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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

NOTÍCIAS AMBIENTAIS: PERDA DA BIODIVERSIDADE I

"De um lado, a ciência aponta para o risco de extinção de centenas de espécies devido a atividades predatórias humanas, como destruição de habitat, caça e comércio ilegais, além das mudanças climáticas por causas antropogênicas. De um outro, as políticas de inclusão desses mesmos animais e plantas na lista dos ameaçados não acompanham o ritmo das evidências. Às vezes, demora-se até 20 anos para que isso aconteça. É o que indica um artigo publicado na revista Science."
(Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/ - Acesso em 15/02/2018)


APROFUNDANDO OS CONHECIMENTOS

O impacto mais danoso da perda da biodiversidade é o desaparecimento completo das espécies animais e vegetais. A grande causadora da extinção de espécies, no âmbito mundial, são as ações antropogênicas (origem humana) desordenadas. Inúmeras são as causas promotoras da perda da biodiversidade. Elas podem ser naturais ou humanas. As principais causas de origem humana são:

Destruição de habitat
Várias espécies animais são forçadas a migrar para outras áreas, enfrentando os perigos e as incertezas da sobrevivência. Algumas espécies animais, no entanto, apresentam reduzida capacidade de migração e acabam desaparecendo com seu habitat. Já as plantas, por serem organismos fixos, acabam tendo suas populações reduzidas e extintas localmente.
Desmatamento e substituição de habitats pela agricultura em escala industrial



Explotação excessiva dos recursos naturais
A explotação excessiva ou sobrexplotação consiste na retirada, extração ou obtenção desmesurada de recursos naturais não renováveis para aproveitamentos econômicos. São formas de sobrexplotação: a sobrecaça, a sobrepesca, a exploração ilegal de madeira, de água dos aquíferos e de espécies da fauna e da flora.   


Tráfico e biopirataria  
O tráfico de animais e plantas silvestres é lucrativo para traficantes e receptadores. Entretanto, o tráfico e a biopirataria (apropriação ilegal de recursos naturais e de conhecimentos de comunidades tradicionais) é altamente deletéria para o meio ambiente. Essas ações dificultam a conservação e a preservação de muitas espécies, habitats e ecossistemas.


Introdução de espécies exóticas 
A introdução de espécies que não vivem normalmente num ambiente (espécies exóticas) pode provocar desequilíbrios e destruição de organismos fundamentais para a teia da vida. A nova espécie comumente compete por recursos (luz, alimentos, abrigos, etc) com as espécies nativas. O resultado pode ser o desaparecimento de muitas espécies nativas, seja pela competição, predação ou por doenças provocadas pela espécie exótica.  
O Caramujo-gigante-africano (Achatina fulica), nativo do leste-nordeste da África, é uma espécie exótica no Brasil




Contaminação de habitats e dos recursos naturais 
A contaminação e poluição da água, solo e ar pode inutilizar fontes de alimento e de água potável para muitos seres vivos. Esses poluentes podem afetar direta e indiretamente diversos habitats e espécies, além de se manter presente na teia alimentar por diversas gerações.  



Diversas são as maneiras de proteger a biodiversidade. Programas de educação ambiental nos ensinos básico e superior, usos sustentáveis dos recursos naturais, correta gestão de resíduos e poluentes e políticas públicas de prevenção e remediação constituem algumas delas. No entanto, se não ocorrerem esforços imediatos para a preservação da biodiversidade, a própria sociedade humana se tornará vítima do declínio das populações naturais. O ser humano parece ter esquecido de um princípio básico: todos fazemos parte da teia da vida, isto é, nós somos a natureza. Ao perturbamos o equilíbrio dinâmico dessa trama vital, nossa sobrevivência também estará em risco.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

