CMB

CMB

terça-feira, 23 de julho de 2019

ECOLOGIA INTERIOR: VÍCIO EM TIC

   O vício em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) vem se tornando um grave e sério problema de saúde pública. Ele não tem afetado unicamente crianças e adolescentes, mas igualmente um significativo número de adultos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o termo "vício" se refere a um hábito repetitivo que degenera ou causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem, caracterizando-se como uma doença física e psicoemocional. Para a psicologia, o vício constitui um mecanismo de fuga emocional, mediante o qual o indivíduo consegue algum tipo de prazer, fugindo momentaneamente da realidade ou de algum tipo de dor. A dependência ou a necessidade compulsiva por uma atividade relacionada com TIC, é uma doença psicoemocional que requer terapêutica especializada e multidisciplinar. 



O TIC é um vício que pode erguer muralhas invisíveis de indiferentismo social


   Numa sociedade sustentável e sustentada, o cidadão não pode ser vassalo da máquina e sim o seu senhor, porquanto a máquina foi feita para o homem e não o homem para a máquina. A esse respeito o escritor
Luis Carlos Flávio redigiu um poema extraordinário, intitulado "Se a máquina domina o homem".  


"Se a máquina domina o homem,
onde tinha coração, agora é só engrenagem,
onde tinha comunhão, agora é competitividade.

Se a máquina domina o homem,
onde a terra era de todos, agora é cerca na paisagem,
onde a cidade era de todos, agora só pagando há passagem.

Se a máquina domina o homem,
onde a natureza tinha vida, agora toda vida é montagem,
agora é museu de saudade, agora o deserto é a imagem..."

Considerações finais
   As TIC em si são aéticas (não são boas, ou ruins). Tudo depende do uso que se faz delas. Se empregada com bom senso e discernimento é fonte de sabedoria e progresso social. No entanto, se for utilizada desenfreada e imprudentemente, constitui uma fonte de alienação psicológica e desarmonia ambiental.

Referência
https://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/5219202  - Acesso em 20/07/19.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

SAÍDA DE CAMPO NO PÁTIO DA RODOFERROVIÁRIA E NO PARQUE OLHOS D'ÁGUA

   No dia 18 de junho, o Clube de Estudos Ambientais do Colégio Militar de Brasília (CEA/CMB), empreendeu uma atividade de educação ambiental, por meio de saídas de campo, ao antigo pátio da Rodoferroviária de Brasília e ao Parque Ecológico e de Uso Múltiplo Olhos D'Água.

Alunos do Clube de Estudos Ambientais, em companhia do Major Fraga,
visitando o ecossistema revegetado do Pátio da Rodoferroviária 

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS
   Os objetivos pedagógicos que nortearam essas atividades foram:
  • Realizar uma saída de campo no pátio da antiga Rodoferroviária de Brasília e no Parque Olhos D'Água, visando propiciar experiências sensitivas em ambientes revegetados e de matas de galeria;
  • Apresentar a importância e a vantagem socioambiental de se recuperar uma área degradada;
  • Conhecer nascentes e matas de galeria no Parque Olhos D'Água; 
  • Despertar nos discentes a sensibilidade e o interesse pelo meio ambiente em seus múltiplos aspectos, bem como a formação de uma consciência voltada para a preservação ambiental. 


Pátio da antiga Rodoferroviária de Brasília
   A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) plantou, desde 2012, quase 1 milhão de mudas arbóreas em uma área de 185 hectares, na antiga Rodoferroviária de Brasília. Foram utilizadas cerca de 45 espécies vegetais nativas do Cerrado, como acácias, aroeiras, ipês, ingás e jacarandás. 

Pátio da antiga Rodoferroviária de Brasília antes da revegetação (lado esquerdo da foto)

   A revegetação de áreas degradadas (áreas que perderam a capacidade natural de recuperação ambiental) é uma estratégia de conservação que resulta em melhorias nos atributos físico-químicos do solo, bem como na proteção necessária do solo exposto (diminuindo 
a perda de sedimentos por erosão). De acordo com Guerra (1998), "o aumento da cobertura vegetal resulta em maior proteção contra o impacto das gotas de chuva, permite melhor estruturação do solo, em função do papel agregador da matéria orgânica a ele incorporada, e reduz o ... escoamento superficial pelo aumento da rugosidade do terreno e da infiltração".   


Revegetação do pátio da antida Rodoferroviária de Brasília. Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2015/11/por-r-5-milhoes-gdf-planta-1-milhao-de-arvores-nativas-do-cerrado.html

   O Professor Fraga apresentou aos alunos a importância e a vantagem socioambiental da recuperação de uma área degradada. Nesse contexto, foi destacado que a revegetação de uma área proporciona, através da cobertura vegetal e da deposição de serrapilheira, uma maior proteção do solo e estabilidade dos agregados, por meio da incorporação de matéria orgânica. 




