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sexta-feira, 31 de março de 2017

TRILHA ECOLÓGICA INTERPRETATIVA NA CHAPADA IMPERIAL

No dia 23 de março de 2017, o Clube de Estudos Ambientais do Colégio Militar de Brasília  - CEA/CMB empreendeu uma atividade de educação ambiental na Reserva Ecológica Chapada Imperial - Distrito Federal. 
A chapada Imperial é uma reserva ecológica particular que vem sendo preservada desde 1986. Possui uma área de aproximadamente 4800 hectares e está localizada na APA (Área de Proteção Ambiental) de Cafuringa. Atualmente, constitui a maior área particular preservada dentro do DF. 


Vista panorâmica da Reserva Ecológica Chapada Imperial
Os objetivos que nortearam nosso trabalho de educação ambiental nessa APA foram: Compreender o que é uma Área de Proteção Ambiental; Desenvolver uma consciência ético moral de respeito e pertencimento ao meio ambiente natural. Nessa atividade de ensino voltada para as questões ambientais conseguimos estabelecer um diálogo teórico conceitual com as disciplinas de Arte, História, Geografia, Ciências Ambientais, Língua Portuguesa, Filosofia e Biologia.

Nessa contextualidade, foram trabalhados os seguintes conteúdos: a arte na natureza, história da construção de Brasília, tipos de solo e suas características, sustentabilidade socioambiental, metodologia de elaboração de relatórios, bioma cerrado, suas fitofisionomias e importância ambiental, etc.  
A metodologia utilizada na viabilização desse trabalho pedagógico contou com a realização de uma trilha ecológica interpretativa. Durante o percurso da trilha foram empreendidas dinâmicas de grupo: discussão dirigidas; exercício do olhar e escuta sensíveis. Igualmente foram executadas algumas paradas em pontos estratégicos com a finalidade de registrar por meio de vídeos ou fotografias os aspectos cênicos do ecossistema estudado. 

Descrição da atividade
Ao chegamos a Reserva Ecológica Chapada Imperial fomos recepcionados pelo responsável e dono da Reserva, Marcio Imperial. 


Instrutor e guia Márcio Imperial comentando algumas particularidades do cerrado

Após nos ambientarmos, nosso instrutor e guia apresentou-nos um banheiro totalmente sustentável do ponto de vista ecológico, Banheiro Verde. Nele o telhado é feito com telha de embalagem tetrapak prensada; as lâmpadas são de PETs; a fossa é ecológica (os resíduos não contaminam o solo, mas fertilizam o solo); e o aquecedor solar é feito com garrafas PETs, embalagem Tetrapak e tubos de PVC, para aquecer a água do banho. 
Depois empreendemos uma trilha ecológica curta com grau de dificuldade leve. Durante o percurso o professor Salomão e o guia Márcio Imperial, tematizaram várias questões ambientais: mata ciliar, mata de galeria, bioma cerrado ( fauna, flora e mosaicos de fisionomias), tipos de solo, impactos de ambientais oriundos do desmatamento do cerrado com vistas a expansão da fronteira agrícola de soja e outros grãos.
Trilha ecológica interpretativa, uma forma de religar o homem a natureza

Por último visitamos a mini usina hidrelétrica, a qual produz energia para todo o metabolismo da Reserva Chapada Imperial. Ao término da trilha ecológica foi marcado por uma breve palestra do guia Márcio Imperial, onde ele explicou o Projeto Bicho Livre. Esse projeto iniciou-se em 2002 por meio de uma parceria com o Instituto de Meio Ambiente - IBAMA. Tem como objetivo principal a reintrodução de animais silvestres apreendidos do tráfico, no seu habitat natural. 
As atividades pedagógicas empreendidas ao longo da trilha ecológica interpretativa não se restringiram unicamente aos aspectos cognitivos. Foram envidados esforços no sentido de despertar nos alunos um sentimento de pertencimento e amor a natureza. 

