Objetivos propostos: fomentar uma Educação Ambiental promotora da formação de valores, atitudes e habilidades voltadas para ações individuais e coletivas, em prol do meio ambiente; despertar o interesse para a identificação, prevenção e solução dos problemas ambientais; estudar o meio ambiente em sua totalidade, considerando os meios natural, socioeconômico e cultural, sob o enfoque da sustentabilidade. Horário: encontros quinzenais (às quartas-feiras). Local das reuniões: Anfiteatros do CMB.
CMB

segunda-feira, 14 de agosto de 2017
Uma análise do vídeo "Como os lobos mudam os rios" por Rafael Araujo
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Aluno Rafael Araujo (CEA), turma 105 |
Notou-se
que apesar de os lobos matarem muitas espécies de animais, eles também
dão vida a muitas outras. Após um longo período sem os lobos, o número
de cervos e veados cresceu quase que exponencialmente (devido a falta de
predadores), e como essas espécies viviam da pastagem, isso acabou
reduzindo a vegetação local. Entretanto, com o retorno dos lobos, foi
possível constatar a grande influência que eles exercem no habitat,
visto que eles acabaram não apenas controlando a população de cervos e
veados, mas alterando também o comportamento dos mesmo, porquanto esses
herbívoros evitavam certas áreas do Parque com medo dos lobos.
Com
o perpassar dos anos foi possível verificar que em pouco tempo, esses
locais começaram a se renovar, por meio do surgimento de florestas e
matas. Como resultado disso, inúmeras espécies como pássaros e castores.
Esses "engenheiros do ecossistema", criam lares para outros animais
construindo represas, as quais proporcionam um habitat para lontras,
patos, peixes, répteis e anfíbios. Além disso, os lobos predam coiotes,
o que fez com que a população de de coelhos e camundongos crescem,
atraindo falcões, raposas, corvos e águias. Tudo isso ocorreu devido ao
retorno dos lobos ao Parque.
Não
obstante a tudo isso, o mais interessante de toda essa fenomenologia
ecológica é a que diz respeito a capacidade dos lobos de mudarem o curso
dos rios. Por causa da regeneração das florestas, os rios puderam
seguir seu curso com mais facilidade, e com a vegetação florescendo nos
vales, o solo se tornou mais fortalecido. Em decorrência disso, os rios
começaram a desviar menos, pois a vegetação estabilizou a erosão. Além
disso, os canais se estreitaram, mais piscinas naturais e cascatas
foram formadas, o que redundou no ressurgimento da vida selvagem em toda
sua plenitude.
Em
resumo, podemos afirmar que os lobos, mesmo em pequeno número,
conseguiram não apenas transformar a geografia física,
mas igualmente a paisagem natural do Parque Yelowstone, restabelecendo desse modo o delicado equilíbrio
dinâmico da teia da vida. Todos os seres vivos estão interligados e
interdependentes entre si. Se um nó dessa teia for subtraído ou afetado
negativamente, todo um ecossistema de milhões de anos de evolução,
poderá entrar em fragoroso colapso. E não é apenas os seres vivos que
sofrerão as consequências, mas a civilização humana, visto que a
economia é totalmente dependente da ecologia. Um exemplo que ilustra a nossa assertiva foi o colapso socioambiental da Ilha de Páscoa, ilha da Polinésia oriental, localizada no Oceano Pacífico.
sábado, 12 de agosto de 2017
Estudo de campo no Parque das Sucupiras
No dia 14 de Junho de 2017, o Clube de Estudos Ambientais (CEA), empreendeu uma atividade pedagógica de Educação Ambiental no Parque Ecológico Das Sucupiras, Sudoeste, Brasília-DF, com o objetivo de conhecer os aspectos socioambientais do mesmo. Na ocasião foi realizada igualmente uma oficina de pintura, sob a coordenação do professor Fernando Lopes, docente da cadeira de Artes do Colégio Militar de Brasília. Essa atividade foi a concretização de um minicurso teórico prático de Ilustração Científica, promovido pelo Prof. Dr. Marcos Ferraz, Biólogo do Núcleo de Ilustração científica da Universidade de Brasília (NICBio).
Histórico
O Parque Ecológico das Sucupiras, foi criado em 2005 e se encontra localizado entre a área da Marinha e o Eixo Monumental. Ele protege 25 hectares de uma das maiores manchas preservadas de cerrado na área tombada. Dentro desse contexto, um fato que merece destaque é que desde 2010, os moradores do Setor Sudoeste, por meio da Associação Parque Ecológico das Sucupiras (Apaes) vem se dedicando a um trabalho de preservação ambiental e manutenção da qualidade de vida da região. Essa importante organização civil, também têm se mobilizado contra a construção da quadra 500. O presidente da Associação Parque Ecológico das Sucupiras, Fernando Lopes, bem como os demais integrantes, tem proposto que essa região seja preservada e incorporada à do Parque.
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Professor Fernando Lopes instruindo os alunos acerca dos aspectos biológicos, cênicos, econômicos, sociais e ecológicos do Parque das Sucupiras |
Histórico
O Parque Ecológico das Sucupiras, foi criado em 2005 e se encontra localizado entre a área da Marinha e o Eixo Monumental. Ele protege 25 hectares de uma das maiores manchas preservadas de cerrado na área tombada. Dentro desse contexto, um fato que merece destaque é que desde 2010, os moradores do Setor Sudoeste, por meio da Associação Parque Ecológico das Sucupiras (Apaes) vem se dedicando a um trabalho de preservação ambiental e manutenção da qualidade de vida da região. Essa importante organização civil, também têm se mobilizado contra a construção da quadra 500. O presidente da Associação Parque Ecológico das Sucupiras, Fernando Lopes, bem como os demais integrantes, tem proposto que essa região seja preservada e incorporada à do Parque.
A quadra 500 é um projeto feito para uma área que não poderia ser ocupada, porquanto não atende não atende os requisitos de uma Superquadra, visto que devastará importante área do cerrado nativo remanescente no Plano Piloto. Além disso, essa ocupação irá causar um impacto ambiental extremamente negativo no já caótico trânsito do Setor Sudoeste, bem como no consumo de água, produção de lixo e esgotos e perda da biodiversidade botânica e zoológica desse importa bioma.
