No dia 10 de maio, alguns alunos do Clube de Estudos Ambientais nos procurou com o objetivo de mostrar um fenômeno bioecológico que estava acontecendo no gramado do jardim botânico do Pátio das Forças Armadas do Colégio Militar de Brasília.
Chegando ao local apontado pelos estudantes, constatamos imediatamente que o fato verificado dizia respeito a proliferação desordenada de formigas cortadeiras. Após empreendermos conjuntamente uma análise ambiental , percebemos que numerosas tocas de formiga cortadeira estavam se espalhando por toda a área gramada desse importante local de recreação e passeio. Aproveitamos essa circunstância para didatizar alguns conceitos relativos as Ciências Ambientais tais como, impacto ambiental, desequilíbrio ecológico, controle biológico, agrotóxicos, manejo sustentável biodiversidade e outros.
Importância ecológica das formigas
Tendo em vista às várias posições que podem ocupar na cadeia trófica, o efeito das formigas sobre um ecossistema pode ser bastante diverso.
No caso das espécies herbívoras, isto é, cortadeiras que cultivam um fungo simbionte, é conhecido que sua capacidade de cortar folhas ou gemas apicais e laterais, nem sempre tem um efeito negativo sobre a flora. Como elas cortam, comumente porções específicas de plantas, podem regular o crescimento diferencial em uma mesma planta ou entre diferentes espécies de plantas.
Um outro aspecto ecológico não menos importante das formigas cortadoras, é que elas acumulam grande quantidade de nutrientes em um só lugar, permitindo o crescimento de certos vegetais que não podem sobreviver em solo pobre dos arredores, exercendo dessa maneira, o papel de recicladoras de nutrientes. Em outras palavras, elas concorrem para a ciclagem de nutrientes. Esse processo se refere ao ciclo dos nutrientes que são absorvidos pelas raízes das plantas no solo que ao se decomporem voltam a disponibilizar esses nutrientes nas camadas mais superficiais facilitando sua absorção pelas plantas.
Desequilíbrio ecológico e seus impactos ambientais
A superpopulação de formigas cortadeiras, assim como seus ninhos terrestres no Patio das Forças Armadas do CMB, caracteriza um impacto ambiental negativo, cuja gênese esta radicada no desequilíbrio ecológico desse ecossistema antrópico. Quando se rompe o delicado equilíbrio da teia da vida num sistema ecológico, a estabilidade interacional da biocenose corre o risco de colapsar.
O desequilíbrio ecológico ocorre quando um elemento biótico ou abiótico de um ecossistema sofre profundas variações em sua quantidade. Essa variação quantitativa pode ser em função de um adicionamento ou supressão. No caso em análise, a proliferação de formigas cortadeiras é um tipo de desequilíbrio ecológico, visto que o excesso de sua população no gramado do Pátio das Forças Armadas está danificando topograficamente o solo e algumas árvores adjacentes.
Todavia, importa considerar que o aumento da população de formigas cortadeiras nesse ecossistema se deve a pouca ou quase ausência de predadores naturais. Em decorrência desse fato, um processo de impacto ambiental negativo se instalou nessa área causando comprometimentos nos aspecto cênico do parque e em sua comunidade biótica. Ante a gravidade desse problema ambiental várias medidas alternativas de controle dos formigueiros foram propostas e discutidas pelos alunos do CEA.
Soluções para o problema ambiental
Os alunos propuseram inúmeras soluções para resolver problema da proliferação excessiva de formigas cortadeiras. Alguns insinuaram colocar em seus ninhos terrestres, cravo e canela, casca de limão e laranja, detergente, vinagre, suco de limão, pimenta e borra de café, vaselina, óleo de hortelã-pimenta, etc. Outros aconselharam fazer uso de formicidas. Explicamos que todas as sugestões eram válidas, mas para aquele contexto e para aquela espécie de formigas, essas soluções caseiras dificilmente iriam equacionar a problemática em questão.
No que diz respeito aos formicidas, aduzimos que essa proposta não era ambientalmente sustentável, de vez que o uso de venenos sintéticos, poderiam contaminar o solo, o lençol freático e os animais que se alimentam dessas formigas.
Depois de muita pesquisa na Internet e análises, os alunos chegaram a conclusão que a melhor maneira de controlar o adensamento das colônias de formigas cortadeiras seria utilizar os seguintes métodos:
a) Físicos
b) Biológicos
Considerações Finais
Este estudo de campo foi muito importante para o aprendizado dos alunos do CEA, pois eles compreenderam que um desequilíbrio ecológico seja ele antrópico ou natural, pode causar graves impactos ambientais no ecossistema. Igualmente, esse trabalho oportunizou um maior conhecimento sobre a ecologia das formigas corteiras, bem como algumas maneiras sustentáveis de promover seu controle.
Chegando ao local apontado pelos estudantes, constatamos imediatamente que o fato verificado dizia respeito a proliferação desordenada de formigas cortadeiras. Após empreendermos conjuntamente uma análise ambiental , percebemos que numerosas tocas de formiga cortadeira estavam se espalhando por toda a área gramada desse importante local de recreação e passeio. Aproveitamos essa circunstância para didatizar alguns conceitos relativos as Ciências Ambientais tais como, impacto ambiental, desequilíbrio ecológico, controle biológico, agrotóxicos, manejo sustentável biodiversidade e outros.