Lamentavelmente, o mundo contemporâneo com seu notável progresso científico tecnológico tem afastado o ser humano do contato com o ambiente natural. Esse distanciamento do homem com a natureza tem sido uma das causas da atual crise ambiental. Nesse contexto uma Educação Ambiental critico reflexiva e humanizadora, muito pode contribuir com a formação de futuros profissionais e cidadãos comprometidos com a edificação de uma sociedade justa e ambientalmente sustentável. O ser humano não pode pensar em desenvolvimento exclusivamente do ponto de vista econômico. Essa visão distorcida além de ser ecologicamente predatória é socialmente desumanizadora. Inúmeras civilizações colapsaram e desapareceram porque vitalizaram esse modelo perverso que privatiza a lucratividade e socializa a crise ambiental. Todo paradigma de progresso e crescimento divorciado do amor ao próximo e do respeito a integridade dos ecossistemas naturais está predestinado ao fracasso. 


http://www.infap.org.br/page1.php


Avaliação
A avaliação foi empreendida por meio da observação de como os alunos estavam participando nas atividades desenvolvidas. Também foi solicitado um relatório e uma pesquisa dos temas que foram nosso objeto de estudo. 

Referencia 
GUIMARÃES, S. T. de L. Dimensões da Percepção e Interpretação do Meio Ambiente: vislumbres e sensibilidades das vivências na natureza, OLAM – Ciência & Tecnologia, Rio Claro, v. 5, n. 1, p. 202- 219, maio 2004. 
LIMA, S. T. Paisagens & ciganos. 1996. Tese (Doutorado em Geografia) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro/SP, 1997. LIMA, S. T. Trilhas interpretativas: a aventura de conhecer a paisagem. Cadernos Paisagem. Paisagens 3. Rio Claro: UNESP, 1998, p.39-44. 
SCHWEITZER, A. Decadência e regeneração da cultura. São Paulo: Melhoramentos, 1959. 
SILVA. A.S. A prática pedagógica da educação ambiental: um estudo de caso sobre o Colégio Militar de Brasília - Dissertação de Mestrado, UNB, 2008. 

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Logística reversa

No dia 01 de novembro de 2016, foi realizada no salão de conferências do Clube de Estudos Ambientais do Colégio Militar de Brasília, uma palestra centrada na temática da Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos, lixo. 
Adrielson, Cabo Gomes, graduado em Gestão Logística
O tema específico da conferência vocalizada por Adrielson Alison Gomes da Silva, foi: LOGÍSTICA REVERSA E SUA INTERFACE COM A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS.

Uma breve história do lixo
Se realizarmos uma incursão na história do ser humano, veremos que a produção do lixo já era muito comum no paleolítico. Nesse período os homens moravam em cavernas e sobreviviam da caça e da pesca; quando escasseava o alimento, eles se deslocavam para outra região, e seus lixos eram deixados para trás,  a fim de serem biodegradados por microorganismos decompositores do ecossistema. 
http://pt.slideshare.net/ladonordeste
/revoluo-neoltica


No período da Revolução Neolítica, tem-se o surgimento da agricultura, a domesticação dos animais e a sedentarização do Homo sapiens. Em decorrencia desses processos socioculturais emergem povoados, cidades e civilizações de notável complexidade. No entanto, com o advento da civilização, também surgiu em escala maior o problema da produção de resíduos. 

Durante a Idade Média, foi havendo um progressivo crescimento demográfico nas cidades e consequentemente uma maior demanda de novos produtos, cujo objetivo principal era o suprimento das necessidades humanas. 

Entretanto, foi a partir de 1750, com a revolução industrial, que as fábricas começaram a produzir objetos de consumo em larga escala e a introduzir novas embalagens no mercado, aumentando consideravelmente o volume e a diversidade de resíduos gerados nas áreas urbanas. Ao mesmo tempo, o crescimento acelerado das metrópoles fez com que as áreas disponíveis para colocar o lixo se tornassem cada vez mais escassos. A sujeira acumulada no ambiente aumentou a poluição do solo, das águas e do ar, agravando as condições de saúde em todo o mundo e causando sérios impactos negativos ao meio ambiente natural e urbano.

Entendendo o conceito de logística reversa
Inicialmente, Adrielson, mais conhecido como Cabo Gomes, empreendeu uma definição de resíduos sólidos, afirmando que os mesmos são todos aqueles que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição, bem como os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e determinados líquidos cuja particularidades tornam inviável o seu lançamento na rede pública de esgostos ou corpos de água. Dentro desse contexto, foi destacado igualmente os principais impactos ambientais provocados manejo errado dos resíduos sólidos. São eles: doenças, poluição do solo, poluição do ar, poluição hídrica,  tecerentupimento das redes de drenagem, enchentes, degradação ambiental, depreciação imobiliária, transmissão de doenças, etc.

