Amigos do Parque Olhos D'àgua). Na época da floração a "Papo de Peru", exala um odor de carne podre, que atrai insetos que são digeridos pela planta.
A fauna é bastante diversificada, principalmente nas aves e insetos. Dentre os mamíferos já foram observados, gambás e preás. 
Um dos maiores problemas do parque, é a mania de alguns visitantes de soltura no local de espécies exóticas, que, encontrando um nicho ecológico vazio, passam a dominar as espécies nativas. Como exemplo, é o caso lamentável das tratarugas tigre d'água asiáticas, que existem em grande número na Lagoa do Sapo, onde também estão em expansão patos domésticos e tilápias. 
Tartaruga tigre d'água
Outro fato negativo é a atitude de certos frequentadores em levar pão para alimentar os animais da Lagoa. Esse comportamento aparentemente generoso, é muito ´preocupante do ponto de vista ecológico e sanitário, visto que acaba atraindo uma enorme quantidade de ratos e ratazanas para o âmbito do parque. A alguns anos atrás, um casal de coelhos foi solto na área do parque e começou a reproduzir até chegarem a aproximadamente 40 filhotes. Felizmente, todos os coelhos foram retirados por técnicos ambientais.

A trilha ecológica

A trilha ecológica organizada pelos professores Ten Elton e Salomão, ambos coordenadores do Clube de Ciências Socioambientais "Marechal Cândido Rondon". Essa excursão ecológica, contou com a participação da professora de artes, Ten Monalisa, do Sub Oficial da Aeronáutica Jackes e dos alunos que integram o Clube de Ciências Socioambientais. 

Professores Ten Elton (Biologia), Ten Monalisa (Arte), Salomão (Biologia),
Sagento Jackes, Odonon (diretor do parque Olhos d"Água),
e alunos do Clube de Ciências  Socioambientais

Durante a caminhada na trilha, foram abordados diversos assuntos:
  • Ecossistema
  • Ecossistema antrópico e ecossistema natural
  • Componentes bióticos e abióticos de um ecossistema
  • Biofertilizante

Utilização de minhoca no processo de compostagem



  • Cadeia e teia alimentar
  • Relações ecológicas harmônicas e desarmônicas
  • biomassa
  • serviços ambientais prestados pelas árvores
  • matas ciliares
  • erosão e assoreamento
  • ciclo da água
  • lençol freático
  • desequilíbrio ecológico causado por ação antrópica
  • biodiversidade
  • biopirataria
  • plantas fitoterápicas
  • principais grupos vegetais
  • Arquitetura sustentável
  • Ciclos biogeoquímicos
  • Impactos ambientais
  • E outros


 Considerações finais

A trilha ecológica empreendida no Parque Olhos D'Àgua, possibilitou tornar o conhecimento pertinente, contextualizado e real. 
Contextualizando mata de galareia com erosão e assoreamento dos rios
Foi possível observar nos alunos o entusiamo e a atenção profunda pelos temas que foram desenvolvidos no percurso da trilha. 
Durante todo o trajeto nossas intervenções pedagógicas estiveram focadas numa educação ambiental holística, participativa, democrática e humanista.
O meio ambiente não se restringe unicamente a ecologia ou a biologia. O meio ambiente dentro da pespectiva do pensamento complexo, deve ser estudado em sua totalidade, isto é, em sua dimensão ecológica, legal, política, social, psicológica, econômica, científica, cultural e ética. Sómente com esse olhar de integralidade conseguiremos equacionar a problemática ambiental em suas fontes. Tentamos mostrar aos alunos a importância de perceber o meio ambiente dentro dessa perspectiva.
Todos os discentes participaram, uns mais outros menos. Todos revelaram interesse durante as explicações. Alguns, problematizavam certas questões, objetivando sanar uma dúvida ou aprofundar determinado aspecto do tema abordado.

Ten Elton explicando o ciclo da água e o surgimento de uma nascente
Esforçamos por imprimir na pedagogia das trilhas ecológicas, uma ação docente que não estivesse cincunscrita tão somente ao aspecto da transmissão vertical dos conhecimento, mas de uma dialogia horizontalizada na trocas de saberes e experiências. O professor em nenhum momento foi o centro do saber, mas a ponte, o facilitador do conhecimento no processo ensino aprendizagem.

Socialização de saberes, experiências,  sensibilidades e percepções

Só cuida quem ama. Mas que conteudizar o ensino ambiental, a nossa foi uma prática voltada para o desenvolvimento de uma sensibilidade que olha a natureza não com estranhamento, mas com afeto, ternura e pertencimento. Nosso corpo biológico é 100% natural, ou seja, tudo o que somos, em termos orgânicos adveio do meio ambiente natural. Logo, preservar e conservar os recursos naturais, significa cuidar de nós mesmos. 
Durante a trilha ecológica foi realizada algumas atividades lúdicas com o objetivo de integrar os alunos e possibilitar uma momento de recreação e alegria. 

