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terça-feira, 29 de outubro de 2019

DIA DO CERRADO NA EMBAIXADA DA BÉLGICA

    No dia 11 de setembro de 2019, o Clube de Estudo Ambientais (CEA) do Colégio Militar de Brasília (CMB) esteve presente na Embaixada da Bélgica para celebrar o Dia Nacional do Cerrado. O objetivo dessa atividade pedagógica foi conscientizar o público jovem, de várias escolas do Distrito Federal, sobre a necessidade de valorizar, respeitar e preservar o Bioma Cerrado.

Alunos do CEA/CMB e do Ensino Fundamental visitando a Embaixada da Bélgica

Alunos do CEA/CMB participando de uma atividade lúdico-pedagógica

O Cerrado

    O Cerrado, considerado a savana mais rica do mundo e o bioma mais antigo do Brasil (com aproximadamente 65 milhões de anos), possui 5% da biodiversidade mundial e cerca de 20 mil nascentes que contribuem para oito, das doze regiões hidrográficas brasileiras. O Cerrado é composto principalmente por formações savânicas, onde encontra-se uma fauna exuberante e uma flora delicada. Seu papel ecológico, bem como sua beleza cênica, é de grande importância para o equilíbrio dinâmico da biosfera brasileira.

Formação savânica do Bioma Cerrado

Impactos Ambientais no Cerrado

    Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ocupação humana. Um dos impactos ambientais mais graves no bioma é causado pela remoção da vegetação natural (remoção e fragmentação de habitats) para o desenvolvimento de atividades agropecuárias. 

Avanço de área agrícola no Bioma Cerrado
      
    Assim, as principais ameaças à biodiversidade do Cerrado estão vinculadas a essas duas atividades econômicas: a monocultura intensiva de grãos e a pecuária extensiva de baixa tecnologia. Além da expansão agropecuária, outros fatores antropogênicos que vem colocando os ecossistemas do Cerrado em risco são: urbanização, abertura de estradas e caça ilegal.


Área de pasto no Bioma Cerrado


O caminho da Agroecologia 


    A vegetação original do Cerrado tem sido suprimida para tornar-se terra agrícola ou pasto. Surge, assim, uma pergunta: é possível produzir grãos, hortifrutigranjeiros e carnes, respeitando a biofuncionalidade ecológica do Cerrado? A resposta é sim! 

     A Embaixada da Bélgica exibiu, na tarde do dia 11 de setembro, o documentário "Pé na Terra", de Louise Amand e Fernando Fortuna. Essa cinematografia revela que muitos agricultores estão empreendendo uma transição para a agroecologia. 


Princípios de agroecologia praticados em sistema agroflorestal
  

  A agroecologia é uma forma de agricultura sustentável que agrega conhecimentos científicos e tradicionais. Essa agricultura incorpora questões sociais, culturais, ambientais e éticas. Em outras palavras, a agroecologia é uma forma de conhecimento que tenta transcender a lógica perversa do paradigma da degradação socioambiental. Essa lógica malfazeja tem incentivado a prática da monocultura, o emprego dos transgênicos, a utilização de fertilizantes e agrotóxicos industriais e, consequentemente, a perda da biodiversidade. 



Considerações Finais

    Os alunos do CEA afirmaram que a visita de estudos na Embaixada da Bélgica foi de grande valia cultural e acadêmica. Cultural por que tiveram a oportunidade de conhecer um pouco sobre a Bélgica, país da Europa Ocidental. Acadêmica, pois adquiriram uma compreensão mais profunda sobre o Bioma Cerrado. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS E MEIO AMBIENTE

   No dia 30 de julho de 2019, a Analista Ambiental e Pesquisadora Tainah Corrêa Seabra Guimarães, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ministrou uma palestra para alunos do Clube de Estudos Ambientais (CEA), do Colégio Militar de Brasília (CMB), sobre espécies exóticas invasoras. Durante essa atividade de educação ambiental, os discentes puderam conhecer as definições de espécies exóticas e seus impactos ambientais, econômicos e sociais.

Palestra da Analista Ambiental e Pesquisadora Tainah Guimarães para alunos do CEA/CMB

   De acordo com a pesquisadora, uma
espécie exótica é definida como toda espécie introduzida fora de sua distribuição natural no passado ou no presente. No âmbito dessa definição, é incluída qualquer parte (gametas, sementes, ovos ou propágulos) dessas espécies que possam sobreviver e, consequentemente, se reproduzir. 

