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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Um problema global: a explosão populacional de águas vivas


A explosão populacional de águas-vivas tem afetado mais e mais banhistas nas praias do planeta. Só no ano passado, por exemplo, cerca de 150 mil pessoas foram tratadas com queimaduras provocadas por esses animais no Mediterrâneo. No último verão, 30 mil banhistas foram atingidos pelas ´gauas-vivas no litoral catarinense.
O problema é global e parece estar relacionado com mudanças no clima e no meio ambiente provocadas pelo homem. "Esquecemos a quantidade de esgoto que despejamos nos mares. Enquanto para a maioria dos seres isso é danoso, para as águas-vivas acaba sendo uma oportunidade de mais alimentos", diz o professor Doutor Sérgio Stampar, da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Compostos basicamente de água, sem cérebro e com uma capacidade rara de adaptação, esses animais gelatinosos habitam os oceanos há milhares de anos e são capazes de se reproduzir de maneira assexuada, gerando milhares de clones de si mesmos. "Qualquer mudança no ecossistema que as favoreça fará a população crescer", diz Stampar.
Há dois anos a população de uma espécie de água-viva que habita o Mar Báltico cresceu tanto que acabou causando a interrupção de um dos reatores da Usina Nuclear de Oskarshamn. Responsável pela geração de 10% da energia produzida na Suécia, a usina usa água marinha para refrigerar seus reatores. Os tubos de captação ficaram entupidos com grande quantidade de águas-vivas. O mesmo problema já havia sido registrado em usinas dos Estados Unidos, da Inglaterra e do Japão.
O país oriental tem sido um dos mais afetados pela recente explosão na população de águas-vivas, com sérios prejuízos para a indústria pesqueira. Há poucos anos, um barco chegou a naufragar após suas redes capturarem toneladas delas.
Uma das poucas investigações sobre o tema feita no Brasil, realizada em parceria entre USP e Unesp, no Guarujá (SP), revelou que a presença maciça de águas-vivas pode reduzir a produtividade de pesca entre 30% e 40%. Primeiro porque elas se alimentam de larvas, peixes pequenos e ovos. Segundo porque sua presença diminui a do arrasto, já que as redes acabam capturando mais águas-vivas que peixe.
Há quem afirme que eventos como esses são normais e fazem parte do ciclo natural das águas-vivas. "Estamos testemunhando o aumento desses indivíduos e precisamos saber se é uma anormalidade, uma coincindência ou se estão ocorrendo mudanças fundamentais em nossos mares", diz Peter Richardson, gerente do programa de pesca e biodiversidade da Sociedade de Conservação Marinha da Inglaterra.


Fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/438774_A+INVASAO+DAS+AGUAS+VIVAS

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