NOTÍCIAS AMBIENTAIS: LEI QUE PROÍBE CANUDOS E COPOS DE PLÁSTICOS NO DF

Já está valendo, no Distrito Federal, a lei distrital que proíbe canudos e copos plásticos em estabelecimentos comerciais da cidade. A regra exige que eles sejam substituídos gradativamente por descartáveis, confeccionados a partir de material biodegradável (como amido e fibras de origem vegetal). 
Os copos de plásticos impactam negativamente os ecossistemas
De acordo com o projeto, canudos de inox e de vidro também são apresentados como uma alternativa viável. Estes tipos de materiais são utilizados em alguns bares, restaurantes e cafés de Brasília.
A lei foi sancionada pelo governador Ibaneis Rocha e publicada, no Diário Oficial do Distrito Federal, em 30 de janeiro de 2019. Em caso de descumprimento, o estabelecimento pode receber multa que varia de R$ 1 mil a R$ 5 mil, dependendo do seu porte comercial. Em caso de reincidência, o estabelecimento deverá pagar o dobro da multa e pode até ser fechado. 

Autor do projeto
O projeto, de autoria do ex-deputado Cristiano Araújo, tramitava, desde 2016, na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Ao justificar a importância da projeto de lei, Cristiano Araújo afirmou, na época, que os copos e canudos feitos de plástico comum demoram, em média, cem anos para se degradar no meio ambiente. "Já os biodegradáveis demoram de 45 a 180 dias para se decompor", explicou. A proibição não está restrita ao setor gastronômico. A lei estabelece que "microempreendedores individuais, bem como as entidades da administração direta, autárquica e fundacional" ficarão sujeitas à norma. Por isso, as compras públicas do governo deverão observar a lei.

Material biodegradável
Materiais biodegradáveis são todos aqueles que não são derivados de polímeros sintéticos fabricados à base de petróleo. Os biodegradáveis são produzidos a partir de materiais orgânicos, como fibras celulósicas, amido de mandioca, bagaço de cana, óleo de mamona, cana-de-açúcar, beterraba, ácido lático, milho, proteína de soja e outras fibras naturais.

Copo biodegradável feito a partir de proteína de soja
O exemplo arrasta
Seguindo na mesma linha da sustentabilidade socioambiental do Distrito Federal, a Câmara Legislativa  de São Paulo igualmente vai suprimir a utilização de copos plásticos. A Câmara da capital paulista consome, mensalmente, uma média de três milhões desses recipientes. A medida também visa minimizar os impactos ambientais que esses materiais vem causando ao meio ambiente.

Fonte: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2019/02/07/ibaneis-sanciona-lei-que-proibe-canudos-e-copos-de-plastico-no-df.ghtml - acesso em 13/02/19 (adaptado)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

NOTICIAS AMBIENTAIS: DECLÍNIO DA POPULAÇÃO DE INSETOS

Introdução
Desde o desaparecimento dos dinossauros (há 65 milhões de anos), a Terra não passava por eventos de extinção tão massivos, quanto o atual. Segundo cientistas australianos, quase metade de todas as espécies de insetos, em todo o mundo, está em rápido declínio e apresenta risco significativo de extinção.
Representação de dinossauros em seu habitat

Revista Biological Conservation
Os autores da pesquisa, publicada na revista Biological Conservation, alertam ainda que o fenômeno gerará um "colapso catastrófico", com impactos na economia humana e na sobrevivência de outros animais. "A conclusão é clara: a menos que mudemos nossas formas de produzir alimentos, os insetos vão ter tomado o caminho da extinção em algumas décadas", ressaltaram os autores Francisco Sanchez-Bayo e Kris Wyckhuys, das Universidades de Sidney e Queensland, respectivamente. A dupla também ressalta o fato de as atenções, para a perda da biodiversidade, geralmente se voltarem para o destino dos animais de grande porte (como os mamíferos). Mas os insetos, lembram, são "de importância vital para os ecossistemas". "Esse evento não pode ser ignorado e deve fazer com que atuemos para evitar um colapso, que seria catastrófico, dos ecossistemas  naturais", insistem. 