Percorrendo a trilha interna

Como foi falado o meio ambiente não se restringe ao externo, mas também ao interno, ao nosso mundo íntimo, a nossa subjetividade. Se estivermos internamente felizes, indubitavelmente irradiaremos esse nosso bem estar psíquico ao ambiente natural e social que nos circunda.

Recreação e companheirismo

Em resumo, a trilha ecológica empreendida no Parque Olhos D'Àgua, foi uma importante ferramenta de Educação Ambiental, pois proporcionou não somente, a sensibilização e a problematização de questões ambientais, como igualmente, a transversalização da temática ambiental com as disciplinas de Ecologia, Biologia, Química, Física, História, Geografia, Filosofia e Artes. 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Ecologia Mental - Leonardo Boff




A exposição do artigo do aluno Mitsumi será mediatizada por esse vídeo de Leonardo Boff. A utilização dessa ferramenta midiática, tem como objetivo principal sensibilizar o campo emocional e cognitivo de todos aqueles que estarão participando do fórum permanente de debates do Clube de Ciências Socioambietais, no Espaço Biológico do Colégio Militar de Brasília.

Convivência: Ecologia interior

Aluno Kutsumi



"A ecologia interior é a que lida com o mundo individual 
das múltiplas percepções, emoções e ideias, e como elas se
     correlacionam com a qualidade da experiência de ser humano."

Drª Elaine Vieira

POR UM MINUTO...


Por um minuto, esquece a poluição do ar e do mar, a química que contamina a terra envenena os alimentos, e medita: como anda o teu equilíbrio eco-biológico? Tens dialogado com teus órgãos interiores? Acariciado o teu coração? Respeitas a delicadeza de teu estômago? Acompanhas mentalmente teu fluxo sanguíneo? Teus pensamentos são poluídos? As palavras são ácidas? Os gestos agressivos? Quantos esgotos fétidos correm em tua alma? Quantos entulhos - mágoas, ira, inveja - se amontoam em teu espírito?
Examina a tua mente. Está despoluída de ambições desmedidas, preguiça intelectual e intenções inconfessáveis? Teus passos sujam os caminhos de lama, deixando um rastro de tristeza e desalento? Teu humor intoxica-se de raiva e arrogância? Onde estão as flores de teu bem querer, os pássaros pousados em teu olhar, as águas cristalinas de tuas palavras? Por que teu temperamento ferve com frequência e expele tanta fuligem pelas chaminés de tua intolerância? 
Não desperdiça a vida queimando a tua língua com as nódoas de teus comentários infundados sobre a vida alheia.
Preserva o teu ambiente, investe em tua qualidade de vida, purifica o espaço em que transitas.
https://oloboeocordeiro.wordpress.com/2011/01/31/208/
Limpa teus olhos das ilusões do poder, fama e riqueza, antes que fiques cego e tenhas os passos desviados para a estrada dessinalizada dos rumos da ética. Ela é cheia de buracos e podes enterrar o teu caminho num deles. Tu és, como eu, um ser frágil, ainda que julgues fortes aos semelhantes que merecem a tua reverência. Somos todos feito de barro e sopro. Finos copos de cristal que se quebran ao menor atrito: uma palavra descuidada, um gesto que machuca, uma desconfiança que perdura. Graças ao Espírito que molda e anima o teu ser, o copo partido se reconstitui, inteiro, se fores capaz de amar. Primeiro, a ti mesmo, impedindo que a tua subjetividade se afogue nas marés negativas. Depois, a teus semelhantes, exercendo tolerância e o perdão, sem jamais sacrificar o respeito e a justiça. 
Livra a tua vida de tantos lixos acumulados. Atira pela janela as caixas que guardam mágoas e tantas fichas de tua contabilidade com os supostos débitos de outrem. Vive o teu dia como se fosse a data de teu renascer para o melhor de ti mesmo - e os outros te receberão como dom de amor. 
Pratica a difícil arte do silêncio. Desliga-te das preocupações inúteis, das recordaçõea amargas, das inquietações que transcendem o teu poder. Recolhe-te no íntimo de ti mesmo, mergulha em teu oceano de mistério e descobre, lá no fundo, o Ser Vivo que funda a tua identidade. Guarda este ensinamento: por vezes é preciso fechar os ohos para ver melhor. 
Acolhe tua a vida como ela é: uma dádiva involuntária.. Não pediste para nascer e, agora, não desejas morrer. Faz dessa gratuidade uma aventura amorosa. Não sofras por dar valor ao que não merece importância. Tratas a todos como igual, ainda que estejam revestidos ilusoriamente de nobreza ou se mostrem realmente como seres carcomidos pela miséria.
Faz da justiça o teu modo de ser e jamais te envergonhes de tua pobreza, de tua falta de conhecimento ou de poder. Ninguém é mais culto do que o outro. O que existem são culturas distintas e socialmente complementares. O que seria do erudito sem a arte culinária da cozinheira analfabeta? Tua riqueza e teu poder residem em tua moral e dignidade, que não tem preço e te trazem apreço. Porém, arma-te de indignação e esperança.
Luta para que todos os caminhos sejam aplainados, até que a espécie humana se descubra como uma só família, na qual todos malgrado as diferenças, tenham iguais direitos e oportunidades. E estejas convicto de que convergimos todos para Aquele que, Supremo Atrator, impregnou-nos dessa energia que nos permite conhecer a abissal distância que há entre a opressão e libertação.
Faze de cada segundo de teu existir uma oração. E terás força para expulsar os vendilhões do templo, opoerar milagres e disseminar a ternura como plenitude de todos os direitos humanos. Ainda que estejas cercado de adversidade, se preservares a tua ecobiologia interior serás feliz, porque trarás em teu coração tesouros indevassáveis.


Frei Beto (Escritor e religioso dominicano)


Fonte: http://www.blocosonline.com.br/literatura/prosa/ecologia/preco016.php - Acesso em 16/09/15

*Este artigo será apresentado na próxima Terça Sustentável  pelo aluno Kutsumi, estudante do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Militar de Brasília. 

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Biopirataria




A exposição do artigo do aluno Claudino será mediatizada por esse vídeo documentário que tematiza a questão da biopirataria. A utilização dessa ferramenta midiática, tem como objetivo principal sensibilizar o campo emocional e cognitivo de todos aqueles que estarão participando do fórum permanente de debates do Clube de Ciências Socioambietais, no Espaço Biológico do Colégio Militar de Brasília.

Notícias ambientais: Biopirataria

Aluno Claudino


Os trópicos são o suporte da diversidade biológica do planeta por sua incomparável multiplicidade de ecossistemas. E a maioria dos países do Terceiro Mundo está situada precisamente nos trópicos. Mas, a diversidade biológica enfrenta um processo de rápida destruição, devido, entre outras coisas, a megaprojetos financiados internacionalmente, como construção de represas, diques e rodovias, a exploração de minas ou a criação de empreendimentos destinados à psicultura. Também tem sua parte a ofensiva tecnológica e econômica para substituir a diversidade pela homogeneidade na silvicultura, agricultura, pesca e criação de animais.
A biodiversidade é um recurso das pessoas. Enquanto o mundo industrializado eas sociedade ricas voltam as costas para a biodiversidade, os pobres do Terceiro MUndo continuam dependendo de recursos biológicos para sua alimentação e nutrição, para o cuidado com a saúde, para a energia, vestimenta e moradia. A biodiversidade não é, como a atmosfera ou os oceanos, um bem comum no sentido ecológico. Ela existe em países específicos e é usada por comunidades particulares. È global apenas em seu papel de matéria-prima para as corporações multinacionais.
A biopirataria é o desvio ilegal das riquezas naturais (flora, águas e fauna) e do conhecimento das populações tradicionais sobre a utilização dos mesmos. É um mal que abate e enfraquece cada vez mais o nosso país e que termina ignorando sua soberania territorial, incluindo-se a perda de um imprescindível patrimônio genético e biosférico, ainda longe de ser mensurável do ponto de vista econômico, mas que já é explorado pela ganância internacional.
http://pt.slideshare.net/dudapujoni/biopirataria-30182658
Assim, a biodiversidade passa de um bem local para uma propriedade privada cercada e fechada. De fato, o cercado dos bens comuns é o objetivo dos direitos de propriedade intelectual e está sendo universalisado por meio dos tratados sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados com o Comércio da Organização Mundial do Comércio (OMC), e de certas interpretações da Convenção sobre Biodiversidade.
Em várias regiões da Amazônia, pesquisadores estrangeiros desembarcam com vistos de turistas, entram na floresta, muitas vezes, infiltrando-se em comunidades tradicionais ou em áreas indígenas. Estudam diferentes espécies vegetais ou animais com interesse para as indústrias de remédios ou de cosméticos, coletam exemplares e descobrem, com o auxílio dos povos habitantes da floresta, seus usos e aplicações. Após obterem informações valiosas, voltam para seus países e utilizam as espécies e os conhecimentos das populações nativas para isolarem os princípios ativos.
Ao ser descoberto o princípio ativo, registram uma patente, que lhes dá direito de receber um valor a cada vez que aquele produto for comercializado. Vendem o produto para o mundo todo e até mesmo para o próprio país de origem, cujas comunidades tradicionais já tinham o conhecimento da sua utilização.