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https://urbanistasporbrasilia.wordpress.com/2015/05/19 |
Associação do Parque Ecológico das Sucupiras
A Associação Parque Ecológico das Sucupiras, (Apes) é uma organização civil que luta pela preservação do cerrado na área da Marinha localizada no Setor Sudoeste, em Brasília - DF, tem como reivindicação principal a incorporação dessa área ao Parque das Sucupiras. Durante
os últimos meses, a Apes, o Instituto Histórico e Geográfico do DF e a Pró-Federação de Entidades em Defesa do DF tem acompanhado de perto os processos em discussão no TCDF e no TRF. Houve uma vitória inicial no TCDF, com a manutenção da proibição da quadra 500. Infelizmente, apesar de tantas provas que demonstram ilegalidades no projeto da Quadra 500, a 6ª Turma do TRF da 1ª Região decidiu em 19 de maio de 20015 que a construção da Quadra 500 do Setor Sudoeste não viola o Conjunto Urbanístico de Brasília. Se trata de uma decisão que desconsiderou flagrantemente o valor legal e urbanístico do documento Brasília revisitada e do Decreto 10.829/1987.
O momento é de grande risco, pois a decisão a favor da construtora se baseia em uma perícia inconsistente, que questionou inclusive a validade do próprio documento Brasília Revisitada, em uma nítida manobra que demonstra o poder dos interesses econômicos, sua capacidade de deturpar e interpretar a lei a seu favor. Diante desse perigoso quadro, a Associação Parque Ecológico das Sucupiras tem empreendido inúmeros atos de manifestação pública em defesa da legitimidade e pela preservação do cerrado na área que pertenceu à Marinha, onde se pretende implantar a SQSW 500.
A manifestação pública é o maior triunfo para fazer valer sua voz. É preciso mudar as condições politicas que ainda permitem às empreiteiras continuar impondo seus interesses, acima da lei e do interesse maior da coletividade (https://urbanistasporbrasilia.wordpress.com).
Cerrado
O alto índice de desmatamento do cerrado, segundo maior bioma do Brasil, preocupa cada dia mais os ambientalistas. De 2002 a 2008, 1% do cerrado desapareceu por ano — o que representa um total de 127.560km² de área devastada. Alguns estudiosos chegam a arriscar que, se for mantido o atual ritmo acelerado de destruição, o bioma tende a desaparecer dentro de 50 anos. Desde o início da construção de Brasília, na década de 1950, cerca de 68% do cerrado desapareceram do mapa. A esperança dos especialistas está nas 53 unidades de conservação espalhadas pelo território nacional. O problema é que elas representam apenas 7% do total de 2.039.386 km² do bioma. A saída é, então, desenvolver ações criativas para impedir um futuro pior.
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o DF é a unidade da Federação que menos desmatou o cerrado nos últimos seis anos. E é a única que no país que tem 93% do território protegido contra desmatamento. Fotos tiradas de satélites e o trabalho de ambientalistas mostram, no entanto, uma realidade diferente. Com a devastação em grande escala, cerca de 12 mil espécies de plantas, 320 mil de animais e as principais bacias hidrográficas do Brasil correm perigo. Os números são preocupantes, mas levantamentos como este são necessários para atualizar o mapa da devastação do bioma no país e, a partir daí, definir as metas para recuperar o tempo perdido.
O que dizem os especialistas
O chefe do Departamento de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente e professor do Departamento de Ecologia da UnB, Bráulio Ferreira de Souza Dias, empreendeu uma pesquisa para estudar o mapa de devastação do Cerrado. A primeira análise, realizada em 2002 com ajuda de imagens capturadas por dois satélites, mostrou que 41,9% do ecossistema estava destruído. Naquela época, blocos de 40 hectares de terra passaram pela pesquisa. Em 2008, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) voltou à região, que abrange 11 estados e o Distrito Federal, para detalhar a pesquisa. O resultado: 127.560 km² a menos de cerrado. “Se continuarmos neste ritmo, vamos ficar apenas com as unidades de conservação do bioma, que alcança 7% de todo o cerrado. Destes, apenas 2,5% têm garantias de conservação integral. É insuficiente para garantir a biodiversidade do cerrado”, explicou Bráulio.
A doutora em biologia animal da UnB Keila Macfadem ressaltou a preocupação em relação aos animais do cerrado. Segundo ela, 10 espécies de mamíferos do bioma correm risco de desaparecer em 50 anos se não foram desenvolvidas políticas ambientais para impedir a devastação. Com a proliferação das áreas urbanas ou ainda de campos de plantação e criação de gado, as unidades de conservação ficaram afastadas umas das outras. Outro fato recorrente é o fechamento dos corredores ecológicos, que permitem a circulação dos bichos entre as áreas protegidas. Dessa forma, os animais têm dificuldades para procriar. O tatu-canastra, por exemplo, foi encontrado apenas no Parque da Água Mineral. E as antas só vivem no Parque Nacional ou na Estação Ecológica de Águas Emendadas.
Como consequência, os animais são obrigados a correr o risco em estradas, comer lixo em áreas próximas às cidades e ainda se proteger de animais urbanos, como cachorros. Para desenvolver a pesquisa, Keila Macfadem analisou 35 espécies de mamíferos na região. Para compreender a rotina e aprender sobre a vida dos bichos, ela instalou de 70 câmeras fotográficas em pontos estratégicos de três áreas de conservação ambiental do Centro-Oeste — Estação Ecológica de Águas Emendadas, Parque Nacional da Água Mineral e Área de Proteção Ambiental Gama/Cabeça-de-Veado. O trabalho foi realizado por quatro meses, sendo que dois de chuva e dois de seca.
A respeito da preservação e conservação do cerrado, o presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Gustavo Souto Maior, afirmou: “Tem que haver o equilíbrio entre o meio ambiente e o desenvolvimento econômico.”.
Considerações finais
A visita empreendida ao Parque das Sucupiras, no Sudoeste, Brasília, DF, foi fecunda em termos de aprendizado ambiental, porquanto oportunizou aos discentes do Clube de Estudos Ambientais do Colégio Militar de Brasília (CEA/CMB), uma aprendizagem significativa no campo dos saberes ambientais.
Os objetivos que nortearam essa atividade didático pedagógica foram atingidos, visto que os alunos revelaram uma compreensão maior acerca da importância ambiental do Bioma Cerrado, bem como o papel significativo da Associação Parque Ecológico das Sucupiras (Apaes) para a preservação e conservação do cerrado localizado entre a área da Marinha e o Eixo Monumental.
