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sexta-feira, 25 de março de 2016

A história das coisas dentro de uma perspectiva critico ambiental

II - Consumo desenfreado e irracional

O segundo momento de nosso trabalho de conscientização socioambiental, teve como fio condutor de nossas ações didáticas, o filme "A história das coisas"

Este documentário, dinâmico e objetivo,  abordou diversos assuntos relacionados a temática ambiental. Entretanto, o ponto crucial do vídeo, foi a problematização dos impactos socioambientais negativos que o consumo desenfreado e irracional vem causando no equilíbrio dinâmico dos ecossistemas naturais, assim como na saúde e bem-estar dos seres humanos. 

O filme igualmente mostra de maneira bem didática, como que funciona a mecânica de uma cadeia produtiva, isto é, todo o processo de nascimento e morte de um determinado produto, que vai desde a extração da matéria prima, confecção, venda e descarte na forma de lixo.




Depois que foi exibido o filme, empreendemos um breve intervalo, com o objetivo de promover uma interação social descontraída e exorcizar os fantasmas do sono pós almoço. Terminado o intervalo, foi empreendida uma plenária de debates em torno dos assuntos que o filme abordou.




Major Fraga e professor Salomão
mediatizando o debate entre os alunos



A discussão foi calorosa e muito produtiva do ponto de vista intelectual e da construção de valores socioambientais comprometidos com a ética da sustentabilidade. 


Aluno defendendo seu ponto de vista ante os
colegas e professores




Exercitando as habilidades da oratória
 e da argumentação racional

Desse momento fecundo e bastante dialético, irromperam as seguintes reflexões:

a) Normose, uma doença da "normalidade"

O termo normose pode ser entendido como sendo uma doença da "normalidade", uma obsessão patológica por ser normal. Trocando em miúdos é a gente achar que o errado é o certo, a mentira a verdade, o vício a virtude, etc. 

A pessoa normótica considera normal os senhores do agronegócio em conivência com os gestores públicos inescrupulosos, desmatar o bioma cerrado, para transformá-lo na rentável e lucrativa monocultura de soja; pensa ser normal, saquear os recursos naturais sem levar em conta o respeito pelo solo, água, ar e a biodiversidade; acredita ser normal, que em nome do progresso material e da mundialização econômica, podemos exterminar impiedosamente a multimilenária diversidade cultural da humanidade, etc.


Charles Chaplin  no filme "Tempos Modernos",
problematizando a normose profissional

Não há nada de normal, quando o comportamento humano está focado na destruição insana do meio ambiente natural e social. 

Temos que fazer um esforço, para romper os grilhões que nos prendem a essa normalidade patológica. É preciso de nossa parte, uma certa "indignação" no sentido de alertar nossa comunidade que nós não compactuamos de forma alguma com o comportamento parasita e predatório de algumas pessoas - grandes corporações, empresários, políticos, cidadãos comuns, etc. -  que se apropriam do meio ambiente com um único objetivo: privatizar os lucros e socializar os prejuízos. 


b) Mídia como ferramenta ideológico publicitária

Lamentavelmente, a mídia de uma maneira geral tem sido uma ferramenta ideológico publicitária incentivadora do consumismo exacerbado.  Toda propaganda comercial  é idealizada com o objetivo de despertar no telespectador falsas necessidades de consumo. 

Daí o imperativo de exercitarmos sempre a criticidade e o bom senso diante de qualquer propaganda que tenta sutilmente nos induzir consumirmos algo de que não temos necessidade.  

A cultura formatando nosso
psiquismo para o consumismo
O
Uma sociedade sustentável e sustentada não se deixa levar por comerciais falaciosos. Pelo contrário, uma sociedade com essas características, sempre opta pelo consumo sustentável. Mas o que significa consumir de forma sustentável?  Significa escolher produtos que utilizam menos recursos naturais em sua produção e que garante emprego decente aos que produziram, e que serão facilmente reaproveitados ou reciclados.


c) As populações indígenas com o meio ambiente natural

As populações indígenas se relacionam com o meio ambiente de maneira sustentável e respeitosa. Para eles, a terra é o espaço em que vivem e tem valor cultural, pois dá a eles, seus frutos: a floresta presenteia os caçadores com animais de que necessitam para a sobrevivência e os rios oferecem os peixes que ajudam na alimentação. Tudo isso é um presente da "mãe natureza". 

A "Mãe Terra" tudo dá prodigamente

Diferentemente, dos povos ditos civilizados, os povos indígenas têm uma  profunda intimidade com o meio em que vivem. Conhecem os animais e as plantas, a forma como crescem e se reproduzem e quais podem ser utilizados para a alimentação, para a cura de seus males ou para seus ritos. 

Concluindo, esse encontro foi bastante instrutivo e formativo. Os alunos puderam compreender a diferença entre religião e espiritualidade trans religiosa; a dinâmica de uma cadeia produtiva; psicologia de indução ao consumismo desenfreado que perpassa subliminarmente (processo de hipnose sutil) nas propagandas de fundo ideológico publicitário/mercadológico. 

Quem ama cuida

As atividades do Clube de Ciências Socioambientais do dia 23 de Março de 2016, se desdobraram em dois significativos momentos:

I - O meio ambiente dentro de uma perspectiva de espiritualidade trans religiosa

Após as saudações iniciais aos associados, foi exibido um vídeo que tangenciava a temática do altruísmo e da compaixão. 

Mas por que um vídeo centrado nos valores ético morais de uma espiritualidade trans religiosa? Por acaso a problemática ambiental tem algum vínculo com a dimensão espiritual do ser humano?

A Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9.795 de 27 de Abril de 1999) determina em seu Artigo 4º que a ação docente da Educação Ambiental deve ter um enfoque humanista e holístico. 
Igualmente, a mesma Lei, ordena em seu artigo 5º, que um dos objetivos pedagógicos da Educação Ambiental é fomentar nos alunos "o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos."

