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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Erva de passarinho, uma planta hemiparasita

Prof. Salomão

            A erva-de-passarinho recebeu esse nome porque se espalha com a ajuda dos pássaros que se alimentam de frutas.
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        É uma planta que pertence ao grupo das angiospermas e mais especificamente a família Loranthaceae. Esse grupo compreende cerca de 70 gêneros, onde se encontram distribuídas 950 espécies que ocorrem predominantemente nas regiões tropicais (ROTTA, 2001). Esta entre as maiores família que possuem hemiparasitas, atacando uma grande variedade de hospedeiros vegetais. 
           Essa planta utiliza a seiva bruta presente no xilema do hospedeiro, com o objetivo de obter nutrientes necessários ao seu desenvolvimento e sobrevivência. Esta seiva fornece-lhes água e sais minerais, entretanto, não são completamente dependentes deste hospedeiro, pois realizam igualmente fotossíntese, podendo mesmo em alguns casos viver sem ele.  
            A distribuição desta fitoparasita em seus hospedeiros pode ser determinada por uma série de fatores: especificidade do mesmo, distância entre hospedeiros, condições ambientais, luminosidade, arquitetura da planta hospedeira, comportamento alimentar e seleção do habitat pelo agente dispersor.
            A erva-de-passarinho desenvolve-se sobre os galhos e troncos de arbustos, arvoretas e árvores de ruas, praças, jardins e pomares, parasitando-as. Ocorre naturalmente, também, nas florestas nativas, porém em menor quantidade, possivelmente devido a presença de fontes alternativas de alimentação.

Dispersão das sementes

       
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A dispersão das sementes da erva-de-passarinho se dá a partir da planta-mãe por meio de aves frugíveras, pássaros que se alimentam de frutos. Uma vez ingeridos os frutos, esses secretam no tubo digestório dos pássaros uma substância purgante que causa o estímulo da defecação. Movidos por esse estímulo, sentem vontade de evacuar. Ao pousarem sobre o tronco ou galho de uma árvore lançam suas fezes, juntamente com as sementes.  Uma vez no caule da planta hospedeira, a semente germina, emitindo raízes do tipo haustório. Esse sistema radicular invade o xilema do vegetal parasitado, sugando a seiva inorgânica (água e sais minerais) e, em alguns casos, açúcares e aminoácidos.
                       
A planta vitimada por esse tipo de parasitismo

          O tempo de vida da árvore, após a contaminação, depende de sua espécie, da qualidade do solo e de seu nível de estresse, que está ligada ao local onde esteja fixada e ao nível de poluição do ar no lugar onde vive.
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          Entretanto, importa destacar que, a planta vitimada por esse tipo de fitoparasitismo pode ficar enfraquecida e suscetível a várias outras doenças. Em casos mais graves de contaminação a planta poderá morrer. 
            
Manejo sustentável

        Até o presente momento, não existe nenhum herbicida recomendado para acabar com essa planta parasita. A única maneira de se livrar dessas “ervas daninhas” sem comprometer a saúde da árvore e o equilíbrio ecossistêmico, é mesmo arrancando-as dos galhos, por meio da poda ou raspagem (BIONDI, Et al, 2006). Caso esse manejo não seja viabilizado sustentavelmente, a planta hospedeira poderá morrer, causando assim impactos socioambientais negativos, na flora que integra os bosques, jardins e parques dos ecossistemas urbanos.
         
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Embora se espalhem com certa facilidade, não crescem com muita rapidez. No entanto, é de fundamental importância arrancar os focos de contaminação tão logo se mostrem visíveis nos galhos ou copas das árvores.


Nada é desprezível em a natureza

            A erva-de-passarinho, não dever ser vista unicamente como vilã. Ela também desempenha nos ecossistemas naturais inúmeros serviços ambientais. Para o homem, a erva-de- passarinho vem sendo utilizada no campo farmacêutico. De seus princípios ativos, é possível extrair medicamentos para a cura de muitas doenças humanas.




Referências Bibliograficas

APEZZATO-DA-GLÓRIA B. & CARMELLO-GUERREIRO S. M. 2006. Anatomia Vegetal. 2ª ed. Editora UFV, Viçosa, 2006.
RAVEN P.H., EVERT R.F. & EICHHORN S.E. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2007.
RJ.LEAL, L; BUJOKAS, W.M; BIONDI, D. Análise da infestação de erva-de-passarinho na arborização de ruas de Curitiba, PR. Floresta, v. 36, n. 3, 2006.
ROTTA, E. 2001. Erva-de-passarinho (Loranthaceae) na arborização urbana: Passeio Público de Curitiba, um estudo de caso. Curitiba. 135f. Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, 2001.



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