Referências
https://urbanistasporbrasilia.wordpress.com/2015/05/19/quem-quer-uma-nova-expansao-para-o-sudoeste/ - Acesso em 12/08/2017.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2009/10/23/interna_cidadesdf,150142/index.shtml - Acesso em 12/08/2017.
http://apesucupiras.blogspot.com.br/ - Acesso em 12/08/2017.
Cerrado
O alto índice de desmatamento do cerrado, segundo maior bioma do Brasil, preocupa cada dia mais os ambientalistas. De 2002 a 2008, 1% do cerrado desapareceu por ano — o que representa um total de 127.560km² de área devastada. Alguns estudiosos chegam a arriscar que, se for mantido o atual ritmo acelerado de destruição, o bioma tende a desaparecer dentro de 50 anos. Desde o início da construção de Brasília, na década de 1950, cerca de 68% do cerrado desapareceram do mapa. A esperança dos especialistas está nas 53 unidades de conservação espalhadas pelo território nacional. O problema é que elas representam apenas 7% do total de 2.039.386 km² do bioma. A saída é, então, desenvolver ações criativas para impedir um futuro pior.
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http://www.portalmatogrosso.com.br/ecossistemas/cerrado-ajuda-cobrir-de-verde -metade-do-territorio-do-territorio-brasileiro/33741 |
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o DF é a unidade da Federação que menos desmatou o cerrado nos últimos seis anos. E é a única que no país que tem 93% do território protegido contra desmatamento. Fotos tiradas de satélites e o trabalho de ambientalistas mostram, no entanto, uma realidade diferente. Com a devastação em grande escala, cerca de 12 mil espécies de plantas, 320 mil de animais e as principais bacias hidrográficas do Brasil correm perigo. Os números são preocupantes, mas levantamentos como este são necessários para atualizar o mapa da devastação do bioma no país e, a partir daí, definir as metas para recuperar o tempo perdido.
O que dizem os especialistas
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Prof. Dr Bráulio |
A doutora em biologia animal da UnB Keila Macfadem ressaltou a preocupação em relação aos animais do cerrado. Segundo ela, 10 espécies de mamíferos do bioma correm risco de desaparecer em 50 anos se não foram desenvolvidas políticas ambientais para impedir a devastação. Com a proliferação das áreas urbanas ou ainda de campos de plantação e criação de gado, as unidades de conservação ficaram afastadas umas das outras. Outro fato recorrente é o fechamento dos corredores ecológicos, que permitem a circulação dos bichos entre as áreas protegidas. Dessa forma, os animais têm dificuldades para procriar. O tatu-canastra, por exemplo, foi encontrado apenas no Parque da Água Mineral. E as antas só vivem no Parque Nacional ou na Estação Ecológica de Águas Emendadas.
Como consequência, os animais são obrigados a correr o risco em estradas, comer lixo em áreas próximas às cidades e ainda se proteger de animais urbanos, como cachorros. Para desenvolver a pesquisa, Keila Macfadem analisou 35 espécies de mamíferos na região. Para compreender a rotina e aprender sobre a vida dos bichos, ela instalou de 70 câmeras fotográficas em pontos estratégicos de três áreas de conservação ambiental do Centro-Oeste — Estação Ecológica de Águas Emendadas, Parque Nacional da Água Mineral e Área de Proteção Ambiental Gama/Cabeça-de-Veado. O trabalho foi realizado por quatro meses, sendo que dois de chuva e dois de seca.
A respeito da preservação e conservação do cerrado, o presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Gustavo Souto Maior, afirmou: “Tem que haver o equilíbrio entre o meio ambiente e o desenvolvimento econômico.”.
Considerações finais
A visita empreendida ao Parque das Sucupiras, no Sudoeste, Brasília, DF, foi fecunda em termos de aprendizado ambiental, porquanto oportunizou aos discentes do Clube de Estudos Ambientais do Colégio Militar de Brasília (CEA/CMB), uma aprendizagem significativa no campo dos saberes ambientais.
Os objetivos que nortearam essa atividade didático pedagógica foram atingidos, visto que os alunos revelaram uma compreensão maior acerca da importância ambiental do Bioma Cerrado, bem como o papel significativo da Associação Parque Ecológico das Sucupiras (Apaes) para a preservação e conservação do cerrado localizado entre a área da Marinha e o Eixo Monumental.
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Ilustração científica empreendida pela aluna Rafaela Zeitoune |
Referências
https://urbanistasporbrasilia.wordpress.com/2015/05/19/quem-quer-uma-nova-expansao-para-o-sudoeste/ - Acesso em 12/08/2017.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2009/10/23/interna_cidadesdf,150142/index.shtml - Acesso em 12/08/2017.
http://apesucupiras.blogspot.com.br/ - Acesso em 12/08/2017.
terça-feira, 13 de junho de 2017
Minicurso de Ilustração Científica
Alunos e alunas integrantes do clube de Estudos Ambientais (CEA) do Colégio Militar de Brasília participaram, no dia 31 de maio de 2017, de um Minicurso de Ilustração Científica. O evento ocorreu por iniciativa do Professor Fernando Lopes, da disciplina de Artes do 3º ano do Ensino Médio. O curso foi ministrado pelo Prof. Dr. Marcos Ferraz, Biólogo do Núcleo de Ilustração Científica da Universidade de Brasília (NICBio).
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Prof. Dr Marcos Ferraz (UnB) e professor Fernando Lopes com os alunos do CEA |
Na ocasião, os alunos aprenderam técnicas iniciais de representação de material biológico utilizando modelos do acervo do Laboratório de Biologia do CMB. Também, aprenderam a confeccionar um caderno para anotações de campo e conheceram ilustrações em nanquim e aquarela para divulgação no meio científico.
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Prática do minicurso de Ilustração Científica no Laboratório de Biologia sob a supervisão do Major Fraga e Prof Marcos |
Na segunda parte do Curso, os alunos visitarão o Parque das Sucupiras, Parque Urbano do Distrito Federal, visando à observação de material biológico de espécies nativas do Cerrado para sua posterior ilustração. Os trabalhos desenvolvidos nessa oficina serão apresentados em Exposição Conjunta do Núcleo de Artes do Colégio Militar de Brasília e do Clube de Estudos Ambientais.
Arte e ciência
O conhecimento pode ser comparado a uma árvore com infinitos ramos e folhas. É impossível ao ser humano abarcar toda a realidade fenomênica em sua plenitude. Seria como desejar que uma molécula de água descrevesse a magnificência do oceano. A mente humana quando comparada ao Sol da Mente Cósmica não passa de uma insignificante e pálida centelha.