O expositor falou da importância da Lei 12.305/10, Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), como instrumentalidade de enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes da gestão inadequada dos resíduos sólidos. 

Ainda segundo Gomes, a PNRS instituiu a logística reversa, instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a resituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Por meio desse marco regulatório fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores devem promover o manejo sustentável dos resíduos sólidos que se encontram sob sua alçada.

Adrielson Gomes conseguiu durante sua exposição cativar a atenção de todos os presentes. Sua didática baseada na dialogia e na interatividade, permitiu que os alunos integrassem os conhecimentos adquiridos durante os estudos de campo sobre a gestão de resíduos no âmbito da Divisão de Saúde, Rancho e Almoxarifado do Colégio Militar de Brasília.

Alunos do CEA /CMB recebendo instrução do Tenente Gilmar
sobre a gestão dos resíduos sólidos no âmbito do
 Colégio Militar de Brasília

Considerações finais
A maioria das cidades no Brasil e no mundo vem enfrentando graves problemas ligados à geração de resíduos sólidos e a falta de uma gestão ambiental competente. 

Dentro desse contexo, importa salientar que ensinar não se resume tão somente em instruir mas criar um ambiente experiencial de aprendizagem para que os discentes consigam introjetar o conhecimento teórico.  Os alunos do CEA-CMB tiveram inúmeras aulas de campo voltadas para a compreensão sistêmica da gestão dos resíduos sólidos da Sáude, Rancho e Almoxarifado. Com a palestra do Cabo Gomes, a maioria conseguiu integrar o conhecimento teórico com o prático, o abstrato com o concreto.  

Em substância, uma Educação Ambiental crítica, transformadora e emancipatória tem que ter como centro de gravidade uma metodologia que integre o cognitivo com o afetivo, a teoria com a prática. Não basta apenas conhecer é imprescindível vivenciar e sentir. Fora desse trinômio pedagógico, dificilmente o aluno conseguirá desenvolver uma consciência de sustentabilidade e de pertença ao meio ambiente.

webgrafia
http://www.cds.unb.br/cds/portal2/index.php/pt
https://periodicos.set.edu.br/index.php/saude/article/viewFile/842/501
http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-perigosos/logistica-
reversa

Acesso em 02/11/2016

Acesso em 

domingo, 30 de outubro de 2016

Cuidando da nossa água


A Revolução Industrial

A revolução industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos XVIII e XIX, onde o trabalho artesanal foi substituído pelo assalariado e pelo uso de máquinas. Foi um grande feito humano, mas foi igualmente o princípio dos grandes impactos ambientais de natureza antropogênica. 
Charles Chaplin - Tempos Modernos 1936
https://www.youtube.com
Conceituando impacto ambiental

Segundo a Resolução CONAMA - Conselho nacional de Meio Ambiente, nº 001 de janeiro de 1986,  o impacto ambiental é definido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais.

http://eeirmaosguimaraes.blogspot.com.br/2013/07/
generos-textuais.html
Um número significativo dos impactos ambientais de natureza antropogênica estão diretamente relacionados com o aumento desordenado das áreas urbanas, ampliação da frota de veículos automotivos, uso antilógico dos recursos ecossistêmicos, consumo excessivo de bens materiais, poluição, etc.  

Um outro aspecto não menos importante e que tem agravado o predatismo em relação ao meio ambiente, é a naturalização da cultura consumista, hedonista, materialista e a falta do senso humano de pertencimento a sagrada teia da vida. A teia da vida é autopoiética ou seja ela se auto-organiza naturalmente, mesmo que esse processo demande anos, séculos ou milênios no relógio do tempo. Isso equivale dizer que a natureza não depende do homem para a sua sobrevivência. Podemos depreender dese princípio, que a economia é totalmente subordinada a ecologia. Sem  a estabilidade dos sistemas ecossistêmicos, a economia humana entra em colapso social, econômico, político, cultural e ambiental. 

