Na data do dia 25 de maio de 2016, o Clube de Estudos Ambientais teve a grata satisfação de receber a Bióloga Tainah Corrêa Seabra Guimarães. Nessa ocasião a conferencista entreteceu considerações em torno de dois temas: (I) Unidades de Conservação: estratégias de conservação e (II) Espécies Exóticas Invasoras.
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Palestrante Tainah Guimarães |
Atualmente, trabalha na Coordenação Geral de Pesquisa e Monitoramento da Biodiversidade, gerindo o Sistema de Autorização Científica em Biodiversidade (Sisbio) e o Portal da Biodiversidade. Igualmente, vem estabelecendo parcerias de trabalho com o Ministério do Meio Ambiente e IBAMA, com o objetivo de elaborar Planos Nacionais de Controle e Monitoramento do Javali e Coral Sol.
TEMA I
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: ESTRATÉGIA DE CONSERVAÇÃO
Unidade de Conservação, pode ser definida como um espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
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Parque Nacional de Brasilia (momento de recreação e turismo por parte dos frequentadores) |
Essencialmente, uma Unidade de Conservação tem os seguintes objetivos:
- contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;
- promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
- proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica, assim como, as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural, bem como, recuperar recursos hídricos e edáficos;
- proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental;
- favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;
- Etc.
As Unidades de Conservação podem ser divididas em duas categorias: Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. As Unidades de Proteção Integral, tem como objetivo básico preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. Integram esse grupo: Estação Ecológica; Reserva Biológica; Parque Nacional; Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre.
Já as Unidades de Uso de Uso Sustentável, objetivam compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. Nessa categoria figuram: Área de Proteção Ambiental; Área de Relevante Interesse Ecológico; Floresta Nacional; Reserva Extrativista; Reserva de Fauna; Reserva de Desenvolvimento Sustentável Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Já as Unidades de Uso de Uso Sustentável, objetivam compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. Nessa categoria figuram: Área de Proteção Ambiental; Área de Relevante Interesse Ecológico; Floresta Nacional; Reserva Extrativista; Reserva de Fauna; Reserva de Desenvolvimento Sustentável Reserva Particular do Patrimônio Natural.
TEMA II
ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS
Espécie exótica é toda espécie que se encontra fora de sua área de distribuição natural. Espécie exótica invasora (EEI), por sua vez, é definida como sendo aquela que ameaça ecossistemas, habitats ou espécies. Muitas delas, têm invadido e afetado a biota de praticamente todos os ecossistemas da Terra.
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Javali |
Vários fatores concorrem para que uma espécie exótica invasora se torne hegemônica em um ecossistema. Dentre eles, merecem destaque a ausência de inimigos naturais, a presença de ambientes e paisagens degradadas, a destruição das barreiras biogeográficas por meio da ação antrópica, bem como a crescente globalização e o consequente aumento do comércio internacional.
A presença de uma espécie alienígena pode causar empobrecimento dos ambientes (perda da biodiversidade), prejuízos à economia, danos à saúde humana, simplificação dos ecossistemas, extinção de espécies nativas, etc.
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Espremida entre as piteiras invasoras e o capim-gordura africano, estão as plantas nativas do cerrado |
Tendo em vista a complexidade dessa temática, as espécie exóticas invasoras envolvem ações de preservação, erradicação, controle e monitoramento fundamentadas numa perspectiva multidisciplinar e interinstitucional, assim como o envolvimento sinérgico do poder público (federal, estadual e municipal), com o setor empresarial e das organizações não-governamentais. Caso contrário, todo trabalho nesse sentido redundará estéril e improfícuo.
Considerações finais
Após o término da palestra, descerrou-se um espaço temporal para que os alunos pudessem sanar suas dúvidas pertinentes aos temas desenvolvidos, assim como obter outros esclarecimentos.
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Momento dialógico |
Algumas perguntas, focalizaram os temas apresentados. Outras, no entanto, se restringiram tão somente as questões de ordem particular, como por exemplo: Qual o campo de atuação de um Biólogo? Quanto tempo é o curso de graduação em Biologia? Como conseguir ingressar no Ministério do Meio Ambiente na condição de voluntário?
Ao término, a palestrante foi agraciada com um certificado do Colégio Militar de Brasília.
Em resumo, a experiência didático-pedagógica que os alunos vivenciaram oportunizou uma maior compreensão acerca do significante papel das Unidades de Conservação no contexto ecológico, econômico, social, institucional e cultural. Além disso, permitiu também um entendimento mais amplo do potencial perigo de uma espécie exótica invasora.
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Aluna Yohanna entregando o certificado do CMB em nome do Cel Comandante Alexandre da Hora |
REFERÊNCIAS
LEUZINGER, Márcia Dieguez. Desapropriações Ambientais na Lei n° 9.985/2000. In: BENJAMIN, Antônio Herman, (coord.). Direito ambiental das áreas protegidas: o regime jurídico das unidades de conservação. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001.
FERNANDEZ, F. A. S. Invasores de outros mundos: perda de biodiversidade por contaminação biológica. In: Fundação O Boticário de Proteção à Natureza (Ed.), IV Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação - Seminários, Vol. 2. Curitiba: Rede Nacional Pró Unidades de Conservação, 2004.
http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/programas-e-projetos/projeto-corredores-ecologicos/conceitos - Acesso em 25/05/2016.
http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biosseguranca/especies-exoticas-invasoras - Acesso em 26/05/2016.
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