A pesquisadora apresentando a definição de espécie exótica


   Tainah Guimarães também explicou aos alunos que uma 
espécie exótica invasora são plantas, animais ou microrganismos que se encontram fora de seu habitat e se proliferam sem controle, trazendo riscos às espécies nativas e ao meio ambiente. A pesquisadora destacou que as espécies invasoras, ao não possuir inimigos naturais, predadores ou patógenos, apresentam vantagens competitivas e tendem a transformar e homogeneizar os ecossistemas.


Espécies exóticas invasoras ameaçam ecossistemas. 
 Fontehttp://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/4-destaques/6795-especies-exoticas-invasoras-ameacam-ecossistemas


   Segundo Tainah Guimarães, muitos são os fatores que potencializam a introdução e o estabelecimento desse tipo de espécie. Dentre eles, podemos citar: o tráfego de embarcações de outros países, o desmatamento e a degradação de áreas naturais, o intenso comércio internacional de plantas ornamentais e de animais de estimação, as mudanças climáticas, etc. Atualmente, as espécies exóticas invasoras estão entre as principais causas diretas de perda da biodiversidade e da extinção de espécies.


Tainah Guimarães recebendo o certificado de agradecimento do Colégio Militar, 
das mãos da Tenente Corrêa. 



Considerações finais
   A palestra da Analista Ambiental Tainah Guimarães, do ICMBio, foi muito importante para os alunos do Colégio Militar porquanto tiveram a singular oportunidade de conhecer a problemática das espécies exóticas invasoras. Os alunos também compreenderam que somente com uma adequada política ambiental é possível conter e mitigar os diversos prejuízos ambientais, sociais e econômicos causados por esses organismos.

sábado, 10 de agosto de 2019

UM DIÁLOGO INTERDISCIPLINAR RECOMPENSADOR

No dia 9 de julho de 2019 o Clube de Estudos Ambientais do Colégio Militar de Brasília (CEA/CMB) empreendeu uma atividade de educação ambiental no Parque Ecológico das Sucupiras, Sudoeste, Brasília, DF. Essa iniciativa pedagógica esteve sob a coordenação dos seguintes professores: Major Fraga (Biologia), Capitão Bexiga (Física) e professor Fernando (Artes). 


Alunos do CEA/CMB acompanhados pelos professores Fernando,
Major Fraga e Bexiga durante estudo de campo no Parque das Sucupiras
Os objetivos que nortearam essa ação docente foram: 

  • Interdisciplinarizar os saberes ambientais, físicos, astronômicos e artísticos;
  • Conscientizar os discentes sobre a importância ambiental do Bioma Cerado, bem como o papel significativo da Associação Parque Ecológico das Sucupiras (Apaes) para a preservação e conservação do cerrado localizado entre a área da Marinha e o Eixo Monumental; 
  • Sensibilizar os alunos do CEA/CMB ante a magnitudiosa beleza e harmonia que vige no Cosmo.
O trabalho inicial ficou sob a responsabilidade do Major Fraga, coordenador do Clube de Estudos Ambientais. A sua tarefa foi de explicar para os alunos a importância ambiental do Bioma Cerrado. Na ocasião Fraga também fez questão de ressaltar os impactos ambientais negativos que o Bioma Cerrado vem sofrendo por conta da expansão da fronteira agropecuária e da exacerbação da especulação imobiliária sobre o espaço geográfico urbano. 
Após a fala do Major Fraga, quem assumiu a direção do estudo foi o professor Fernando, docente de Artes do Colégio Militar de Brasília. Inicialmente ele tangenciou sobre a criação do Parque das Sucupiras, 2005, e o surgimento  da Associação Parque Ecológico das Sucupiras (Apaes) em 2010, assim como sua finalidade socioambiental. Depois desse breve histórico, o professor de Artes, realizou uma atividade prática de Ilustração Científica, junto a área verde do Parque Ecológico.

Alunos empreendendo uma atividade artística de ilustração científica sob a égide do professor Fernando (ao fundo)
Aluno Bouças, pesquisador do CEA/CMB, participando com outros colegas da oficina de ilustração científica

Findada a prática de desenho científico houve uma pausa nas atividades para que os alunos e os professores pudessem tomar um lanche e socializar descontraidamente. Por volta das 19 horas as atividades foram reiniciadas sob a supervisão do capitão Bexiga, professor de Física e coordenador do Clube de Astronomia do Colégio Militar de Brasília. Preliminarmente, o professor Bexiga, entreteceu algumas considerações teóricas sobre o objeto de estudo da Astronomia, explicando que essa notável ciência natural estuda os corpos celestes e fenômenos que se originam fora da atmosfera da Terra. Ele pontuou igualmente que a Astronomia se preocupa com a evolução, a física, a química e o movimento de objetos celestes, bem como a formação e o desenvolvimento do universo. 
Ultimada a parte teórica sobre essa antiga ciência, o Capitão iniciou a prática observatória da abóbada celeste. Nessa atividade empírica os alunos tiveram a oportunidade de visualizarem no telescópio as estrelas duplas, os planetas Saturno, Júpiter, Vênus e o nosso satélite natural, a Lua. Também visualizaram alguns setores da nossa galáxia, Via Láctea. 