Major Fraga apresentando aos alunos a serrapilheira e o preparo do solo para a revegetação

   Esse estudo de campo proporcionou aos discentes a oportunidade de conhecer um ambiente revegetado que, se dificilmente terá a mesma biodiversidade anterior, permite a recomposição do solo e o restabelecimento de funções e serviços ecossistêmicos (recarga de aquíferos, polinização, produção de sementes, sequestro de carbono, retorno da fauna, etc).  



Trilha interpretativa realizada no ambiente revegetado do Pátio da Rodoferroviária de Brasília


   Em resumo, o processo de revegetação de áreas degradadas resulta na cobertura vegetal, na proteção e reestruturação dos solos, resultando, assim, no reequilíbrio dinâmico dos ecossistemas.



PARQUE ECOLÓGICO E DE USO MÚLTIPLO OLHOS D'ÁGUA

   Fundado em 1994, o Parque Ecológico e de Uso Múltiplo Olhos D'Água é um parque público, ecológico e de lazer localizado nas quadras 413 e 414, na Asa Norte, Brasília, Distrito Federal. O parque apresenta fragmentos de matas de galeria e de formações savânicas do Cerrado, numa área aproximada de 21 hectares. 


Vista da pista de caminhada/cooper do Parque Olhos D'Água. Fonte: https://blogmaisbrasil.alliahotels.com.br/destino/parque-olhos-dagua



   Registros históricos assinalam que no lugar onde, atualmente, se encontra o parque, havia um aglomerado de invasões humanas. A comunidade circunjacente, percebendo que os invasores estavam provocando diversos impactos ambientais e sociais (tais como desmatamento, queimadas, acúmulo de lixo, destruição das nascentes, tráfico de entorpecentes), promoveu, junto ao poder público, as primeiras ações visando à criação de um parquen urbano. Para que o projeto do Parque Olhos D'Água se materializasse foi preciso um investimento inicial de R$ 700 mil, por parte do Governo do Distrito Federal. Atualmente, o parque possui uma pista de caminhada/cooper de mais de 2Km, parquinhos infantis e de exercícios físicos, além de diversas trilhas. Cotidianamente, ele é visitado pela comunidade de moradores da Asa Norte e do entorno. 
   No que diz respeito à flora nativa, destaca-se o angico (Anadenanthera colubrina), espécie mais numerosa do parque. Aparecem igualmente as interessantes trepadeiras "papo-de-peru" (Aristolochia gigantea), principalmente junto à ponte sobre o riacho da Lagoa do Sapo. Na época da floração, essa trepadeira exala um odor de carne podre, atraindo insetos que são digeridos pela planta.


Lagoa do Sapo, no interior do Parque Olhos D'Água


   A fauna é bastante diversificada, principalmente em répteis e aves. Dentre os mamíferos já foram observados gambás-de-orelhas-pretas ou saruês (Didelphis marsupialis) e preás (Cavia aprea). Um dos maiores problemas do parque, é a equivocada iniciativa, por parte de alguns visitantes, de soltura de espécies exóticas. Um exemplo, é o caso das tartarugas tigre d'água americanas (Trachemys scripta elegans), que existem em grande número na Lagoa do Sapo. Na lagoa, também, é possível encontrar populações de patos domésticos e de tilápias. Alguns anos atrás, um casal de coelhos foi solto no parque e começou a se reproduzir, chegando a uma população de 40 indivíduos. Felizmente, todos os coelhos foram retirados por técnicos ambientais. Outro fato negativo é a atitude de certos frequentadores em levar alimentos para os animais. Esse comportamento é preocupante do ponto de vista ecológico e sanitário, visto que acaba atraindo ratos e ratazanas para as áreas do parque.


MATA DE GALERIA 
  A trilha interpretativa, coordenada pelo Major Fraga, teve como finalidade pedagógica apresentar aos alunos nascentes da Lagoa do Sapo, bem como as matas de galeria que a circundam. Na ocasião, o Professor Fraga também explicou aos discentes a definição de mata de galeria, bem como os inúmeros serviços ecossistêmicos que esse tipo de vegetação presta à comunidade. 


                                                                            Mata de galeria do entorno da Lagoa do Sapo, interior do Parque Olhos D'Água



CONSIDERAÇÕES FINAIS
   Essas duas atividades de Educação Ambiental foram muito significativas, pois oportunizaram aos discentes a experiência de conhecer uma área recuperada, assim como a biodinâmica das matas de galeria.