Daí o imperativo de recortar, fragmentar, compartimentar, fracionar e pulverizar a realidade sensível ou intangível para que possamos compreendê-la com mais acerto e substancialidade. O único cuidado que devemos ter nesse recortar do mundo, é o fato de não se perder no labirinto da hiper especialização e perder o visão do todo e a perspectiva orgânica.
Nessa atividade interdisciplinar de "Ilustração Científica", foi possível mostrar aos alunos que a Arte e a Ciência não constituem saberes dicotômicos, excludentes. É possível sim, que é possível integrar razão com emoção, cérebro e coração, objetividade e subjetividade, ciência e arte, pesquisa e sensibilidade.
Concordamos com o pensamento de Massarani e Moreira (2006), quando afirmam que:
"tanto a ciência quanto a arte se "nutrem-se do mesmo húmus, a curiosidade humana, a criatividade, o desejo de experimentar. Ambas são condicionadas por sua história e seu contexto. Ambas estão imersas na cultura, mas imaginam e agem sobre o mundo com olhares, objetivos e meios diversos. O fazer artístico e o científico constituem duas faces da ação e do pensamento humanos, faces complementares mas mediadas por tensões e descompassos, que podem gerar o novo, o aprimoramento mútuo e afirmação humanística."
Em substância, essa experiência pedagógica de "Ilustração Científica" foi significativamente fecunda, pois oportunizou aos discente do Clube de estudos Ambientais uma visão de que sustentabilidade em seu aspecto mais amplo, não pode se eximir de uma dialogia interdisciplinar entre a arte e a ciência. E nesse particular vale a pena relembrar a figura mítica e extraordinária do polímato Leonardo da Vinci. Esse notável homem renascentista soube integralizar magistralmente, ciência e arte, religião e espiritualidade.
REFERÊNCIAS
Massarani, L. e Moreira, I.C. Por que um diálogo entre ciência e arte? História, Ciência, Saúde. Manguinhos, Rio de Janeiro,2006.
Lanni, O. Variações sobre arte e ciência. Tempo social - USP, 2004.
Ferreira, F.R. Ciência e arte: investigações sobre identidades, diferenças e diálogos. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n.1, p. 261-280, jan./abr.2010.
Daí o imperativo de recortar, fragmentar, compartimentar, fracionar e pulverizar a realidade sensível ou intangível para que possamos compreendê-la com mais acerto e substancialidade. O único cuidado que devemos ter nesse recortar do mundo, é o fato de não se perder no labirinto da hiper especialização e perder o visão do todo e a perspectiva orgânica.
Nessa atividade interdisciplinar de "Ilustração Científica", foi possível mostrar aos alunos que a Arte e a Ciência não constituem saberes dicotômicos, excludentes. É possível sim, que é possível integrar razão com emoção, cérebro e coração, objetividade e subjetividade, ciência e arte, pesquisa e sensibilidade.
Concordamos com o pensamento de Massarani e Moreira (2006), quando afirmam que:
"tanto a ciência quanto a arte se "nutrem-se do mesmo húmus, a curiosidade humana, a criatividade, o desejo de experimentar. Ambas são condicionadas por sua história e seu contexto. Ambas estão imersas na cultura, mas imaginam e agem sobre o mundo com olhares, objetivos e meios diversos. O fazer artístico e o científico constituem duas faces da ação e do pensamento humanos, faces complementares mas mediadas por tensões e descompassos, que podem gerar o novo, o aprimoramento mútuo e afirmação humanística."
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Em substância, essa experiência pedagógica de "Ilustração Científica" foi significativamente fecunda, pois oportunizou aos discente do Clube de estudos Ambientais uma visão de que sustentabilidade em seu aspecto mais amplo, não pode se eximir de uma dialogia interdisciplinar entre a arte e a ciência. E nesse particular vale a pena relembrar a figura mítica e extraordinária do polímato Leonardo da Vinci. Esse notável homem renascentista soube integralizar magistralmente, ciência e arte, religião e espiritualidade.
REFERÊNCIAS
Massarani, L. e Moreira, I.C. Por que um diálogo entre ciência e arte? História, Ciência, Saúde. Manguinhos, Rio de Janeiro,2006.
Lanni, O. Variações sobre arte e ciência. Tempo social - USP, 2004.
Ferreira, F.R. Ciência e arte: investigações sobre identidades, diferenças e diálogos. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n.1, p. 261-280, jan./abr.2010.
terça-feira, 6 de junho de 2017
Espiritualidade Indígena
No dia 24 de maio de 2017 o Clube de Estudos Ambientais do Colégio Militar de Brasília - CEA/CMB, empreendeu uma atividade pedagógica de educação ambiental centrada na sustentabilidade cultural.
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Até pouco tempo, os pilares da sustentabilidade eram tão somente o econômico, ecológico e o social. Entretanto, um novo pilar vem sendo adicionado ao ideário da sustentabilidade socioambiental: a cultura.
Neste encontro foi trabalhado pedagogicamente a diversidade cultural, que é em substância uma faceta da sustentabilidade cultural. Mas o que significa o termo diversidade cultural? Objetivamente falando, pode ser traduzido como sendo à existência de uma grande variedade de culturas antrópicas. Há inúmeros tipos de manifestações culturais que enaltecem essa variedade. Dentre elas poder-se-ia citar a linguagem, as danças, o vestuário, a religião e outras tradições que concorrem para a organização da sociedade.
Manifestações culturais indígenas
O contato do branco, desde o início da colonização, na maioria das vezes foi prejudicial ao índio e à cultura indígena em geral. A relação ecológica que o homem "civilizado" vem estabelecendo com os povos indígenas tem sido assinalada pela arbitrariedade, desrespeito, cupidez e orgulho. Muitas etnias indígenas foram despossuídas de suas terras e vilipendiadas em suas crenças, valores e tradições culturais.
Nesse nosso encontro das "Quartas Sustentáveis", procuramos estudar e refletir com os alunos a questão da espiritualidade dos povos indígenas e sua relação com a sustentabilidade socioambiental.
O tema gerador de nossa ação docente foi a leitura de uma artigo científico que tematizava sob a ótica antropológica e sociológica "Xamanismos: algumas abordagens teóricas", do pesquisador Arneide Cemim. O texto permitiu que os alunos resignificassem suas crenças preconceituosas em relação a espiritualidade dos povos indígenas. Crenças essas oriundas de uma visão de mundo plasmada por um ensino acadêmico ainda formatado no paradigma eurocêntrico e no dogmatismo cristão.