O conhecimento tecnocientífico e a supercultura intelectual ambiental, por si só não são suficientes para criar uma mentalidade voltada para sustentabilidade econômica, social e ecológica. Há que se adicionar nessa equação, as variáveis psicoemocional e mística. Uma Educação Ambiental, empobrecida de afeto  e de espiritualidade trans religiosa (vai além da caixa conceptual da teologia que elegemos como sendo nossa escola de fé), dificilmente conseguirá religar internamente o homo tecnologicus com o espírito sagrado e vivificador da natureza. 

Não podemos esquecer, que uma das causas promotoras da crise ambiental contemporânea, é a hipertrofia da razão em detrimento do sentimento de amor a si mesmo, ao próximo e ao meio ambiente.


."

Após a apresentação do vídeo "Amor ao próximo", que por sinal muito enternecedor e profundo, alguns alunos foram instados a dar sua contribuição acerca do que sentiram. 

Alguém disse alhures que "o homem é um ser racional". Não concordamos integralmente com essa tese, de vez que, após a exibição do filme, alguns alunos deixaram entrever em seus semblantes as emoções que emergiam de seu psiquismo profundo. Lágrimas que teimavam em permanecem nos olhos, a fisionomia de uma paz transcendental, a alegria de que vale apena ser bom, generoso e altruísta.... eram a somatização de um inefável estado de espírito.

Mesmo visivelmente emocionados, quase todos os discentes participaram construtiva e ativamente acerca da impressão que o filme lhes causou no campo da emoção e do sentimento. 


Troca de impressões sobre o filme "Amor ao próximo"


Não é muito eficaz e tampouco profícua toda ação de Educação Ambiental voltada para a conservação e preservação do meio ambiente, divorciada da sensibilização emocional dos discentes. 

Somente cuida quem ama. 

Há que se equalizar no processo ensino aprendizagem da Educação Ambiental cérebro e coração, razão e sentimento, o secular e o sagrado.

sexta-feira, 11 de março de 2016

1º ENCONTRO DO ANO LETIVO 2016

Iniciamos no dia 09 de março do presente ano, as atividades no Clube de Ciências Socioambientais do Colégio Militar de Brasília.

A pauta de nossos trabalhos foi segmentada em quatro momentos:


  • 1º - Palavras do Major Fraga, ex-aluno do Colégio Militar
O nobre amigo, que agora integra a equipe do CCSCMB, entreteceu comentários acerca da importância de se ter agregado ao currículo acadêmico do Ensino Médio a temática socioambiental. 

Igualmente realizou considerações sobre o que é o Clube de Ciências Socioambientais, seus objetivos, metodologia pedagógica, sistema de avaliação e direitos e deveres (Código de Ética) dos associados enquanto membros da agremiação.

As palavras entusiáticas e seu notável espírito de liderança cativaram significativamente o olhar e os ouvidos, o cérebro e o coração de todos os alunos.



Major Fraga - Um dos coordenadores do CCSCMB

  • 2º - Socialização de experiências 
O aluno do 3º Ano do Ensino Médio, Daniel Henrique, democratizou suas experiências com seus pares. Na fala do jovem e futuro engenheiro, pontuou notadamente um sentimento de gratidão por tudo que ele entesourou em termos de vivências e conhecimentos socioambientais. 

Afirmou Henrique, que o CCSCMB, mudou sensivelmente a sua visão de mundo. Antes ele não conseguia perceber a relação predatória e parasitária do homem em relação ao meio ambiente natural. Hoje, compreende que todos nós pertencemos a Teia da Vida, a qual o Homo sapiens, constitui tão somente um diminuto nó dessa rede que entretém a vida no organismo biosférico do planeta. 

Concluindo, sua fala que por sinal muito instrutiva, Daniel Henrique, fez questão de reiterar que "toda ação antrópica, reverbera positiva ou negativamente nos ecossistemas naturais."



Aluno Daniel Henrique do 3º Ano/EM

3º  Momento - Palestra do aluno João Pedro

O aluno João Pedro, do 1º Ano do Ensino Médio (turma 113), empreendeu uma excelente palestra, cujo centro de gravidade temático, foi o lema da Campanha da Fraternidade "CASA COMUM, NOSSA RESPONSABILIDADE". 


Aluno João Pedro 1º Ano/EM

Transversalizando o tema supra citada, Pedro discorreu sobre o conceito de sustentabilidade e seus eixos vertebradores: econômico, social e ambiental. Em seguida, problematizou a questão dos resíduos sólidos urbanos (lixo), saneamento básico e a gestão pouco eficaz, eficiente e efetiva dos recursos hídricos. 

João Pedro, foi muito feliz em sua expositiva, principalmente quando afirmou que toda mudança exterior tem sua origem no mundo íntimo de cada um. E que nesse contexto, o cultivo de uma espiritualidade, independentemente de rótulo ou legenda, tem muito a contribuir. 


Aluno João Pedro expondo a temática ambiental

Todos, cristãos e budistas, maometanos e hinduístas, agnósticos e até mesmo aqueles que se autodenominam ateus, tem a responsabilidade e o dever de cuidar da nossa "CASA COMUM", que é a Terra.


4º  Momento - Considerações Finais

A última etapa do nosso encontro, foi pontuada pelas palavras do professor Salomão. O professor agradeceu a presença dos novos associados e as considerações expendidas pelo Major Fraga, alunos Daniel Henrique e João Pedro.
Lembrou igualmente, que o próximo encontro (dia 23/03/16) será um estudo de campo no Parque Nacional de Brasília, Água Mineral, importante Unidade de Conservação do Distrito Federal.