Um dos recursos naturais que vem sendo ultimamente vilipendiado pelo homem é a água. Até pouco tempo acreditava-se que a água era inesgotável, contudo, a cada dia que passa mais essa dádiva da Mãe Terra vai se tornando escassa. Estudos sobre o sistema hídrico mundial são unânimes em indicar que se a média de consumo global de água não diminuir no curto prazo, teremos problemas severos de escassez. O Brasil, que tem uma parcela substancial de água doce, também está ameaçado.

Dentro desse contexto, o Clube de Estudos Ambientais - CEIA/CMB, por meio de sua Subcomissão de Prevenção e Minimização de Impactos Ambientais, vem empreendendo esforços com o objetivo de monitorar todas as ações e atividades humanas no âmbito do Colégio Militar de Brasília que possam causar impactos ambientais.

Gestão hídrica
No dia 21 de outubro de 2016, a supracitada Subcomissão, por meio de seus integrantes, aluno Laino e Pedro do 1º Ano do Ensino Médio, identificaram um mictório do banheiro masculino, com defeito em sua válvula de contenção hídrica. Sem perderem tempo, acionaram os canais administrativos competentes do Colégio e resolveram o problema de desperdício de água, cuja origem estava num problema mecânico do mictório. Na foto abaixo, é possível perceber a água esguichando ininterruptamente no ralo do mictório.
Alunos Laino, Pedro e prof. Salomão diagnosticandoo problema do mictório defeituoso
 (Banheiro da praça da alimentação)
Com essa ação cidadã e de consciência ambiental sustentável, ambos os estudante cumpriram o seu papel de gestor ambiental, humilde é verdade, mas de grande valor socioeducativo. A ausência de chuvas fortes, o calor e o aumento do consumo tem feito Brasília enfrentar a pior crise hídrica da história. Com essa atitude, esses discentes colaboraram a minimização da crise de água no DF. E não é só isso, a identificação e a resolução de um problema dessa magnitude, mictório defeituoso, concorre para a redução das despesas financeiras do Colégio Militar de Brasília com a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal, CAESB.


Webgrafia

http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/61AA3835/LivroConama.pdf
http://infojur.ufsc.br/aires/disciplinas/ccsr/A%20TEIA%20DA%20VIDA%20resumo%201.pdf 
http://www.cds.unb.br/cds/portal2/index.php/pt/

Acesso em 30/10/2016

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Segurança Amazônica: Soberania em Risco

O Colégio Militar de Brasília, teve a grata satisfação de receber no dia 07 de outubro de 2016, a honrosa presença do General Luiz Gonzaga Schroeder Lessa. O Clube de Estudos Ambientais - CEA, compareceu no Auditório Castelo Branco, para registrar a extraordinária palestra do sábio e venerável General. 

Palavras iniciais do Cel Comandante do CMB, Alexandre da Hora
Gaúcho de São Leopoldo, doutor em Arte e Ciência Militar pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e ex-chefe do Comando Militar da Amazônia, entre outros postos, o General de Exército da reserva Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, vem demonstrando muita preocupação com o crescente número de organizações não-governamentais atuantes na Região Amazônica. 
 
Gen Lessa
Dentro desse contexto, o tema da palestra foi:

SEGURANÇA AMAZÔNICA: SOBERANIA EM RISCO. 

O Gen deixou bem transparente, que não está advogando a ideia de uma floresta intocada. Para ele, o Brasil pode perfeitamente explorar de forma racional os recursos da maior mata tropical do planeta, contudo dentro de uma perspectiva que leve em consideração não apenas a dimensão da sustentabilidade econômica, mas igualmente a ecológica, social, espacial, territorial, política e cultural . 


Alguns recortes da palestra do General Lessa

I - "A imagem que estão vendendo a ideia de que a Floresta Amazônica está pegando fogo não é verdadeira. A estatística do Ibama é de que, tirando Pará e Rondônia, os outros quatro estados da Amazônia diminuíram o desmatamento. E ninguém fala disso."

http://aguagrande.com.br/public/noticia/index/id_noticia/316
  II - "Há hoje uma campanha internacional muito forte, com segundas intenções, em relação a essa região. A sociedade brasileira precisa acordar para isso. Recentemente, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, o francês Pascal Lamy, declarou que as florestas tropicais deveriam se tornar um bem público mundial. Essa é apenas mais uma dessas teses malucas que estão pior aí e que não interessam ao Brasil de Maneira alguma. Estamos na Amazônia há 380 anos e sempre preservamos a área (...) não se pode privar o povo brasileiro dos recursos da Amazônia, onde estão as maiores riquezas do pais, entre as quais a água, minerais nobres como o nióbio, ferro, manganês, ouro, cobre e alumínio, sem falar do petróleo e do gás natural, além do maior banco genético do planeta."