Em um momento de nossa reflexão coletiva um aluno tomou a palavra e disse:
- "Eu pensava que o xamanismo era pura feitiçaria..."
Nessa simples fala é possível depreender o quanto a mesma está impregnada de preconceito e desinformação. Mostramos a esse jovem que existe no mundo muito prejulgamento e pouco conhecimento daquilo que se critica. Daí a importância de questionarmos e reavaliarmos sempre as crenças que nos são impostas pelo meio cultural no qual estamos inseridos. Caso contrário, teremos uma forma de pensar, sentir e agir intolerantes. E onde inexiste um esforço de conhecer e compreender o diferente, irrompe sempre o sectarismo e as conflituosidades em seus mais variados matizes.
Uma outra aluna afirmou:
- " Pelo que eu percebi em nossa leitura, o xamanismo apregoa a mesma coisa que a minha religião: fazer o bem, ser honesto, respeitar o próximo e a natureza."
A nossa discente tem razão em sua fala, pois se estudarmos a essência doutrinária do cristianismo, do budismo, islamismo, taoísmo e judaísmo, constataremos que a espiritualidade indígena acredita numa Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas (Grande Espírito), na importância da vivência da fraternidade em nossas relações interpessoais e no cuidado afetuoso e respeitoso da natureza.
O xamanismo, isto é a espiritualidade indígena, nos lembra invariavelmente que "a terra não pertence ao homem: é o homem que pertence à terra (...) todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride à terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará."
Após a leitura, as reflexões nos reunimos em círculo com o propósito de simbolizar que nós os seres humanos somos os meio ambiente e que estamos indissoluvelmente ligados a teia da vida e a todos os elementos da natureza.
Considerações finais
Essa aula de educação ambiental ao ar livre (Bosque das Forças Armadas) foi muito significativa para todos os alunos. Todos os presentes ignoravam que os indígenas possuíam um sistema de crenças tão rico de espiritualidade e sabedoria. E natural, naturalíssima essa perplexidade por parte dos discentes, porquanto todos eles e e igualmente nós, fomos aculturados numa cosmovisão centrada no eixo axiomático europeu e cristão. Em outras palavras, fomos doutrinados, condicionados culturalmente a contemplar o índio como um ser humano selvagem, bruto, cruel e preguiçoso. Crescemos com essa percepção extremamente preconceituosa e excludente.
No entanto, após refletirmos acerca da espiritualidade indígena pudemos contatar que os alunos haviam mudado sua percepção negativa em relação aos povos indígenas. Acreditamos ter atingido em parte nosso objetivo pedagógico, que foi mostrar aos discentes que a construção de sociedades sustentáveis e sustentadas perpassa indubitavelmente pela disposição para admitir modos de pensar, de agir e de sentir diferentes dos nossos. Em parte porque o processo de desenvolvimento de uma mentalidade mais inclusiva, universalista e humanista demanda um ensino que transcenda as fronteiras aprendizagem meramente racional, instrumental e utilitarista.
Manifestações culturais indígenas
O contato do branco, desde o início da colonização, na maioria das vezes foi prejudicial ao índio e à cultura indígena em geral. A relação ecológica que o homem "civilizado" vem estabelecendo com os povos indígenas tem sido assinalada pela arbitrariedade, desrespeito, cupidez e orgulho. Muitas etnias indígenas foram despossuídas de suas terras e vilipendiadas em suas crenças, valores e tradições culturais.
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https://www.todamateria.com.br/descobrimento-do-brasil/ |
Nesse nosso encontro das "Quartas Sustentáveis", procuramos estudar e refletir com os alunos a questão da espiritualidade dos povos indígenas e sua relação com a sustentabilidade socioambiental.
O tema gerador de nossa ação docente foi a leitura de uma artigo científico que tematizava sob a ótica antropológica e sociológica "Xamanismos: algumas abordagens teóricas", do pesquisador Arneide Cemim. O texto permitiu que os alunos resignificassem suas crenças preconceituosas em relação a espiritualidade dos povos indígenas. Crenças essas oriundas de uma visão de mundo plasmada por um ensino acadêmico ainda formatado no paradigma eurocêntrico e no dogmatismo cristão.
Em um momento de nossa reflexão coletiva um aluno tomou a palavra e disse:
- "Eu pensava que o xamanismo era pura feitiçaria..."
Nessa simples fala é possível depreender o quanto a mesma está impregnada de preconceito e desinformação. Mostramos a esse jovem que existe no mundo muito prejulgamento e pouco conhecimento daquilo que se critica. Daí a importância de questionarmos e reavaliarmos sempre as crenças que nos são impostas pelo meio cultural no qual estamos inseridos. Caso contrário, teremos uma forma de pensar, sentir e agir intolerantes. E onde inexiste um esforço de conhecer e compreender o diferente, irrompe sempre o sectarismo e as conflituosidades em seus mais variados matizes.
Uma outra aluna afirmou:
- " Pelo que eu percebi em nossa leitura, o xamanismo apregoa a mesma coisa que a minha religião: fazer o bem, ser honesto, respeitar o próximo e a natureza."
A nossa discente tem razão em sua fala, pois se estudarmos a essência doutrinária do cristianismo, do budismo, islamismo, taoísmo e judaísmo, constataremos que a espiritualidade indígena acredita numa Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas (Grande Espírito), na importância da vivência da fraternidade em nossas relações interpessoais e no cuidado afetuoso e respeitoso da natureza.
O xamanismo, isto é a espiritualidade indígena, nos lembra invariavelmente que "a terra não pertence ao homem: é o homem que pertence à terra (...) todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride à terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará."
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https://www.museudoindio.org.br |
Após a leitura, as reflexões nos reunimos em círculo com o propósito de simbolizar que nós os seres humanos somos os meio ambiente e que estamos indissoluvelmente ligados a teia da vida e a todos os elementos da natureza.
Considerações finais
Essa aula de educação ambiental ao ar livre (Bosque das Forças Armadas) foi muito significativa para todos os alunos. Todos os presentes ignoravam que os indígenas possuíam um sistema de crenças tão rico de espiritualidade e sabedoria. E natural, naturalíssima essa perplexidade por parte dos discentes, porquanto todos eles e e igualmente nós, fomos aculturados numa cosmovisão centrada no eixo axiomático europeu e cristão. Em outras palavras, fomos doutrinados, condicionados culturalmente a contemplar o índio como um ser humano selvagem, bruto, cruel e preguiçoso. Crescemos com essa percepção extremamente preconceituosa e excludente.