Capitão Vitor assestando o telescópio para que os alunos observem os corpos celestes

Considerações Finais
Esse estudo de campo colimou seus objetivos pedagógicos. Os alunos que participaram dessa atividade de educação ambiente tiveram a oportunidade de integrar os conhecimentos de Biologia, Ecologia, Arte, Física e Astronomia. Aprenderam que o Bioma Cerrado é reconhecido como a savana mais rica do mundo. Entenderam que a má gestão ambiental do Cerrado pode acarretar para as gerações presentes e futuros um passivo ambiental de trágicas consequências econômicas, sociais, culturais e ecológicas.
Na atividade artística, oficina de Ilustração Científica, desenvolveram um olhar mais profundo e sensível ante a estesia que a beleza cênica do cerrado oportuniza. 
A observação astronômica dos corpos celestes deixou uma marca indelével no psiquismo do discentes que participaram dessa atividade. Ficaram maravilhados por saber que na casa do Pai, Cosmo, existem infinitas moradas, incontáveis planetas e sóis, universos e quem sabe outras humanidades, que se encontram interligadas e interdependentes. 
Em síntese, compreenderam experencialmente o que afirmou certa feita Isaac Newton: "A maravilhosa disposição e harmonia do Universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Essa fica sendo a minha última e mais elevada descoberta."



terça-feira, 6 de agosto de 2019

EDUCAÇÃO AMBIENTAL A PARTIR DA OBRA DE MACHADO DE ASSIS

    No dia 23 de julho, o Clube de Estudos Ambientais do Colégio Militar de Brasília (CEA/CMB) empreendeu um estudo socioambiental à luz da crônica "Conversa de dois burros falantes", do escritor Machado de Assis. Essa Crônica foi publicada, pela 1ª vez, em 16/10/1892, na coluna "A Semana", do Jornal Gazeta de Notícias. Essa atividade interdisciplinar de Educação Ambiental (EA) foi conduzida magistralmente pelo Ten Marcos, docente de Língua Portuguesa e Literatura do CMB. Na ocasião, o distinto professor empreendeu considerações literárias, sociológicas e ambientais, a partir do apólogo de Machado de Assis.

Ten Marcos apresentando a crônica "Conversa de dois burros falantes", do escritor Machado de Assis.


Reflexões sociológicas e ambientais, a partir do apólogo machadiano


    Com esse debate sobre EA, ocorrido por meio da crônica "Conversa de dois burros falantes", os alunos do CEA puderam compreender como os modelos de desenvolvimento contemporâneo se apresentam muito distantes do ideário de desenvolvimento sustentável. A reflexão do Ten Marcos evidenciou que nem sempre modelos de desenvolvimento promovem inclusão social, bem-estar econômico e preservação dos recursos naturais. Com essa atividade pedagógica, os alunos também tiveram a oportunidade de perceber o quanto o conhecimento é interligado e interdependente. Nesse sentido, a EA é promotora de conhecimentos que dialogam entre si, proporcionando uma visão rica em possibilidades e significados. 





QUESTÃO PARA REFLEXÃO


    Estudamos nesse encontro inúmeros conceitos e temas relacionados com a temática socioambiental. Foi tangenciado pelos professores Marcos e Salomão, bem como por alguns alunos que participaram do debate, as diferenças entre desenvolvimento, progresso e crescimento econômico. Sobre esses temas comente a frase abaixo, segundo o que você entendeu no debate em torno da crônica "Conversa de dois burros falantes":

"O que faz sentido não é a distinção entre desenvolvimento econômico e crescimento econômico, mas entre crescimento econômico (ou desenvolvimento econômico), por um lado, e desenvolvimento humano ou progresso, por outro."