No Estado do Amapá existe uma Lei Estadual de Proteção e Acesso à Biodiversidade do Amapá, a Lei 0388/97. A lei disciplina o acesso aos recursos naturais do Estado, controlando toda e qualquer pesquisa sobre os recursos naturais no Amapá.
Os estados brasileiros que mais exportam plantas medicinais são: Paraná, Bahia, Maranhão, Amazonas, Pará e Mato Grosso. Dentre as espécies mais procuradas estão o cumaru, o guaraná, a ipecacuanha, o barbatimão, o ipê-roxo, a espinheira-santa, a faveira, a carqueja, o absinto selvagem, a babosa. Algumas dessas espécies encontram-se ameaçadas de extinção.
Primordial na privatização da biodiversidade são a desvalorização do conhecimento indígena, o deslocamento dos direitos locais e, simultaneamente, a criação de direitos monopolizadores para uso da biodiversidade através da reivindicação de supostas inovações introduzidas pelas transnacionais. As corporações estão usando os direitos de propriedade intelectual para piratear o conhecimento indígena e a biodiversidade das comunidades do Terceiro Mundo. A biodiversidade é o capital natural das pessoas pobres e a personificação da diversidade cultural. Deve continuar sendo livre para que as sociedades sejam livres.
Fazendo-se valer da carência social e econômica dos mateiros, índios e matutos - gente que conhece como a palma da mão os mistérios e riquezas da natureza - buscam e orientam a exploração e o tráfico de mudas, sementes, insetos e toda sorte de interesses em nossa farta biodiversidade.
Um, dos muitos fatores, que torna mais grave esta delicadíssima questão da biopirataria no Brasil é o crescente avanço da biotecnologia no primeiro mundo ante um país que continua fazendo acanhados e parcos investimentos nos setores de educação, ensino e pesquisa.
O estuda da bipirataria no Brasil permite dois grandes enfoques que são complementares. Um diz respeito às ações clandestinas de retirada de recursos de nossa biodiversidade. Em geral associa-se esses atos à pilhagem promovida no contato direto com comunidades que detêm conhecimento original sobre propriedades de plantas ou animais.
O segundo enfoque traz à tona outra faceta da biopirataria, repleta de ambiguidades e zonas de sombras, relacionada à maneira pela qual o Brasil, por meio de seus poderes públicos, tem tratado a questão da regulação do acesso à biodiversidade. Esse enfoque ajuda a entender embates que se dão principalmente nos planos políticos e institucional, caracterizando subtrações e prejuízos ao patrimônio genético do país, muitas vezes sob o abrigo oficial ou oficioso.
Quando a Rio 92 aprovou a Convenção sobre Diversidade Bilógica, estabeleceu-se um marco no reconhecimento do caráter estratégico dos recursos da biodiversidade e da necessidade de regular o seu uso, para o bem da humanidade e benefício de cada nação detentora. O Brasil deveria, a partir daí, ter o maior interesse em elaborar a legislação nacional sobre o assunto, dada sua privilegiada biodiversidade. Além disso, é historicamente biopirateado e uma lei adequada seria o primeiro paasso para estancar a sangria.
Assim, a biopirataria não é hoje fruto apenas da falta de fiscalização e de legislação. Ela resulta também de uma postura equivocada do atual governo sobre a utilização e conservação do gigantesco patrimônio natural do país - como florestas, água e solo - impedindo que a sociedade brasileira faça dele alavanca eficaz para um desenvolvimento que proporcione geração de emprego, renda e melhoria na qualidade de vida para todos.






Fonte:http://ambientes.ambientebrasil.com.br/biotecnologia/artigos_de_biotecnologia/biopirataria.html - Acesso em 15/09/15

*Este artigo será apresentado na próxima Terça Sustentável  pelo aluno Claudino, estudante do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Militar de Brasília. 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)

Informação e formação: a melhor arma contra as doenças sexualmente transmissíveis na adolescência