No entanto, após refletirmos acerca da espiritualidade indígena pudemos contatar que os alunos haviam mudado sua percepção negativa em relação aos povos indígenas. Acreditamos ter atingido em parte nosso objetivo pedagógico, que foi mostrar aos discentes que a construção de sociedades sustentáveis e sustentadas perpassa indubitavelmente pela disposição para admitir modos de pensar, de agir e de sentir diferentes dos nossos. Em parte porque o processo de desenvolvimento de uma mentalidade mais inclusiva, universalista e humanista demanda um ensino que transcenda as fronteiras aprendizagem meramente racional, instrumental e utilitarista.
Referências
CEMIM, Areneide. Xamanismo: algumas abordagens teóricas. Revista de educação, cultura e meio ambiente. Março, nº 15, Vol III, 1999.
http://www.progresso.com.br/opiniao/wilson-matos/diversidade-cultural-dos-povos-indigenashttp://www.xamanismo.com.br/o-que-e-xamanismo/
sábado, 29 de abril de 2017
Trabalhando a pedagogia do acolhimento
No dia 18 de abril de 2017 o Clube de Estudos Ambientais do Colégio Militar de Brasília - CEA/CMB, empreendeu uma visita à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE, localizada no Setor de Grandes Áreas Norte, 711, Brasília, DF.
Os objetivos que orientaram essa atividade pedagógica de Educação Ambiental foram os seguintes:
Os objetivos que orientaram essa atividade pedagógica de Educação Ambiental foram os seguintes:
- Adquirir novos conhecimentos, experiências, valores e atitudes no campo da Ecologia Interior, particularmente os princípios que norteiam uma educação voltada para a diversidade, multiculturalidade e alteridade;
- Conhecer os projetos pedagógicos e profissionais que a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, vem desenvolvendo com pessoas portadoras de deficiência intelectual e múltipla.
Fundada em 20/08/1964, a APAE-DF é uma organização não governamental sem fins lucrativos que atende prioritariamente pessoas com deficiência intelectual (associada ou não a outras deficiências) e acima dos 14 anos de idade. Os principais programas da Associação estão voltados para a educação profissional, a inserção e o acompanhamento no trabalho. A entidade beneficia mais de 700 pessoas por ano, entre profissionais com deficiência acompanhados no mercado de trabalho e aprendizes ainda em formação nas oficinas da entidade. Além de sua sede, localizada em Brasília, a Associação possui outras unidades de atendimento em Ceilândia, Sobradinho e Guará.
Todas as atividades realizadas pela APAE/DF são custeadas por meio da contribuição de sócios, doações diretas da comunidade, arrecadações do serviço de telemarketing, realização de campanhas eventos. A entidade, também possui convênios com a Secretaria de Educação do Distrito Federal (para a cessão de professores) e com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (que cobre parte das despesas com aprendizes de baixa renda). Há igualmente parcerias específicas e/ou esporádicas com outros órgãos do governo, empresas privadas e organismos internacionais.
Visitando as diversas oficinas
Ao adentrarmos o portão principal da APAE-SEDE, fomos recepcionados pela professora de educação Física Daniela.
Com muita simpatia e cordialidade a professora deu boas vindas a todos nós, agradecendo antecipadamente a iniciativa do Colégio Militar de Brasília por oportunizar a seus alunos uma visita Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. A gentil professora, fez questão de destacar a importância da parceria que o CMB vem desenvolvendo com a APAE e outras instituições congêneres, no sentido de se preparar para receber doravante os alunos com necessidades educacionais especiais - deficiência física.
Deveras, o Colégio Militar de Brasília, por meio da pessoa do Comandante Cel Alexandre Henrique Souza Da Hora, vem se empenhando afincadamente no sentido de atender em 2018, os alunos com deficiência física. É tangível o hercúleo esforço que o Cel Alexandre Da Hora, vem empreendendo para construção de um sistema educacional inclusivo e democrático.
A docente Daniela explicou também que a APAE/DF possui inúmeros programas de capacitação e profissionalização humana. No entanto, ela fez questão de enaltecer notadamente o dois: Programa de Educação Profissional e Trabalho e o Programa Acadêmico.
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Ao adentrarmos o portão principal da APAE-SEDE, fomos recepcionados pela professora de educação Física Daniela.
Deveras, o Colégio Militar de Brasília, por meio da pessoa do Comandante Cel Alexandre Henrique Souza Da Hora, vem se empenhando afincadamente no sentido de atender em 2018, os alunos com deficiência física. É tangível o hercúleo esforço que o Cel Alexandre Da Hora, vem empreendendo para construção de um sistema educacional inclusivo e democrático.
A docente Daniela explicou também que a APAE/DF possui inúmeros programas de capacitação e profissionalização humana. No entanto, ela fez questão de enaltecer notadamente o dois: Programa de Educação Profissional e Trabalho e o Programa Acadêmico.
I - Programa de Educação Profissional e Trabalho
Essa programa visa garantir a inclusão profissional de pessoas com deficiência intelectual e múltipla. Esse projeto se desenvolve em três etapas:
1ª Etapa - Formação básica para o trabalho
Visa desenvolver nos aprendizes as habilidades gerais exigidas de qualquer profissional, independentemente das áreas de trabalho em que venham atuar. São habilidades como: pontualidade, assiduidade, higiene pessoal, respeito a hierarquia, organização no trabalho, cooperação, cordialidade, respeito ao próximo, noções de direito do trabalhador e de segurança no trabalho, entre outras. Nessa etapa, os aprendizes podem frequentar diversas oficinas que simulam ambientes de trabalho, onde também identificam suas potencialidades, necessidades, gostos, expectativas, afinidades e motivação.
A formação básica ocorre em oficinas mantidas pela própria Associação, nas seguintes áreas: Serviços administrativos; Cozinha industrial; Copa; Panificação; Salgadaria; Confeitaria; Processamento de alimentos; Artesanato; Vendas e atendimento ao público; Horticultura; Produção de mudas; Jardinagem; Lavanderia; Limpeza.