Pascal Lamy (http://fotospublicas.com/em-entrevista-pascal-lamy)


III - "Faço um alerta para a chamada invasão branca da Amazônia, que acontece sem armas, sem derramamento de sangue. Não existe hoje um só lugar naquela região que não tenha uma organização não governamental. Há ONGs que trabalham em benefício da população brasileira, mas a grande maioria tem interesses escusos. Geralmente são financiadas por poderosos grupos internacionais, que estão de olho nas nossas riquezas naturais. Não há nenhum órgão do governo que controle suas atividades. Elas estão atuando livremente. Ninguém sabe quantas há e o que fazem."

http://mercado.etc.br

IV - "No fundo, elas (ONGs) estão pesquisando a biodiversidade da área, e até a cultura nativa. Entrevistam índios, pajés, caciques, para descobrir como fazer um produto ativo. Pegam plantas e depois patenteiam. Além do tráfico de animais. Não é rara a prisão de ditos "cientistas" estrangeiros tentando sair do país com bichos da fauna brasileira."

V - "Tente entrar em Mamirauá, reserva florestal muito bem estruturada perto do Rio Tefé, no Amazonas. Lá está cheio de pesquisadores de fora, a título de intercâmbio. Mas o brasileiro comum não entra na área. Eu entrei porque estava fardado. Este é apenas um exemplo. As ONGs estão estabelecendo controle físico de várias áreas na Amazônia. Eu tenho relatos registrados, com fotografia, de que existem áreas até com bandeiras de países estrangeiros. Em alguns lugares, o índio fala outra língua, ensinada pelo missionário. No Alto Rio Negro há uma ONG que controla toda a região. As embarcações passam por postos de controle deles. Um absurdo." 
 
VI - "A culpa é do governo, da sociedade brasileira que se esquece da Amazônia, dos empresários que deixaram a região em segundo plano. Não se pode deixar que uma ONG atue na região com total liberdade de ação. Hoje, vocẽ não sabe quando chegam, quando saem, se estão legais ou ilegais. Não sabe de onde vêm os recursos deles. Eles têm rádios para se comunicar com suias sedes lá fora, têm campos de pouso próximos de suas instalações. Ninguém sabe nada, nem a Polícia Federal, nem Ministério da Justiça. O governo já comprometeu a criar uma secretaria para controlar e cadastrar essas ONGs. Mas até agora nada."

 
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/O-que-fazemos/Amazonia/

Considerações finais

A palestra do General Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, constitui para todos nós, sociedade e Estado, um alerta muito grave. A presença de Organizações Não Governamentais ilegais e clandestinas, na Região Amazônica tem colocado em risco a soberania nacional do Brasil.  Se o Estado continuar negligenciando essa magna questão, poderemos correr o risco de perder esse imprescindível território brasileiro. Não é de hoje, que o Brasil vem sendo cobiçado pelas potências que dominam e imperializam o mundo.

O alerta do Gen Lessa já foi dado. Esperemos contudo, que seu grito de alerta não seja sufocado pelos brados altissonoros da desídia de nossos administradores públicos e omissão dos cidadãos.

sábado, 15 de outubro de 2016

As frutas típicas do Bioma Cerrado

No dia 11 de outubro de 2016, o Clube de Estudos Ambientais patrocinou um evento cultural que teve como eixo pedagógico vertebrador, as frutas típicas do Bioma Cerrado. 
Algumas frutas nativas do Cerrado
( http://www.asbraer.org.br)

Bioma Cerrado
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente1, o Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul. Nesse bioma encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta em elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade.