Aluna Bárbara Vasti

Durante muitos anos se acreditou, equivocadamente que a questão do desenvolvimento sustentável estaria diretamente relacionada aos aspectos ecológicos do meio ambiente. De acordo com essa perspectiva, inúmeras instituições privadas e públicas e até mesmo organizações civis, começaram a promover atividades centradas no plantio de árvores, proteção de seres vivos ameaçados de extição, reciclagem de garrafas PETI, papéis, plásticos para atividades artísticas, preservação da flora e da fauna e outras.
São louváveis todos esses projetos. Todavia, importa considerar que eles não representam em si, o real sentido do que venha a ser desenvolvimento sustentável.
Em verdade, o desenvolvimento sustentável está alicerçado em três pontos principais: social, econômico e ambiental. O social se refere ao capital humano de um empreendimento, comunidade, enfim a sociedade como um todo. A dimensão econômica tem a ver com os processos de produção, distribuição e oferecimento de produtos e serviços no âmbito da coletividade. O eixo ambiental faz alusão a todas as condutas antrópica que possam direta ou indiretamente, causar algum impacto no meio ambiente natural ou socio cultural, seja a curto, médio ou longo prazos.
Uma mesa não se sustenta tão somente com duas pernas, pois ela contraria a lei do equilíbrio estático. Assim também, o desenvolvimento de uma nação. Se não houver um equilíbrio dinâmico entre a dimensão social, econômica e ambiental, o desenvolvimento se torna insustentável.
No que diz respeito a sustentabilidade do desenvolvimento, um aspecto da dimensão social que necessita uma maior atenção dos fazedores de políticas públicas é o que diz respeito as Doenças Sexualmente Transmissíveis.
As doenças sexualmente transmissíveis (DST), também chamadas de doenças venéreas, são um importante problema de saúde pública em todos os países. Existem diversos tipos diferentes de DST, sendo algumas mais graves, outras mais brandas. Algumas doenças sexualmente transmissíveis podem levar à morte, outras podem causar sequelas irreversíveis.
As Doenças Sexualmente Transmissíveis, notadamente na adolescência, são consideradas um sério problema de saúde pública, não só no mundo mas também no Brasil.  
No Brasil temos índices elevadíssimos de adolescentes portadores de gonorréia, herpes genital, tricomoníase, AIDS e HPV. Uma das causas para esse índice alarmante de DST, se deve a iniciação sexual precoce e a promiscuidade sexual. Muitos jovens tem iniciado sua vida sexual muito cedo e com uma número elevado de parceiros. Esse comportamento promíscuo, tem contribuído para aumentar significativamente a ocorrência das dooenças venéreas. 
Segundo dados de pesquisas divulgados pelo Ministério da Saúde, apenas um terço dos adolescente usam preservativo sempre. Os mais baixos índice de uso de preservativo encontram-se na faixa etária situada entre 15 e 19 anos. 
Não há ainda no Brasil informações sobre a prevalência de DST entre adolescentes. As únicas DST de notificação compulsória são a sífilis e a AIDS e, além disso, cerca de 70% das pessoas com alguma DST buscam tratamento em farmácias, o que faz com que o número de casos notificados fique abaixo da estimativa.
Diante desse grave problema, é necessário encontrarmos uma maneira viável de orientarmos sexualmente nossos jovens, particularmente no que diz respeito a sua saúde reprodutiva e ao uso responsável de sua sexualidade. Nesse particular, a informação aliada a formação são indubitavelmente a melhor arma contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis.


BIBLIOGRAFIA

TAQUETTE, S.R, VILHENA, M.M, DE PAULA, M.C. DST e gênero. Caderno de Saúde Pública, jan-fev, p. 282 - 290, Rio de Janeiro, 2004.
http://www.isaudebahia.com.br/noticias/detalhe/noticia/dst-na-adolescencia-a-maior-arma-e-a-informacao/ - Acesso em 13/09/2015
http://www.sogia.com.br/dst-na-adolescencia/ - Acesso em 13/09/2015
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_doencas_sexualmente_transmissiveis.pdf - Acesso em 14/09/15



*Este artigo foi escrito por Bárbara Vasti,  estudante do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Militar de Brasília. Para a construção deste artigo a estudante foi orientada pelo Biólogo e professor Salomão. 


sábado, 12 de setembro de 2015

Notícias ambientais: Asfalto ecológico com "Terra Fix"


Mateus
O município de Plácido de Castro, distante 100 KM da capital Rio Branco começou a testar um novo tipo de pavimentação, com o uso de um polímero para aglomerar as partículas do solo, construindo uma base rígida resistente à agua e à carga.
E, nessa iniciativa em favor do meio ambiente, a primeira estrada a receber o pavimento liga o município à Bolívia. 
De acordo com o diretor-presidente da empresa responsável pelo experimento em São Paulo, Newton Vasconcelos, em função da falta de equipamento no município do interior do Acre, a empresa teve que fazer uma tecnologia. Segundo ele, o produto foi aplicado em forma de selante. 
"O material que está solto na pista é retirado e, em seguida, começamos o procedimento. É feito uma raspagem superficial do solo, aplica-se o produto como se estivesse pintando o chão, depois volta com um rolo liso fazendo fechamento dos poros do pavimento. O resultado é um piso selado, sem poeira e liso. Fica uma estrada de terra, como se fosse um asfalto, com o uso de "Terra Fix", que é uma tecnologia de pavimentação ecológica", explica Vasconcelos.
http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2015/09/asfalto-ecologico-e
-usado-em-estrada-que-liga-placido-de-castro-bolivia.html
O diretor-presidente garante que essa tecnologia pode ser usada em todas as estradas rurais do Estado. Segundo Vasconcelos, é uma solução para melhorar as condições de trafegabilidade nas estradas e a manutenção só precisa ser feita de ano em ano, e não a cada três meses como na tecnologia usada em ramais normalmente. 
'E um piso mais resistente. Além de ser uma alternativa ecológica, já que o produto não oferece nemhum impacto negativo ao meio ambiente. Um detalhe é que é utilizado o solo do próprio local, então não teria necessidade de trazer material de outros lugares", acrescenta o diretor. 
A proposta é para os locais onde não há condições finaceiras de colocar uma capa asfáltica. "A tecnologia tem um custo praticamente três vezes menor do que o da aplicação de asfalto", diz Vasconcelos.
O secretário de obras de Plácido de Castro, Luciano Barros, diz que essa foi apenas uma demonstração da tecnologia que teve boa aceitação e pode ser aplicada em todos os ramais do município.
"Reunimos as prefeituras de Plácido de Castro e Capixaba para que a empresa fizesse a demosntração nesse ramal que dá acesso à Bolívia. É um produto que cria uma crosta de 50 centímetros no solo, que não infiltra água. Temos a garantia de ficar um bom tempo sem poeira, sem a água infiltrar e com isso evitando carros atolados", afirma Barros.
Segundo o secretário, essa tecnologia é feita para ser usada, principalmente, em ramais."Essa proposta é importante para o nosso Estado, já que chove muito nessa região e o produto demora a deterior. Normalmente só passamos a máquina no ramal para compactar o solo e com duas ou três chuvas, já está deteriorando. Com essa tecnologia, essa camada é muito mais resistente, e só vai precisar ser mexido novamente após um ano", conclui.


