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sábado, 24 de outubro de 2015

Gestão dos resíduos sólidos urbanos no DF: Um estudo de campo no âmbito da Usina de Compostagem e Triagem de lixo do SLU


No dia 20 de outubro de 2015, o Clube de Ciências Socioambientais, por meio de seus cooordenadores - Ten Elton Valério e Prof. Salomão - e alunos, efetuaram um estudo de campo sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos no Distrito Federal. Nessa ocasião tivemos a oportunidade de conhecermos o Museu do Lixo e a Usina de Triagem de Lixo que se localiza em Ceilândia, no P Sul.

Museu do SLU

Inaugurado em 1996 e idealizado por Cícero Carlos Gomes, chefe de operação da Usina de Compostagem e Triagem do SLU, o museu exibe peças que foram descartadas na cidade e que chamam a atenção de alguma forma. 

                          Equipe do Clube de Ciências Ambientais no Museu do Lixo


São aparelhos telefônicos, câmeras fotográficas, máquinas de escrever, celulares, cédulas de dinheiro e outros objetos (bonecas, esculturas, uniformes do SLU, equipamentos de trabalho) compõem o ambiente.

                                                         Alunos observando o acervo do museu

O Museu do SLU fica aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, mas a visista deve ser agendada com antecedência no telefone (61) 3213-0156.


Usina de Compostagem e Triagem de Lixo

Localizada na região periférica de Ceilândia (cidade satélite de Brasília), a Usina de Compostagem e Triagem de Lixo, recebe em média 600 toneladas de lixo por dia. 

Algumas orientações do técnico de gestão ambiental  Natanael

Todo resíduo sólido que é destinado para essa usina provém das cidades de Ceilândia, Recanto das Emas, Samambaia e Taguatinga. 
O processo de triagem inicia-se com a coleta do lixo nas cidades pelos caminhões contratados pelo SLU/DF. Uma vez recolhidos os lixos nos bairros residenciais, os caminhões dirigem-se para a usina, com o objetivo de principiar o ciclo de triagem e compostagem. Resumidamente, esse ciclo obedece as seguintes etapas:

1ª  - na usina, o lixo é depositado numa imensa sala, na qual um trator fica de prontidão, para que o mesmo seja capturado e lançado no interior do cilindro de separação, por meio de uma esterira;

                                                              Chegada e armazenamento do lixo


2ª  - dentro do cilindro de separação, os sacos de lixos são rasgados, para que todo o conteúdo, isto é, plásticos, metais, papéis, vidros e material orgânico, seja transportado para um outra esteira na qual estão aguardando um exército de 150 catadores);

                                                         Separadeira que rasga os sacos de lixo

3ª - a parte orgânica se transforma em adubo, que será comercializado posteriormente, enquanto que o material recolhido pela cooperativa de catadores é armazenado num depósito para ser vendido as indústrias de reciclagem;

                                                                      Depósito de material reciclado



             Montanhas de lixo orgânico que serão transformados em fertilizantes

4ª - o que sobra é disposto novamente dentro dos caminhões para que sejam transportados para o aterro sanitário situado na Cidade Estrutural.

                                                                          Aterro sanitário da estrutural

5ª - terminado o ciclo da triagem e compostagem, tudo se reinicia, pois a usina funciona 24 horas por dia. 



Considerações finais

A visita ao Museu do Lixo e a Usina de Triagem de Lixo foi muito exitosa do ponto de uma Educação Ambiental, critico-reflexiva, tranformadora e cidadã.
Nesse estudo de campo, os alunos aprenderam:


  • modus operandi de uma usina de triagem e compostagem de lixo; 
  • importância ambiental e sócio econômica de uma cooperativa de catadores; 
  • papel da população no processo de separação do lixo em suas residências; 
  • principais impactos socioambientais causados pelo chorume; 
  • gratidão e reconhecimento por todos aqueles que trabalham no serviço de limpeza urbana;
  • que não existe trabalho mais importante que o outro, de vez que, toda ocupação, seja ela manual ou intelectual, é necessária para o equilíbrio dinâmico do organismo societário.


Cooperativa de catadores no interior da usina


Um aspecto que não pode ser esquecido, nessa visita, foi o abalo psicoemocional que a maioria dos discentes experimentaram. Nunca em suas vidas, tiveram a oportunidade de testemunharem seres humanos sobrevivendo as custas do lixo que é gerado no interior de nossas residências e dos estabelecimentos comerciais. 
Todavia, o quadro que mais os angustiou, foi presenciarem, os catadores trabalhando num ambiente insalubre e de fedor quase insuportável. Muitos alunos, deixaram a usina consternados e profundamente pensativos, por saberem que o mundo real é bem diferente daquele que a mídia televisiva exibe cotidianamente em seus comerciais, jornais, programas e novelas. Mas por que será, que televisão não nos mostra essa dura realidade? Não é muito interessante para a grande maioria daqueles que detém o poder midiático (entendeda-se, hegemonia política e econômica), preocuparem-se com esssas questões. Para que melhorar o IDH, ou seja, a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico, da população se é a miséria material e cultural que os perpetua no poder.
Em resumo, uma Educação Ambiental verdadeiramente sócio transformadora, não pode se furtar de integrar em sua práxis a dimensão racional, afetiva, sensorial e noética. Fora desses quatro eixos, toda prática de ensino nesse campo, é semelhante a uma bonita flor, porém ser perfume.

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