2ª Etapa - Qualificação profissional
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Fabiana, aprendiz da APAE socializando sua experiência no âmbito da Oficina de Lavanderia . |
Visa desenvolver habilidades específicas (teóricas e práticas), agora próprias da área de trabalho em que o aprendiz poderá ser inserido. Ou seja, habilidades necessárias para que a pessoa com deficiência possa conquistar e manter seu espaço no mercado de trabalho, com qualidade e eficiência. Preferencialmente, a qualificação deve ocorrer em ambientes reais de trabalho, seja na própria empresa que pretende contratar os futuros profissionais ou em agências formadoras, como as do sistema S (SESC, SESI, SENAI). Em última instância, a qualificação também pode ocorrer em espaços mantidos pela própria Associação. Entre eles, podemos destacar: Oficina de Higienização e conservação de bens culturais - Na Sede e na Biblioteca da UnB. Cursos de informática - no Telecentro Acessível da Sede.
3ª Etapa - Inclusão laboral
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Professor de Informática lecionando para alguns alunos com deficiência visual |
Visa garantir ao aprendiz já qualificado as condições para ingresso e permanência no mundo do trabalho. Nesta etapa, o aprendiz é acompanhado pela equipe do SIAP - Serviço de Inserção e Acompanhamento Profissional.
II - Programa acadêmico
O programa visa disponibilizar e desenvolver conhecimentos acadêmicos que não foram recebidos pela pessoa com deficiência ao longo da vida ou que não foram bem assimilados durante sua vida escolar. Conhecimentos que são importantes para sua inserção no mundo do trabalho ou mesmo para sua autonomia pessoal. O Programa Acadêmico trabalha aspectos do saber como a linguagem, o raciocínio lógico/matemático e o desenvolvimento das chamadas inteligências múltiplas. A informatica educativa está entre as ferramentas utilizadas no processo de ensino aprendizagem. Áreas desenvolvidas: Alfabetização; Letramento; Psicomotricidade; Educação Artística; Educação Física.
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Aula de Educação Artística |
Exercitando o pensar e o sentir
Após vistarmos todas as instalações da APAE/DF e conhecer os principais projetos que essa extraordinária Instituição promove, agrademos a professora Daniela em nome do Comandante do Colégio Militar de Brasília e do Major Leonardo Fraga, um dos coordenadores do CEA. Em seguida nos reunimos para reflexionar a respeito de tudo o que foi observado e falado pela professora Daniela, funcionários e aprendizes da APAE/DF. Cada aluno do CEA externalizou suas percepções e emoções. Foi possível constatar nas alocuções dos discentes o quanto eles ficaram surpreendidos com o atendimento educacional que a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais vem ofertando a todas as crianças com deficiências intelectual e múltipla. Nessa reflexão coletiva, um aluno do Clube de Estudos Ambientais afirmou: "Professor Salomão, essa visita me ensinou que é possível eliminar barreiras atitudinais, físicas e de comunicação que separam as pessoas consideradas "normais" daquelas que são portadoras de um determinado grau de deficiência." A fala sincera e espontânea desse educando, nos cumulou de muita alegria e satisfação, porquanto acreditamos que não só ele, mas a maioria dos alunos que participaram dessa visita instrutiva, tiveram a mesma percepção.
Alteridade, educação intercultural
O mundo moderno não obstante seus notáveis progressos científicos, tecnológicos e culturais, apresenta ainda uma sociedade assinalada por comportamentos preconceituosos e xenofóbicos. Essa conduta de prejulgamento e de hostilidade, tem sido uma das causas da intolerância, seja ela étnica, política, religiosa, de gênero, entre outras. Dentro desse contexto, merece um destaque especial, o conceito de alteridade. Esse termo vem recebendo variadas denominações: educação multicultural, pedagogia do acolhimento, educação para diversidade, educação intercultural.
Todas essas denominações pretendem afastar a noção de segmentação cultural, dicotomicamente colocada em prática para a divisão entre superiores e inferiores. Ninguém é mais culto do que o outro. O que existem são culturas distintas e socialmente complementares. Por acaso a cultura do homem ocidental é melhor que a cultura de um indígena da Amazônia? Porventura, a espiritualidade cristã é superior a matriz religiosa de cunho umbandista, xamanista ou maometana? A pessoa portadora de deficiência intelectual ou múltipla é inferior ao ser humano que possui um corpo físico ou um aparelho mental mais privilegiado? Absolutamente, não! Todas as culturas e todas as pessoas, tem seu valor e sua importância no âmbito da sinfonia da Vida.
Alguém disse alhures que alteridade é um processo inter-relacional de "Estranhar" o outro. Reconhecer em outro indivíduo (ou em um conjunto deles) suas peculiaridades e diferenças. É na prática do ESTRANHAMENTO que eu me identifico , que eu me vejo como ser único e que eu me afirmo como sendo, da mesma maneira, o outro (...) é tentar compreender, sem julgamentos ou sobreposições. Afinal, vivemos o paradoxo de sermos diferentemente iguais e igualmente diferentes.
Conclusão
Charles Spencer Chaplin, notável ator, diretor e comediante do século passado divinamente inspirado certa feita disse:
O Clube de Estudos Ambientais - CEA/CMB acredita que um dos pilares da sustentabilidade em seu aspecto multidimensional é o resgate da afeição e da doçura nas relações humanas e nas relações com o meio ambiente natural. A ciência e a tecnologia, a razão instrumental e a cerebração, não podem por si só reverter a crise ambiental contemporânea. Os sistemas de ensino, sobretudo os formais, necessitam urgente urgentíssima, reformularem suas concepções pedagógicas e epistemológicas.
O Colégio Militar de Brasilia por meio do Clube de Estudos Ambientais vem oportunizando uma educação para o meio ambiente que leva em conta não apenas a dimensão cognitiva do aluno, mas igualmente a emocional, ética, cívica e a espiritual. Não podemos olvidar que múltiplos são os fatores determinantes da crise societária e ambiental da atualidade. E um deles é certamente a falta de um ensino voltado para a ecologia interior e profunda.
Após vistarmos todas as instalações da APAE/DF e conhecer os principais projetos que essa extraordinária Instituição promove, agrademos a professora Daniela em nome do Comandante do Colégio Militar de Brasília e do Major Leonardo Fraga, um dos coordenadores do CEA. Em seguida nos reunimos para reflexionar a respeito de tudo o que foi observado e falado pela professora Daniela, funcionários e aprendizes da APAE/DF. Cada aluno do CEA externalizou suas percepções e emoções. Foi possível constatar nas alocuções dos discentes o quanto eles ficaram surpreendidos com o atendimento educacional que a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais vem ofertando a todas as crianças com deficiências intelectual e múltipla. Nessa reflexão coletiva, um aluno do Clube de Estudos Ambientais afirmou: "Professor Salomão, essa visita me ensinou que é possível eliminar barreiras atitudinais, físicas e de comunicação que separam as pessoas consideradas "normais" daquelas que são portadoras de um determinado grau de deficiência." A fala sincera e espontânea desse educando, nos cumulou de muita alegria e satisfação, porquanto acreditamos que não só ele, mas a maioria dos alunos que participaram dessa visita instrutiva, tiveram a mesma percepção.