Fonte:http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2015/09/14/118938-asfalto-ecologico-e-usado-em-estrada-que-liga-placido-de-castroac-a-bolivia.html - Acesso em 15/09/15



*Este artigo será apresentado na próxima Terça Sustentável  pelo aluno Mateus, estudante do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Militar de Brasília. 

Planejamento - Projeto - Ação de manejo e controle da população de escorpiões no âmbito do Colégio Militar de Brasília

http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2013/10/
alergias-e-doencas-sao-maleficios-causados-por-certas-
pragas-urbanas.html

Tityus serrulatus, conhecido como escorpião-amarelo, é um escorpião muito comum no âmbito do Colégio Militar de Brasília. 
Esse aracnídeo de quando em vez tem sido responsável por alguns acidentes escorpiônicos nas dependências do CMB. 
Diante dessa situação problema, o Clube de Ciências Socioambientais "Marechal Cândido Rondon" - CMB, resolveu implementar um projeto centrado na ação de manejo e controle da população de escorpiões amarelos.



Local

Colégio Militar de Brasília


Objetivos:

No que diz respeito ao escorpião amarelo, objetivamos:
  • Conhecer sua bioecologia;
  • Identificar seus esconderijos;
  • Promover sua erradicação.


Público - alvo

Alunos do Clube de Ciências Socioambientais "Marechal Cândido Rondon" - CMB


Metodologia

Pesquisa bibliográfica, trabalho de campo, registros fotográficos e análise laboratorial.


Data de início

29/09/2015


Data do término

06/10/2015

Avaliação

Participação dos alunos e relatórios descritivos.


OBSERVAÇÃO -  Os alunos executarão esse projeto em três fases distintas:

  • 1ª - Bioecologia do escorpião amarelo
  • 2ª - Saída de campo
  • 3ª - Estratégias de prevenção e erradicação

Entrevista: O melhor sistema agrícola

Prof. Salomão

CCA - Quando surgiram as primeiras formas de agricultura?
Prof. Salomão - Surgiram aproximadamente a 10 mil anos atrás, no período da pré história denominado Neolítico. Inúmeros fatores, concorreram para que a agricultura fosse possível nesse período. Dentre eles podemos citar: domesticação de espécies de animais e vegetais, o clima mais ameno e adequado ao cultivo de alimentos, o uso de técnicas (fogo e algumas ferramentas), assim como o emprego de esterco animal para fins de adubação.
Adhttp://pt.slideshare.net/guilhermedrumond90/
pr-histria-33012596icionar legenda

CCA - Antes do surgimento da agricultura, como o ser humano obtinha seu alimento?
Prof. Salomão -  Através da pesca e da coleta (frutos, raízes e folhas).

CCA - Primeira Revolução Agrícola e Segunda Revolução Agrícola. Qual o significado dessas expressões?
Prof. Salomão - Primeira Revolução Agrícola se refere a um modelo de agricultura moderna formatado no século XVIII e que apresenta as seguintes características: integração da produção agrícola e pecuária; domínio sobre as técnicas de produção em maior escala; intensificação do uso de rotação de cultura com plantas forrageiras.
Já a Segunda Revolução Agrícola, se desenhou na segunda metade do século XIX, até o início do século XX. Ela marcou uma série de descobertas científicas e avanços tecnológicos. Suas características mais notáveis são: melhoramento genético das plantas e o uso de fertilizantes químicos; distanciamento da produção vegetal, da produção animal; prática da monocultura.