As abelhas
As abelhas, e consequentemente seu trabalho de polinização, costumam ser os exemplos mais lembrados quando se fala na extinção de insetos. 
Abelha realizando o processo da polinização
Vicent Bretagnole, também integrante da pesquisa, ilustra que, no ano passado, a França sofreu um declínio "vertiginoso" de aves por falta de abelhas (um dos insetos constantes em seu cardápio). "Quase não há mais insetos, e esse é o problema número um. Até os pássaros devoradores de grãos precisam de insetos em uma época do ano, para seus filhotes.", explicou.
Avião lançando pesticidas na lavoura
Como causas do problema, a equipe australiana indicou o desaparecimento do habitats desses animais e o uso de pesticidas sintéticos (na intensificação da agricultura industrial ocorrida nos últimos 70 anos). Há, ainda, a proliferação de espécies invasoras e as mudanças climáticas, especialmente em regiões tropicais

Fonte:  https://www.correiobraziliense.com.br/ - acesso em 12/02/19 (adaptado)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Estudo de Campo: Usina de Tratamento Mecânico e Biológico do Serviço de Limpeza Urbana (SLU)

No dia 31 de outubro de 2018, os alunos do Clube de Estudos Ambientais (CEA) do Colégio Militar de Brasília (CMB), sob a supervisão do Ten Medeiros, empreenderam um estudo de campo voltado para a temática dos resíduos sólidos urbanos (RSUs), vulgarmente denominados como lixo urbano. Na ocasião, os discentes do CEA-CMB visitaram o Museu da Limpeza Urbana, a Instalação de Recuperação de Resíduos e a Usina de Compostagem. Todas essas unidades são localizadas na antiga Usina de Tratamento Mecânico Biológico do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), no P Sul, em Ceilândia, DF.

Alunos Rafael, Bouças, Caio, Laisa (atrás), Manoela, Gabriela Ortega e Isabela Costa (frente)

Usina de Triagem e compostagem, Ceilândia-DF
A Usina de Triagem e Compostagem de Ceilândia, Distrito Federal, é a maior da América Latina em termos operacionais.

Usina de Triagem e Compostagem, Ceilândia-DF


Sua dinâmica operacional envolve as seguintes etapas:
a) Recepção dos resíduos sólidos provenientes da coleta domiciliar, com o devido controle das cargas em balança rodoviária;
Recepção dos resíduos sólidos
b) Alimentação das linhas de produção da usina, por meio de pás carregadeiras, a partir dos resíduos estocados no galpão de recepção;
c) Processamento destes resíduos e a triagem de materiais recicláveis, com participação de cooperativas de catadores;
Cooperativa de catadores
d) Transporte de material processado para os pátios de compostagem e a formação de respectivas leiras;

e) Encaminhamento dos rejeitos do processamento para o terminal específico, para fins de posterior transferência até o aterro sanitário;

f) Reviramento mecanizado e controle de todo o processo de compostagem das leiras, visando a manutenção do processo aeróbio, até a maturação/cura do composto;

g) Beneficiamento do composto "curado" através de sistema de peneiramento;

h) Estocagem do composto orgânico peneirado e seu posterior carregamento nos caminhões autorizados para retirada pelo SLU, responsável pelo escoamento da produção.
Estocagem do material orgânico
Objetivos da visita
  • Consolidar as informações relativas a Gestão integrada dos Resíduos Sólidos gerados pela população do Distrito Federal;  
  • Compreender o papel do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal – órgão responsável pela Gestão integrada dos Resíduos Sólidos;  
  • Perceber o grau de importância incutido a cada indivíduo tomador de decisão no tocante a aplicação das prioridades de gestão dos resíduos sólidos: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final;  
  • Desenvolver no público interno a mentalidade de prevenção, preservação, melhoria e recuperação do meio ambiente, de forma a visualizá-lo dentro de um comportamento integrador, abrangente, permanente, participativo, contextualizado e transformador.
 
Aluno Rafael Araújo entrevistando a gerente da Cooperativa

Considerações finais
A visita foi planejada pela Subseção de Meio Ambiente e pelo CEA, no vislumbre de dar continuidade ao aperfeiçoamento metodológico e técnico das iniciativas de promoção da Educação Ambiental, no âmbito da família garança. Assim como a visita anterior (realizada no Aterro Sanitário de Brasília), o estudo de campo permitiu o desenvolvimento de novas percepções e habilidades em todos os envolvidos. Além disso, proporcionou aos alunos do CEA o contato com os atuais desafios da problemática socioambiental de gestão dos RSUs.