   Caso você queira subsidiar ainda mais sua reflexão, consulte:

http://www.scielo.br/pdf/ln/n93/03.pdf
https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/
https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28588-o-que-e-desenvolvimento-sustentavel/




terça-feira, 23 de julho de 2019

ECOLOGIA INTERIOR: VÍCIO EM TIC

   O vício em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) vem se tornando um grave e sério problema de saúde pública. Ele não tem afetado unicamente crianças e adolescentes, mas igualmente um significativo número de adultos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o termo "vício" se refere a um hábito repetitivo que degenera ou causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem, caracterizando-se como uma doença física e psicoemocional. Para a psicologia, o vício constitui um mecanismo de fuga emocional, mediante o qual o indivíduo consegue algum tipo de prazer, fugindo momentaneamente da realidade ou de algum tipo de dor. A dependência ou a necessidade compulsiva por uma atividade relacionada com TIC, é uma doença psicoemocional que requer terapêutica especializada e multidisciplinar. 



O TIC é um vício que pode erguer muralhas invisíveis de indiferentismo social


   Numa sociedade sustentável e sustentada, o cidadão não pode ser vassalo da máquina e sim o seu senhor, porquanto a máquina foi feita para o homem e não o homem para a máquina. A esse respeito o escritor
Luis Carlos Flávio redigiu um poema extraordinário, intitulado "Se a máquina domina o homem".  


"Se a máquina domina o homem,
onde tinha coração, agora é só engrenagem,
onde tinha comunhão, agora é competitividade.

Se a máquina domina o homem,
onde a terra era de todos, agora é cerca na paisagem,
onde a cidade era de todos, agora só pagando há passagem.

Se a máquina domina o homem,
onde a natureza tinha vida, agora toda vida é montagem,
agora é museu de saudade, agora o deserto é a imagem..."

Considerações finais
   As TIC em si são aéticas (não são boas, ou ruins). Tudo depende do uso que se faz delas. Se empregada com bom senso e discernimento é fonte de sabedoria e progresso social. No entanto, se for utilizada desenfreada e imprudentemente, constitui uma fonte de alienação psicológica e desarmonia ambiental.

Referência
https://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/5219202  - Acesso em 20/07/19.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

SAÍDA DE CAMPO NO PÁTIO DA RODOFERROVIÁRIA E NO PARQUE OLHOS D'ÁGUA

   No dia 18 de junho, o Clube de Estudos Ambientais do Colégio Militar de Brasília (CEA/CMB), empreendeu uma atividade de educação ambiental, por meio de saídas de campo, ao antigo pátio da Rodoferroviária de Brasília e ao Parque Ecológico e de Uso Múltiplo Olhos D'Água.

Alunos do Clube de Estudos Ambientais, em companhia do Major Fraga,
visitando o ecossistema revegetado do Pátio da Rodoferroviária 

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS
   Os objetivos pedagógicos que nortearam essas atividades foram:
  • Realizar uma saída de campo no pátio da antiga Rodoferroviária de Brasília e no Parque Olhos D'Água, visando propiciar experiências sensitivas em ambientes revegetados e de matas de galeria;
  • Apresentar a importância e a vantagem socioambiental de se recuperar uma área degradada;
  • Conhecer nascentes e matas de galeria no Parque Olhos D'Água; 
  • Despertar nos discentes a sensibilidade e o interesse pelo meio ambiente em seus múltiplos aspectos, bem como a formação de uma consciência voltada para a preservação ambiental. 


Pátio da antiga Rodoferroviária de Brasília
   A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) plantou, desde 2012, quase 1 milhão de mudas arbóreas em uma área de 185 hectares, na antiga Rodoferroviária de Brasília. Foram utilizadas cerca de 45 espécies vegetais nativas do Cerrado, como acácias, aroeiras, ipês, ingás e jacarandás. 

Pátio da antiga Rodoferroviária de Brasília antes da revegetação (lado esquerdo da foto)

   A revegetação de áreas degradadas (áreas que perderam a capacidade natural de recuperação ambiental) é uma estratégia de conservação que resulta em melhorias nos atributos físico-químicos do solo, bem como na proteção necessária do solo exposto (diminuindo 
a perda de sedimentos por erosão). De acordo com Guerra (1998), "o aumento da cobertura vegetal resulta em maior proteção contra o impacto das gotas de chuva, permite melhor estruturação do solo, em função do papel agregador da matéria orgânica a ele incorporada, e reduz o ... escoamento superficial pelo aumento da rugosidade do terreno e da infiltração".   


Revegetação do pátio da antida Rodoferroviária de Brasília. Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2015/11/por-r-5-milhoes-gdf-planta-1-milhao-de-arvores-nativas-do-cerrado.html

   O Professor Fraga apresentou aos alunos a importância e a vantagem socioambiental da recuperação de uma área degradada. Nesse contexto, foi destacado que a revegetação de uma área proporciona, através da cobertura vegetal e da deposição de serrapilheira, uma maior proteção do solo e estabilidade dos agregados, por meio da incorporação de matéria orgânica. 