Alteridade, educação intercultural
O mundo moderno não obstante seus notáveis progressos científicos, tecnológicos e culturais, apresenta ainda uma sociedade assinalada por comportamentos preconceituosos e xenofóbicos. Essa conduta de prejulgamento e de hostilidade, tem sido uma das causas da intolerância, seja ela étnica, política, religiosa, de gênero, entre outras. Dentro desse contexto, merece um destaque especial, o conceito de alteridade. Esse termo vem recebendo variadas denominações: educação multicultural, pedagogia do acolhimento, educação para diversidade, educação intercultural.
Todas essas denominações pretendem afastar a noção de segmentação cultural, dicotomicamente colocada em prática para a divisão entre superiores e inferiores. Ninguém é mais culto do que o outro. O que existem são culturas distintas e socialmente complementares. Por acaso a cultura do homem ocidental é melhor que a cultura de um indígena da Amazônia? Porventura, a espiritualidade cristã é superior a matriz religiosa de cunho umbandista, xamanista ou maometana? A pessoa portadora de deficiência intelectual ou múltipla é inferior ao ser humano que possui um corpo físico ou um aparelho mental mais privilegiado? Absolutamente, não! Todas as culturas e todas as pessoas, tem seu valor e sua importância no âmbito da sinfonia da Vida.
Alguém disse alhures que alteridade é um processo inter-relacional de "Estranhar" o outro. Reconhecer em outro indivíduo (ou em um conjunto deles) suas peculiaridades e diferenças. É na prática do ESTRANHAMENTO que eu me identifico , que eu me vejo como ser único e que eu me afirmo como sendo, da mesma maneira, o outro (...) é tentar compreender, sem julgamentos ou sobreposições. Afinal, vivemos o paradoxo de sermos diferentemente iguais e igualmente diferentes.
Conclusão
Charles Spencer Chaplin, notável ator, diretor e comediante do século passado divinamente inspirado certa feita disse:
"Mais do que máquinas precisamos de humanidade.
Mais do que inteligência precisamos de afeição e doçura.
Sem essas virtudes a vida será de violência e tudo estará perdido."
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https://en.wikipedia.org/wiki/Charlie_Chaplin |
O Clube de Estudos Ambientais - CEA/CMB acredita que um dos pilares da sustentabilidade em seu aspecto multidimensional é o resgate da afeição e da doçura nas relações humanas e nas relações com o meio ambiente natural. A ciência e a tecnologia, a razão instrumental e a cerebração, não podem por si só reverter a crise ambiental contemporânea. Os sistemas de ensino, sobretudo os formais, necessitam urgente urgentíssima, reformularem suas concepções pedagógicas e epistemológicas.
O Colégio Militar de Brasilia por meio do Clube de Estudos Ambientais vem oportunizando uma educação para o meio ambiente que leva em conta não apenas a dimensão cognitiva do aluno, mas igualmente a emocional, ética, cívica e a espiritual. Não podemos olvidar que múltiplos são os fatores determinantes da crise societária e ambiental da atualidade. E um deles é certamente a falta de um ensino voltado para a ecologia interior e profunda.
REFERÊNCIAS
http://www.brasilia.apaebrasil.org.br
http://revista.rebia.org.br
http://www.contioutra.com
http://brahmakumaris.org.br
https://www.ufrgs.br
Obs: Todos esses sites foram acessados em 28/04/2017.
http://www.contioutra.com
http://brahmakumaris.org.br
https://www.ufrgs.br
Obs: Todos esses sites foram acessados em 28/04/2017.
segunda-feira, 10 de abril de 2017
Pesquisa investigativa no âmbito do ecossistema Colégio Militar de Brasília
A alfabetização ecológica foi desenvolvida pelo físico Fritjof Capra no Centro de Ecoalfabetização, localizado em Berkeley, Califórnia.
Por meio dessa estratégia pedagógica é possível operacionalizar a sustentabilidade socioambiental, mediante a observação e aprendizado da dinâmica funcional dos ecossistemas naturais. Mas por que será que Capra recomenda uma ecoalfabetização inspirada na leitura dos ecossistemas naturais? Certamente, porque o autor de Teia da Vida e Ponto de Mutação, entende que o livro da natureza, está repleto de substanciosos exemplos de comunidades que funcionam de maneira sustentável.
Nesse contexto, os alunos do Clube de Estudos Ambientais (CEA) foram concitados a empreenderem uma pesquisa investigativa no sentido de observar os organismos que coabitam conosco a área do Colégio Militar de Brasília (CMB). Dois objetivos educacionais norteiam esse trabalho investigativo:
- Fazer com que os discentes tenham consciência da interação ecológica que existe entre o ecossistema antrópico Colégio Militar de Brasília e sua flora e fauna;
- Compreender quais são os principais serviços ecossistêmicos patrocinados pelos insetos, plantas, aves e mamíferos ao CMB.
Segue abaixo as seguintes áreas investigativas que serão operacionalizadas pelos alunos do Clube de Estudos ambientais:
I - Cobertura Vegetal
Lucas Ambrósio - 5278
Laino - 2284
Muniz - 5270
Mario Junior - 3309
Ana Pessoa - 6562
II - Insetos
Yohanna - 6303
Rayssa - 3306
Isadora Ferreira - 5452
III - Aves
Victoria Saraiva - 6274
Gabriel Carvalho - 3406
Pedro Lucas - 6293
IV - Pequenos Mamíferos
Barbara de Sá - 3394
Alexandria - 3390
V - Áreas Verdes
Victória Pessôa - 6547
Giovanna Mota - 6679
Rafaela - 7461
VI - Resíduos
Letícia Bandeira - 2025
Auana Naiva - 3079
Referências
SAMPAIO, S; WORTMANN, M. Ecoalfabetização:ensinando a ler a natureza. Pesquisa em Educação Ambiental, v2, n.2, p. 133-152, 2007.
CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 1996.
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