Bioma Cerrado com seus campos e florestas
 ( https://ecodatainforma.wordpress.com)
Considerado como um hotspots mundiais de biodiversidade, o Cerrado apresenta extrema abundância de espécies endêmicas e sofre uma excepcional perda de habitat. Sob a perspectiva da diversidade biológica, o Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo. Existe uma grande diversidade de habitats, que determinam uma notável alternância de espécies entre diferentes fitofisionomias.
Algumas espécies de vertebrados do Cerrado
 ( http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia)
Além dos aspectos ambientais, o Cerrado tem grande importância social. Muitas populações sobrevivem dos seus recursos naturais. 
Um fato preocupante em relação ao Cerrado, é que inúmeras espécies de plantas e animais correm risco de extinção. Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma brasileiro que sofreu mais impactos ambientais negativos com a ocupação humana. Com a crescente pressão para  abertura de novas áreas, visando incrementar a produção de carne e grãos para exportação, tem havido um progressivo esgotamento dos recursos naturais da região. Nas três últimas décadas, o Cerrado vem sendo degradado pela expansão da fronteira agrícola brasileira. Além disso, o bioma Cerrado é palco de uma exploração extremamente predatória de seu material lenhoso para a produção de carvão. 
Apesar do reconhecimento de sua importância biológica, de todos os hotspots (regiões com grandes diversidades biológicas) mundiais, o Cerrado é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral. O Bioma apresenta 8,21% de seu território legalmente protegido por unidades de conservação; desse total, 2,85% são unidades de conservação de proteção integral e 5,36%  de unidades de conservação de uso sustentável, incluindo RPPNs (0,07%).

As frutas típicas do Bioma Cerrado 
Na contemporaneidade, a alimentação é caracterizada por um estilo de vida que promove alimentos fast food com baixa qualidade nutricional. A industrialização e a falta de tempo (características da sociedade atual) também favorecem a padronização de hábitos alimentares estejamos no Norte, Sul ou no Centro-Oeste do país.
Nesse sentido, a atividade teve como objetivo promover a reflexão sobre o quanto nossos hábitos alimentares são desassociados de itens regionais. Foi oferecido aos alunos itens alimentares com frutas típicas do Bioma Cerrado: pinha e castanha de baru in natura, picolés de mamacadela, araticum e cagaita além de doce de buriti.

Major Fraga e os alunos empreendendo uma atividade pedagógica
sobre algumas frutas típicas do Bioma Cerrado
Após a degustação foi verificado quais alunos conheciam esses alimentos e quais alunos haviam consumido qualquer dessas frutas nos últimos meses. Assim, foi possível constatar que, mesmo residindo em Brasília há mais de um ano, a minoria dos alunos conhecia esses alimentos e nenhum aluno havia consumido qualquer item no último ano.   
O consumo de itens regionais na alimentação, além de contribuir para a saúde, favorece o meio ambiente. A industrialização e a massificação dos hábitos alimentares exigem o transporte de alimentos a longas distâncias, grandes áreas de monoculturas e o sacrifício de animais. Já o hábito de consumir alimentos regionais diminui os gastos com combustíveis fósseis e com fertilizantes (e consequentemente a poluição) além de gerar renda para o pequeno produtor rural.  

Considerações finais
A atividade chamou a atenção dos alunos para a riqueza de sabores do Bioma Cerrado. Possibilitou, ainda, a reflexão sobre a necessidade de praticarmos hábitos alimentares mais saudáveis para nossa saúde e para o meio ambiente. 
Essa atividade foi uma continuidade do encontro anterior no qual foi debatido temas como: agrofloresta, cultura orgânica de alimentos, permacultura e introdução à Síndrome do colapso de colméias.
Importa destacar igualmente, que nesse encontro anterior foi exibido o documentário "NESTE CHÃO TUDO DÁ - Semeando conhecimentos e colhendo resultados"




Após a exibição desse documentário, formou-se uma mesa redonda com a finalidade de promover um reflexionamento sobre o extraordinário trabalho do pesquisador e agricultor Ernest Gotsch. Trabalho este, voltado para a  recuperação de solos degradados, por meio do sistema de agroflorestas.
A atividade didático pedagógica intitulada "As frutas típicas do Bioma Cerrado", conseguiu colimar os objetivos delineados por seus coordenadores. Todos os discentes presentes no evento foram sensibilizados, informados e conscientizados a respeito da importância substancial do Bioma Cerrado para a sustentabilidade ambiental não apenas do Brasil, mas de toda a América do Sul.



1 - http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado - acesso em 15/10/2016.