CMB

CMB

sexta-feira, 31 de março de 2017

TRILHA ECOLÓGICA INTERPRETATIVA NA CHAPADA IMPERIAL

No dia 23 de março de 2017, o Clube de Estudos Ambientais do Colégio Militar de Brasília  - CEA/CMB empreendeu uma atividade de educação ambiental na Reserva Ecológica Chapada Imperial - Distrito Federal. 
A chapada Imperial é uma reserva ecológica particular que vem sendo preservada desde 1986. Possui uma área de aproximadamente 4800 hectares e está localizada na APA (Área de Proteção Ambiental) de Cafuringa. Atualmente, constitui a maior área particular preservada dentro do DF. 


Vista panorâmica da Reserva Ecológica Chapada Imperial
Os objetivos que nortearam nosso trabalho de educação ambiental nessa APA foram: Compreender o que é uma Área de Proteção Ambiental; Desenvolver uma consciência ético moral de respeito e pertencimento ao meio ambiente natural. Nessa atividade de ensino voltada para as questões ambientais conseguimos estabelecer um diálogo teórico conceitual com as disciplinas de Arte, História, Geografia, Ciências Ambientais, Língua Portuguesa, Filosofia e Biologia.

Nessa contextualidade, foram trabalhados os seguintes conteúdos: a arte na natureza, história da construção de Brasília, tipos de solo e suas características, sustentabilidade socioambiental, metodologia de elaboração de relatórios, bioma cerrado, suas fitofisionomias e importância ambiental, etc.  
A metodologia utilizada na viabilização desse trabalho pedagógico contou com a realização de uma trilha ecológica interpretativa. Durante o percurso da trilha foram empreendidas dinâmicas de grupo: discussão dirigidas; exercício do olhar e escuta sensíveis. Igualmente foram executadas algumas paradas em pontos estratégicos com a finalidade de registrar por meio de vídeos ou fotografias os aspectos cênicos do ecossistema estudado. 

Descrição da atividade
Ao chegamos a Reserva Ecológica Chapada Imperial fomos recepcionados pelo responsável e dono da Reserva, Marcio Imperial. 


Instrutor e guia Márcio Imperial comentando algumas particularidades do cerrado

Após nos ambientarmos, nosso instrutor e guia apresentou-nos um banheiro totalmente sustentável do ponto de vista ecológico, Banheiro Verde. Nele o telhado é feito com telha de embalagem tetrapak prensada; as lâmpadas são de PETs; a fossa é ecológica (os resíduos não contaminam o solo, mas fertilizam o solo); e o aquecedor solar é feito com garrafas PETs, embalagem Tetrapak e tubos de PVC, para aquecer a água do banho. 
Depois empreendemos uma trilha ecológica curta com grau de dificuldade leve. Durante o percurso o professor Salomão e o guia Márcio Imperial, tematizaram várias questões ambientais: mata ciliar, mata de galeria, bioma cerrado ( fauna, flora e mosaicos de fisionomias), tipos de solo, impactos de ambientais oriundos do desmatamento do cerrado com vistas a expansão da fronteira agrícola de soja e outros grãos.
Trilha ecológica interpretativa, uma forma de religar o homem a natureza

Por último visitamos a mini usina hidrelétrica, a qual produz energia para todo o metabolismo da Reserva Chapada Imperial. Ao término da trilha ecológica foi marcado por uma breve palestra do guia Márcio Imperial, onde ele explicou o Projeto Bicho Livre. Esse projeto iniciou-se em 2002 por meio de uma parceria com o Instituto de Meio Ambiente - IBAMA. Tem como objetivo principal a reintrodução de animais silvestres apreendidos do tráfico, no seu habitat natural. 
As atividades pedagógicas empreendidas ao longo da trilha ecológica interpretativa não se restringiram unicamente aos aspectos cognitivos. Foram envidados esforços no sentido de despertar nos alunos um sentimento de pertencimento e amor a natureza. 

Lamentavelmente, o mundo contemporâneo com seu notável progresso científico tecnológico tem afastado o ser humano do contato com o ambiente natural. Esse distanciamento do homem com a natureza tem sido uma das causas da atual crise ambiental. Nesse contexto uma Educação Ambiental critico reflexiva e humanizadora, muito pode contribuir com a formação de futuros profissionais e cidadãos comprometidos com a edificação de uma sociedade justa e ambientalmente sustentável. O ser humano não pode pensar em desenvolvimento exclusivamente do ponto de vista econômico. Essa visão distorcida além de ser ecologicamente predatória é socialmente desumanizadora. Inúmeras civilizações colapsaram e desapareceram porque vitalizaram esse modelo perverso que privatiza a lucratividade e socializa a crise ambiental. Todo paradigma de progresso e crescimento divorciado do amor ao próximo e do respeito a integridade dos ecossistemas naturais está predestinado ao fracasso. 


http://www.infap.org.br/page1.php


Avaliação
A avaliação foi empreendida por meio da observação de como os alunos estavam participando nas atividades desenvolvidas. Também foi solicitado um relatório e uma pesquisa dos temas que foram nosso objeto de estudo. 

Referencia 
GUIMARÃES, S. T. de L. Dimensões da Percepção e Interpretação do Meio Ambiente: vislumbres e sensibilidades das vivências na natureza, OLAM – Ciência & Tecnologia, Rio Claro, v. 5, n. 1, p. 202- 219, maio 2004. 
LIMA, S. T. Paisagens & ciganos. 1996. Tese (Doutorado em Geografia) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro/SP, 1997. LIMA, S. T. Trilhas interpretativas: a aventura de conhecer a paisagem. Cadernos Paisagem. Paisagens 3. Rio Claro: UNESP, 1998, p.39-44. 
SCHWEITZER, A. Decadência e regeneração da cultura. São Paulo: Melhoramentos, 1959. 
SILVA. A.S. A prática pedagógica da educação ambiental: um estudo de caso sobre o Colégio Militar de Brasília - Dissertação de Mestrado, UNB, 2008.