CCA - A "Revolução Verde" e a agricultura convencional tem alguma relação com esse tipo de agricultura oriunda da Segunda Revolução Agrícola?
Prof. Salomão - Nada surge do nada. Tanto a "Revolução Verde" quanto a agricultura convencional, são filhas da Segunda Revolução Agrícola. O know how da Segunda Revolução Agrícola, aliado a outras práticas agrícolas, como o uso de variedades melhoradas, irrigação, uso intensivo de insumos industriais, sobretudo os fertilizantes químicos e agrotóxicos, e uso intensivo de maquinário agrícola no preparo do solo permitiram o aumento na produção agrícola em países menos desenvolvidos durante as décadas de 60 e 70 e o advento da agricultura convencional.
http://geografiaetal.blogspot.com.br/2011/08
/nao-confunda-agricultura-familiar-com.html

CCA - A agricultura convencional é ambientalmente sustentável?
Prof. Salomão - Em absoluto. Esse tipo de agricultura vai de encontro as leis que regulam o equilíbrio e o funcionamento dos ecossistemas. Ela reflete a racionalidade antropocêntrica do homem contemporâneo. Homem este, rico de conhecimentos científicos e tecnológicos, porém, empobrecido de sensibilidade antropoecológica. É por essa razão que a sociedade do tempo presente está enferma biológica, emocional, psicológica e noeticamente. Ela se distanciou da natureza, refugiando-se na caverna das comodidades midiáticas. Volto a reiterar: a agricultura convencional da maneira que ela é empreendida, é anti natural, pois prioriza a monocultura e grandes extensões de plantações; causa desequilíbrios ecológicos severos; usa de insumos e agrotóxicos de maneira abusiva; degrada o solo e os recursos hídricos, provoca desmatamentos; fomenta pouquíssimos empregos; gera a concentração fundiária; acelera a favelização das zonas urbanas, pois instiga o exôdo rural.
Como se vê, essa agricultura é insustentável ecológica e socialmente. Ela sómente  é "sustentável", para uma minoria que privatiza os lucros e socializa os impactos ambientais negativos.

CCA - Da forma como o senhor coloca, dá a entender que a agricultura convencional não tem valor algum?
Prof. Salomão - O perigo de quem fala ou escreve é que muitas vezes ele pode ser incompreendido. Esse modelo de agricultura tem seus méritos: aumentou a produção mudial de alimentos e diminuiu os custos de produção (benefícios repassados aos consumidores). Entretanto, os resultados ambientais e sociais não foram tão positivos. Como já foi dito alhures, a agricultura convencional provoca lamentáveis impactos socioambientais. Dentre eles podemos citar:

  • degradação dos solos pela ocorrência de erosão, acidificação, salinização e compactação; 
  • desmatamentos ilegais; 
  • perda da conservação dos recursos genéticos e da biodiversidade pela especialização dos produtos;
  • contaminação da água, solos, ar e dos alimentos pelo uso inconveniente de adubos químicos e agrotóxicos;
  • intoxicação de agricultores, trabalhadores rurais e consumidores  pelo uso indevido de agrotóxicos;
  • aparecimento de novas pragas e surgimento de pragas resistentes;
  • concentração de renda e exclusão social.

http://blogooba.blogspot.com.br/2010_04_01_archive.html


CCA - Se a agricultura convencional é tão impactante socioambientalmente, qual seria o melhor sistema agrícola?
Prof.Salomão - Seria o sistema agrícola que afeta minimamente o meio ambiente. Em outras palavras, conserva o solo, a água, os recursos genéticos animais e vegetais, a biodiversidade. Além do mais é economicamente viável e socialmente aceitável.
http://www.emquemundovocevive.com.br/bem-estar/page/7/

São alguns exemplos de sistemas agrícolas sustentáveis: agricultura orgânica, agricultura biodinâmica, agricultura natural e permacultura. Todos eles integram as diversas descobertas e estudos da natureza e suas inter-relações aos aspectos econômicos, sociais e ambientais da produção de alimentos.


*Prof. Ms. Aguinaldo Salomão Silva - Professor de Biologia, Mestre em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília, Educador Ambiental, Gerente de Projetos Socioambientais e Consultor Ambiental.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Planejamento - Projeto trilhas ecológicas


As trilhas ecológicas não constituem apenas uma importante ferramenta de educabilidade ambiental, mas igualmente, uma possibilidade de tornar o conhecimento curricular pertinente, contextualizado e real. 
O contato direto com o ambiente natural é um instrumento de ensino experiencial, que oferece a vivência dos conteúdos abordados no âmbito escolar. Dentro desse contexto, é importannte sublinhar que as trilhas ecológicas são instrumentos didático pedagógicos que proporcionam um aprendizado rico de afetividade e de conhecimento. Afetividade, no sentido de amor, respeito, pertença e cuidado pela nartureza. Conhecimento, porque, nessas atividades extra-classe, os alunos terão a possibilidade de integar seus saberes geográficos, biológicos, ecológicos, físicos e químicos, dentro de uma perspectiva socioambiental interdisciplinar.
Segue abaixo, de forma resumida o planejamento estratégico do Projeto Trilhas Ecológicas:


Local 

Parque Ecológico Olhos d'água

pib.socioambiental.org


brasilia.deboa.com


Objetivos:
  • Observar os elementos bióticos (flora, fauna, fungos, etc.) e abióticos (solo, água, temperatura, etc.) do ecossistema Olhos d'água;
  • Despertar nos alunos o reencantamento, a veneração e o cuidado pelo meio ambiente natural.