Major Fraga apresentando aos alunos a serrapilheira e o preparo do solo para a revegetação

   Esse estudo de campo proporcionou aos discentes a oportunidade de conhecer um ambiente revegetado que, se dificilmente terá a mesma biodiversidade anterior, permite a recomposição do solo e o restabelecimento de funções e serviços ecossistêmicos (recarga de aquíferos, polinização, produção de sementes, sequestro de carbono, retorno da fauna, etc).  



Trilha interpretativa realizada no ambiente revegetado do Pátio da Rodoferroviária de Brasília


   Em resumo, o processo de revegetação de áreas degradadas resulta na cobertura vegetal, na proteção e reestruturação dos solos, resultando, assim, no reequilíbrio dinâmico dos ecossistemas.



PARQUE ECOLÓGICO E DE USO MÚLTIPLO OLHOS D'ÁGUA

   Fundado em 1994, o Parque Ecológico e de Uso Múltiplo Olhos D'Água é um parque público, ecológico e de lazer localizado nas quadras 413 e 414, na Asa Norte, Brasília, Distrito Federal. O parque apresenta fragmentos de matas de galeria e de formações savânicas do Cerrado, numa área aproximada de 21 hectares. 


Vista da pista de caminhada/cooper do Parque Olhos D'Água. Fonte: https://blogmaisbrasil.alliahotels.com.br/destino/parque-olhos-dagua



   Registros históricos assinalam que no lugar onde, atualmente, se encontra o parque, havia um aglomerado de invasões humanas. A comunidade circunjacente, percebendo que os invasores estavam provocando diversos impactos ambientais e sociais (tais como desmatamento, queimadas, acúmulo de lixo, destruição das nascentes, tráfico de entorpecentes), promoveu, junto ao poder público, as primeiras ações visando à criação de um parquen urbano. Para que o projeto do Parque Olhos D'Água se materializasse foi preciso um investimento inicial de R$ 700 mil, por parte do Governo do Distrito Federal. Atualmente, o parque possui uma pista de caminhada/cooper de mais de 2Km, parquinhos infantis e de exercícios físicos, além de diversas trilhas. Cotidianamente, ele é visitado pela comunidade de moradores da Asa Norte e do entorno. 
   No que diz respeito à flora nativa, destaca-se o angico (Anadenanthera colubrina), espécie mais numerosa do parque. Aparecem igualmente as interessantes trepadeiras "papo-de-peru" (Aristolochia gigantea), principalmente junto à ponte sobre o riacho da Lagoa do Sapo. Na época da floração, essa trepadeira exala um odor de carne podre, atraindo insetos que são digeridos pela planta.


Lagoa do Sapo, no interior do Parque Olhos D'Água


   A fauna é bastante diversificada, principalmente em répteis e aves. Dentre os mamíferos já foram observados gambás-de-orelhas-pretas ou saruês (Didelphis marsupialis) e preás (Cavia aprea). Um dos maiores problemas do parque, é a equivocada iniciativa, por parte de alguns visitantes, de soltura de espécies exóticas. Um exemplo, é o caso das tartarugas tigre d'água americanas (Trachemys scripta elegans), que existem em grande número na Lagoa do Sapo. Na lagoa, também, é possível encontrar populações de patos domésticos e de tilápias. Alguns anos atrás, um casal de coelhos foi solto no parque e começou a se reproduzir, chegando a uma população de 40 indivíduos. Felizmente, todos os coelhos foram retirados por técnicos ambientais. Outro fato negativo é a atitude de certos frequentadores em levar alimentos para os animais. Esse comportamento é preocupante do ponto de vista ecológico e sanitário, visto que acaba atraindo ratos e ratazanas para as áreas do parque.


MATA DE GALERIA 
  A trilha interpretativa, coordenada pelo Major Fraga, teve como finalidade pedagógica apresentar aos alunos nascentes da Lagoa do Sapo, bem como as matas de galeria que a circundam. Na ocasião, o Professor Fraga também explicou aos discentes a definição de mata de galeria, bem como os inúmeros serviços ecossistêmicos que esse tipo de vegetação presta à comunidade. 


                                                                            Mata de galeria do entorno da Lagoa do Sapo, interior do Parque Olhos D'Água



CONSIDERAÇÕES FINAIS
   Essas duas atividades de Educação Ambiental foram muito significativas, pois oportunizaram aos discentes a experiência de conhecer uma área recuperada, assim como a biodinâmica das matas de galeria.