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Professor Salomão analisando com os alunos Guilherme, Mariane, Gabriela Ortega e Visconti uma colônia de formigas cortadeiras no Pátio das Forças Armadas |
Tendo em vista às várias posições que podem ocupar na cadeia trófica, o efeito das formigas sobre um ecossistema pode ser bastante diverso.
No caso das espécies herbívoras, isto é, cortadeiras que cultivam um fungo simbionte, é conhecido que sua capacidade de cortar folhas ou gemas apicais e laterais, nem sempre tem um efeito negativo sobre a flora. Como elas cortam, comumente porções específicas de plantas, podem regular o crescimento diferencial em uma mesma planta ou entre diferentes espécies de plantas.
Um outro aspecto ecológico não menos importante das formigas cortadoras, é que elas acumulam grande quantidade de nutrientes em um só lugar, permitindo o crescimento de certos vegetais que não podem sobreviver em solo pobre dos arredores, exercendo dessa maneira, o papel de recicladoras de nutrientes. Em outras palavras, elas concorrem para a ciclagem de nutrientes. Esse processo se refere ao ciclo dos nutrientes que são absorvidos pelas raízes das plantas no solo que ao se decomporem voltam a disponibilizar esses nutrientes nas camadas mais superficiais facilitando sua absorção pelas plantas.
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Formiga cortadeira carregando pedaços de folha da árvore hospedeira |
A superpopulação de formigas cortadeiras, assim como seus ninhos terrestres no Patio das Forças Armadas do CMB, caracteriza um impacto ambiental negativo, cuja gênese esta radicada no desequilíbrio ecológico desse ecossistema antrópico. Quando se rompe o delicado equilíbrio da teia da vida num sistema ecológico, a estabilidade interacional da biocenose corre o risco de colapsar.
O desequilíbrio ecológico ocorre quando um elemento biótico ou abiótico de um ecossistema sofre profundas variações em sua quantidade. Essa variação quantitativa pode ser em função de um adicionamento ou supressão. No caso em análise, a proliferação de formigas cortadeiras é um tipo de desequilíbrio ecológico, visto que o excesso de sua população no gramado do Pátio das Forças Armadas está danificando topograficamente o solo e algumas árvores adjacentes.
Todavia, importa considerar que o aumento da população de formigas cortadeiras nesse ecossistema se deve a pouca ou quase ausência de predadores naturais. Em decorrência desse fato, um processo de impacto ambiental negativo se instalou nessa área causando comprometimentos nos aspecto cênico do parque e em sua comunidade biótica. Ante a gravidade desse problema ambiental várias medidas alternativas de controle dos formigueiros foram propostas e discutidas pelos alunos do CEA.
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Colônia de formigas cortadeiras impactando o solo e a beleza cênica do Pátio das Forças armadas |
Soluções para o problema ambiental
Os alunos propuseram inúmeras soluções para resolver problema da proliferação excessiva de formigas cortadeiras. Alguns insinuaram colocar em seus ninhos terrestres, cravo e canela, casca de limão e laranja, detergente, vinagre, suco de limão, pimenta e borra de café, vaselina, óleo de hortelã-pimenta, etc. Outros aconselharam fazer uso de formicidas. Explicamos que todas as sugestões eram válidas, mas para aquele contexto e para aquela espécie de formigas, essas soluções caseiras dificilmente iriam equacionar a problemática em questão.
No que diz respeito aos formicidas, aduzimos que essa proposta não era ambientalmente sustentável, de vez que o uso de venenos sintéticos, poderiam contaminar o solo, o lençol freático e os animais que se alimentam dessas formigas.
Depois de muita pesquisa na Internet e análises, os alunos chegaram a conclusão que a melhor maneira de controlar o adensamento das colônias de formigas cortadeiras seria utilizar os seguintes métodos:
a) Físicos
- uso de água quente para formigueiros pequenos;
- inundação para formigueiros maiores quando houver condições de desviar a água de um canal ou acesso com o uso de mangueiras;
- fumaça de escapamento, ou seja, dirigir o escapamento de motores para a entrada (olheiro) do formigueiro tapando as saída de fumaça, provocando a asfixia das formigas, pela ação do gás carbônico.
b) Biológicos
- aplicação calda microbiológica;
- cultivo de plantas atrativas tóxicas tais como o gergelim. As folhas do gergelim contém uma substância chamada sesamina, que é fungicida. Quando as formigas levam para o interior do formigueiro as folhas dessa planta (é uma das preferidas pelas saúvas) a sesamina mata o fungo que serviria de alimento para à rainha e às larvas.
- soltar galinha comum ou galinha da angola no terreno.
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Considerações Finais
Este estudo de campo foi muito importante para o aprendizado dos alunos do CEA, pois eles compreenderam que um desequilíbrio ecológico seja ele antrópico ou natural, pode causar graves impactos ambientais no ecossistema. Igualmente, esse trabalho oportunizou um maior conhecimento sobre a ecologia das formigas corteiras, bem como algumas maneiras sustentáveis de promover seu controle.
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