Pùblico - alvo

Alunos do Clube de Ciências Socioambientais "Marechal Cândido Rondon" - Colégio Militar de Brasília.

Metodologia

Caminhadas nas trilhas, pontuadas com observações, exercícios de sensorialidade, reflexões e registros fotográficos.

Data 

22/09/2015 

Horário de saída

13:30 horas.

Horário de chegada

15:30 horas.

Avaliação

Participação dos alunos e apresentação de relatórios.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Após matar leão, dentista norte-americano é alvo de críticas na internet

Caça esportiva: que diversão é essa?

Gabriela Lima

A caça é uma das mais antigas atividades do ser humano para a sua sobrevivência. Entretanto, devido ao crescimento populacional e o desenvolvimento da civilização, a matança de animais tornou-se insuficiente para o abastecimento da espécie humana. Com a Revolução Neolítica e a Revolução Verde, a obtenção de alimentos não foi mais problema.
A caça como sustento ainda continua sendo empreendida, porém em pequenas comunidades isoladas, como algumas tribos indígenas, por exemplo. 
Atualmente, uma caça que vem chamando a atenção de toda comunidade internacional, principalmente dos ambientalistas, é a esportiva. Nesse tipo de diversão, vê-se certas pessoas, praticando ações maldosas e pervertidas com os animais, no intuito de provar sua soberania perante os seres "inferiores" da Criação.
À guisa de exemplo, podemos citar a pesca esportiva. Em nome de um suposto divertimento, pesca-se o peixe. Depois ele é devolvido para seu habitat natural. Entretanto, o que o pescador não imagina, é que o peixe vai morrer a curto, médio ou longo prazo. Por que? Muito simples. O peixe teve sua cavidade bucal perfurada, rasgada e lacerada pelo anzol. Sem contar que as vezes a linha arrebenta e o anzol, fica enterrado nos tecidos de sua boca ou em outras partes do corpo. Com o passar dos dias, esse ferimento infecciona, devido a contaminação de agentes microbianos. Em questão de dias ou semanas, o pobre animal morre. Mas antes de ter a sua vida cessada, ele padece dores não muito agradáveis, visto que o mesmo já possui um sistema neuro-sensorial relativamente desenvolvido. Que prazer é esse, que para ser feliz, é necessário fazer um outro ser sofrer? 
O ser humano precisa desenvolver em si a empatia não apenas para os seres de sua espécie, mas também para com os animais. Será que uma pessoa se sente bastante confortável numa cadeira de dentista, quando sua gengiva é perfurada por agulhas ou rasgada pelo bisturi? Evidentemente que não!
A caça esportiva legalizada, quase sempre carrega como justificativa o controle da superpopulação de animais. Esse argumento não se enquadra na lógica da sustentabilidade socioambiental, pois essa racionalidade predatória, tem muito haver com o homem globalizado, capitalista e tecnocrata. Para esse tipo de mentalidade, é mais lógico matar os animais. A caça esportiva tem gerado uma lucratividade de bilhões de dólares por ano.
Independentemente, da caça ser esportiva ou não, é preciso levar em conta que todos os seres vivos integrantes dos ecossistemas naturais, vivem dentro de um perfeito equilíbrio. Qualquer intromissão antrópica na Natureza, por mínima que seja, causa um impacto ambiental, isto é, perturba a funcionalidade ecológica da teia vida.
No meio ambiente natural, nenhum ser vivo está isolado. Todos, sem excessão só conseguem sobreviver, porque se encontram indissoluvelmente ligados entre si. Quando o ser humano por sua ganância, desinformação, egoísmo, orgulho e sadismo, assassina os animais em seus ambientes naturais, ele está matando a si mesmo. Matando a si mesmo?... Como assim? Todo o seu sistema econômico e social, depende totalmente do equilíbrio ecológico. 


BIBLIOGRAFIA

CALEGARE, M.G.A, JÚNIOR, N. S. Crise do racionalismo moderno e transição paradigmática: uma utopia ecológica? Gaia Scientia, v.8, N.1, 2014.
http://www.ibama.gov.br - Acesso em 08/09/2015

*Este artigo foi escrito por Gabriela Lima,  estudante do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Militar de Brasília. Para a construção deste artigo a estudante foi orientada pelo Biólogo e professor Salomão.