Durante o 2º semestre de 2015, o Clube de Ciências Socioambientais empreendeu inúmeros projetos voltados para o campo da sustentabilidade ambiental. Dentre eles, merece destaque o projeto de gestão ambiental "MANEJO SUSTENTÁVEL DA FITOPARASITA ERVA-DE-PASSARINHO NO ÂMBITO DO PATRIMÔNIO ARBÓREO DO COLÉGIO MILITAR DE BRASÍLIA".
Esse projeto de pesquisa foi arquitetado e coordenado pelo professor Salomão - Biólogo e Mestre em Desenvolvimento Sustentável - e executado pelos alunos que integram o quadro de associados do Clube de Ciências Socioambientais.
![]() |
Alunos do Clube de Ciências Socioambientais planejando a execução do projeto |
Para facilitar a viabilização desse programa de gestão ambiental, deliberamos fragmentá-lo em quatro partes:
- 1ª - Conhecimento in loco do objeto de pesquisa.
Os alunos foram convidados a empreenderem uma visita ao Pátio das Forças Armadas, com o propósito de obterem um conhecimento prévio das plantas que estavam sendo parasitadas pela erva-de-passarinho. Durante essa excursão ao jardim botânico do referido parque, os discentes foram solicitados a olharem a copa das árvores com o objetivo de identificarem a presença de alguma erva-de-passarinho instalada. No primeiro momento todos tiveram dificuldades, de vez que, nenhum aluno tinha conhecimento dessa parasita. Entretanto, após o professor Salomão, mostrar algumas espécimes, todos os alunos conseguiram diferenciar uma planta sadia de uma infestada pela fitoparasita. É importante destacar, que alguns alunos afirmaram ter visto essa "planta" em outros sítios do Distrito Federal, mas nunca imaginavam que ela pudesse oferecer algum perigo a sua hospedeira.
Alunos aprendendo a identificar a erva-de-passarinho |
- 2ª - Coleta de dados
Nessa fase os discentes foram orientados a empreenderem uma pesquisa bibliográfica sobre os aspectos biológicos e ecológicos da erva-de-passarinho. Esse momento foi de significativa relevância, uma vez que os alunos puderam tomar conhecimento da anatomofisiologia e reprodução da erva-de-passarinho, assim como, sua interação ecológica com as plantas hospedeiras e os demais seres bióticos que integram a teia da vida na qual ela está inserida.
Erva-de-passarinho parasitando uma hospedeira |
- 3ª - Quantificação e diagnose
Após os alunos adquirem um conhecimento mais profundo da bioecologia da erva-de-passarinho, foi realizado um novo estudo de campo, com o objetivo de quantificar a população arborícola presente no Pátio das Forças Armadas. Foram contabilizadas ao todo 76 árvores, sendo que desse universo 40% estavam contaminadas pela fitoparasita. Esse grau de contaminação, é preocupante, de vez que o patrimônio arbóreo do Colégio Militar de Brasília é composto por quase 1000 árvores de médio e grande porte.
A erva-de-passarinho durante seu processo reprodutivo floresce de forma muito abundante. Essas flores com o tempo se transformam em frutos coloridos e saborosos. Algumas aves (daí advém o nome erva-de-passarinho), ao se alimentarem desses frutos acabam sendo disseminadoras dessa parasitose vegetal, perpetuando assim o ciclo de contaminação.
Além da quantificação foi realizado igualmente um exame do estado morfológico das plantas contaminadas. Constatou-se, que um número apreciável de hospedeiras exibiam em seus ramos e copas sinais característicos de adoecimento, tais como galhos secos, perda significativa das folhas e desvitalização.
- 4ª - Erradicação
Após o diagnóstico empreendido pelos discentes, confeccionou-se um relatório sucinto da real situação das plantas que integram o jardim botânico do Pátio das Forças Armadas. o qual foi vocalizado ao Comandante do Colégio Militar de Brasília. Preocupado com a gravidade do problema - alto grau de infestação do parque arbóreo pela fitoparasita erva-de-passarinho - , o Diretor do Colégio, determinou que o Clube de Ciências Socioambientais, acionasse os setores administrativos do CMB para que a 4ª fase do projeto fosse viabilizada de forma exitosa. Nessa etapa, iniciou-se a poda das árvores que se encontravam contaminadas. Algumas árvores experimentaram a poda de apenas algumas partes da copa. Outras, porém, tiveram que ser totalmente podadas, de vez que seus galhos estavam exibindo alto índice de contaminação pelos ramos parasitários da erva-de-passarinho.
Professor Salomão destacando a erva-de-passarinho aderida ao galho de uma planta hospedeira |
Conclusão
Já decorreram quase trinta dias de execução da última fase. Das 20 árvores que sofreram poda total, 16 já estão brotando novamente. O período das chuvas mais constantes aqui no DF tem potencializado esse brotamento. O Clube de Ciências Socioambientais está monitorando semanalmente as árvores do Pátio das Forças Armadas. Do ponto de vista ambiental e pedagógico, esse projeto foi muito importante, porquanto facultou aos alunos:
- conhecimento mais amplo da fitoparasita erva-de-passarinho;
- trabalho sinérgico em grupo;
- operacionalização do método científico;
- entendimento sobre a dinâmica das relações ecológicas;
- consciência socioambiental crítica e intervencionista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário